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3 MÉTODOS E TÉCNICAS

3.4 Fontes de evidências e coleta de dados

Diferentemente de outras estratégias de pesquisa, o estudo de caso é baseado em várias fontes de evidências, com os dados a convergir em forma de triângulo (triangulação), e como resultado beneficia-se do desenvolvimento prévio de proposições teóricas para conduzir a coleta e a análise de dados (Yin, 2001).

As entrevistas, em cada caso foram aplicadas com os sujeitos especificados no quadro 9. Para preservar as identidades foram estabelecidos códigos adotados nos próximos capítulos.

CASOS Códigos ENTREVISTADOS (Cargo, instituição e país) Roteiro de entrevista

ALFA

AP1 Pesquisador 1 (Depto. de Horticultura) e Criador da Alfa – UNA – EUA Apêndice I AP2 Pesquisador 2 e Docente (Depto de Horticultura) e Criador da Alfa –

UNA – EUA

Apêndice I ART Receptor de Tecnologia Caso Alfa – Diretora da Comissão Alfa – EUA Apêndice J ETT 2 Funcionário do ETT – responsável por cultivares – UNA – EUA Apêndice L

ALFA/BETA ETT1 Diretora do ETT – UNA – EUA Apêndice L

BETA

BP1 Pesquisadora e Docente caso Beta (Depto. de Horticultura) Apêndice I BRT Receptor de Tecnologia Caso Beta – Vice Presidente Empresa AgroBeta Apêndice J

GAMA

GP1 Pesquisador Docente – UB – BRASIL Apêndice I

GP2 Pesquisadora Docente – UB – BRASIL Apêndice I

GP3 Pesquisadora Doutoranda – UB – BRASIL Apêndice I

GRT Receptora de Tecnologia Caso Gama – Proprietária e Dirigente Empresa Gama – BRASIL

Apêndice J

AGI AGI – Agente de Inovação da AUBIN UB – BRASIL Apêndice M

GI Parceiro Caso Gama – Extensionista do órgão governamental estadual Apêndice N Quadro 9: Descrição e codificação dos sujeitos da pesquisa

Fonte: elaborado pela autora

Nos EUA, especificamente na UNA, uma minuta do projeto de pesquisa e os roteiros de entrevistas com docentes, empresas e ETTs, foram submetidos à avaliação da universidade que possui uma política de não identificação da instituição e dos entrevistados. É por este motivo que a universidade não é identificada. Da mesma forma, optou-se pela não identificação tanto das instituições como dos entrevistados também no Brasil. Tal procedimento nos EUA demorou cerca de um mês. O refinamento das questões, a tradução, a submissão, a análise pela universidade e sua aprovação duraram cerca de dois meses e meio. Constava do documento a apresentação do objetivo da pesquisa e as questões de pesquisa, além de um termo de consentimento assinado pelos participantes da pesquisa a cada momento em que era realizada, que encontra no Apêndice O. No Brasil, o termo utilizado na pesquisa realizada com o caso Gama encontra-se no Apêndice P.

Ainda nos EUA, por se tratar de outro país, com outro idioma e com outra cultura, e por recomendação do orientador norte-americano que tinha facilidade de acesso a alguns pesquisadores da UNA que trabalham com processos de TT e com programas de apoio à

inovação da universidade, foram realizados alguns encontros e entrevistas informais, como uma forma de aquecimento e de treinamento para a doutoranda, o que facilitou a revisão dos primeiros roteiros de entrevistas elaborados ainda no Brasil, bem como a elaboração de roteiros aplicados para o caso Piloto Beta, que após a coleta e análise dos dados, foram reduzidos e adotados nos casos Alfa (EUA) e Gama (Brasil).

A primeira entrevista formal foi realizada no ETT da UNA, em junho de 2014, quando foram aplicadas as questões de 1 a 5 do roteiro que consta no Apêndice L, sobre o processo de TT de forma geral e a seleção dos casos Beta e Alfa. Também foram realizadas as questões de 6 a 9 especificas ao caso Beta, uma vez que houve já na entrevista o direcionamento, pela entrevistada do ETT – a ETT 1 (Diretora do ETT) – à pesquisadora (GP1).

Assim, no mês de junho realizou-se estudo piloto (caso Beta), cujo resultado também é evidenciado no capítulo de análise e discussão dos resultados. Realizou-se a entrevista com a GP1 que facilitou o acesso ao representante da empresa Agrobeta (GRT) que era a pessoa da empresa mais adequada, segundo GP1, para prestar informações para a pesquisa, pois havia lidado diretamente com os trâmites da TT e com a adaptação da tecnologia, tendo maior contato com a UNA e com os pesquisadores na época da TT.

O estudo piloto teve como objetivo primordial a aplicação dos roteiros de entrevista para o ETT, para o agente (pesquisador) e para o receptor (organização receptora da TT), especialmente no entendimento das questões, resultando seu refinamento com os roteiros de entrevista adotados com pesquisadores (Apêndice I) e receptores de TT (Apêndice J). No constructo de pesquisa (Apêndice H) são relacionadas às questões de cada roteiro de entrevistas às categorias de pesquisa.

No caso Alfa as questões foram facilmente aplicadas em julho de 2014. Foi fundamental a realização de uma entrevista breve e informal com o Diretor da CALS, com o intuito ter acesso aos pesquisadores do caso Alfa e confirmar a experiência bem sucedida da cultivar. O contato com o Diretor da CALS foi estabelecido por intermédio de e-mail com a apresentação da doutoranda pelo orientador norte-americano. O diretor encaminhou a doutoranda para a realização das entrevistas com os pesquisadores que prontamente facilitaram o contato com a organização receptora do caso Gama (receptora da TT).

Ressalte-se que houve maior facilidade no agendamento e realização das entrevistas com os sujeitos da academia (ETT e pesquisadores). Possivelmente os receptores de tecnologia, por estarem no mercado, tinham menor disponibilidade de tempo para a realização da entrevista e assim o roteiro de entrevista para o receptor de tecnologia foi bastante reduzido em relação ao inicial (aplicado no caso piloto). Tal situação havia sido ponderada pelo

orientador norte-americano com a vasta experiência no estudo de TT relacionado ao projeto de pesquisa que lidera nos EUA com Centros Cooperativos de pesquisa U-E (indústrias).

Antes da realização das entrevistas, e paralelamente a elas, realizaram-se buscas no site da UNA e de outras publicações com referência à estrutura de inovação da universidade voltada à TT (como organogramas e outros dados que constam nos Anexos), e, especialmente no que tange a políticas e procedimentos de TT.

A pesquisadora também realizou visitas ao Centennial Campus, onde se localizam a incubadora, a área de inovação, o ETT da UNA e um parque tecnológico. Foi realizada visita a um evento sobre inovação na UNA e em outras universidades norte-americanas, no Research Triangle Park (RTP), que está detalhado na análise de dados do agente de tecnologia UNA e envolve ativamente mais duas grandes universidades da região.

Houve um segundo momento de entrevistas no ETT, para realizar questões sobre o caso Alfa, contando com a participação, além da Diretora, de um funcionário especialista na TT de Cultivares da UNA. A entrevista foi realizada em agosto de 2014 para a busca de dados específicos dos casos Alfa, com as questões de 6 a 9 que constam no Roteiro do Apêndice L. Com relação ao caso Alfa, a perguntas foram respondidas pelo ETT 2, funcionário que trata diretamente de TTs envolvendo cultivares, com algumas complementações de ETT1.

Simultaneamente realizaram-se alguns contatos com pesquisadores docentes da ESA UB na perspectiva de encontrar casos semelhantes à natureza de tecnologia. Estabeleceram-se contatos por e-mail e por telefone, após a verificação de currículos e de linhas de pesquisa. Os contatos facilitaram a posterior identificação dos casos e os agendamentos de visitas aos departamentos realizados nos meses de outubro e novembro de 2014.

Já no Brasil, no final de setembro de 2014, o contato e o apoio de Professor da ESA, facilitados pelo orientador brasileiro, foi condição de grande favorecimento à pesquisadora que teve na ESA.

Os dados de todas as entrevistas foram gravados em dois gravadores e transcritos com a identificação adotada na pesquisa, ou seja, sem a identificação nominal dos participantes e instituições envolvidas, conforme descrito nos termos de consentimento (Apêndices O e P). Para as entrevistas em inglês houve a revisão da transcrição realizada pela doutoranda por uma profissional de tradução, cuja lígua nativa é o inglês. As traduções para o português foram realizadas pela doutoranda e, quando no caso de dúvidas, com o suporte de uma professora de inglês para evitar quaisquer problemas relativos à interpretação equivocada, especialmente de termos técnicos.

Além das entrevistas, foram utilizados como fontes de evidência documentos, bibliografia e a observação. Pesquisaram-se documentos públicos das instituições envolvidas – das universidades, tais como guias e cartilhas para as atividades de TT, estatísticas sobre as atividades de TT, Planejamento Estratégico (PE), política de inovação etc e – das empresas – especialmente informações mais gerais, como histórico, áreas de atuação – nos negócios e geograficamente, que facilitaram na descrição dos receptores de tecnologia.

Especialmente nos casos norte-americanos também foram consultadas matérias veiculadas no site da própria universidade entre outras matérias veiculadas na mídia, uma vez que foram casos de grande repercussão, inclusive internacionalmente e para complementar dados provenientes de entrevistas no que se refere aos critérios de eficácia.

Os dados das diferentes fontes de evidências foram organizados conforme os objetivos da pesquisa, seguindo o constructo da pesquisa nas categorias formadas pelas cinco dimensões do modelo e pelos seis critérios de eficácia. Foram acrescidos alguns conteúdos de observação da pesquisa de campo.