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Cada vez mais, nos dias que correm, há uma enorme pressão a nível social, emocional e profissional. O mundo revela-se demasiado competitivo, agressivo no que diz respeito a lugares cimeiros na sociedade, e com contornos cada vez mais anormais, nos mais simples cargos profissionais. Apesar da escola conduzir o Homem para o meio educativo, a sociedade força a alteração de determinados valores com vista a resultados práticos e claros. Como é referido por Dalke et al (2007), “a transmissão e a aquisição

do saber, obedecem à necessidade de otimização do próprio sistema económico. Ao longo dos tempos deixa de existir uma finalidade “humanista” no ato de educar: educa-se para ser mais eficaz e produtivo. A escola deixa de ser um fim em si mesma, preocupada sobretudo com a emancipação do Homem, para se tornar num meio fundamental na performatividade generalizada”.

Dada esta visão, a necessidade de atualização permanente urge nas mais variadas áreas profissionais, e a área Desportiva não foge à regra.

Tendo como pano de fundo tal necessidade, desde o tempo de estudante universitário, sempre tive a preocupação de procurar algo mais para acrescentar à minha formação pessoal e profissional.

Ainda decorria a licenciatura, propus-me a um estágio, não remunerado, com voluntário, num ginásio da zona de Fafe. Estive durante vários meses no apoio a turmas de natação, com crianças com idades compreendidas entre os 5 e os 10 anos. Foi o primeiro contacto com crianças em meio aquático. Foi um estágio muito gratificante. Rapidamente assimilei dicas acerca de segurança na água, compreendi a importância da organização e boa gestão da aula, assim como entendi que a motivação e aptidão física dos alunos influencia o seu desempenho e consequente desenvolvimento.

Realizei workshops em natação para bebes dos 12 meses aos 5 anos, no qual tomei conhecimento da importância da natação para os bebes, para as mães e para o reforço da sua ligação enquanto família. A água revela condições surpreendentes, sendo capaz de fortalecer laços e retribuir em simultâneo cuidados terapêuticos.

Para além da natação, propus-me a outras formações. Visto que, o relacionamento dos alunos nem sempre é pacífico, resolvi assistir à formação “Luta na escola - Taekwondo”, no sentido de saber acerca das artes marciais, de valores como

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respeito e disciplina, técnicas básicas de defesa pessoal, e claro, enriquecer a minha competência para poder variar os exercícios e atividades das minha futuras aulas.

Assisti também a conferências acerca de futebol com figuras de relevo nacional, que partilharam conhecimento e histórias marcantes do seu trajeto. Participei em debates, um deles bastante pertinente intitulado “Desporto, Mulher e Sociedade”. Nele debateu-se a diferença desportiva existente entre homens e mulheres, desde remunerações, condições de trabalho, estatutos e afins. Percebi que havia (e há) uma enorme discriminação de género que afeta a obtenção de resultados e consequentes sucessos femininos, sendo que a luta pela igualdade se mantém firme.

Num outro formato, directamente relacionado com o curso superior que frequentei, fui membro organizador dum seminário acerca dos “Jogos Olímpicos – Movimento Olímpico”. Então, fiquei a perceber um pouco mais acerca dos jogos olímpicos e da sua organização.

Continuando no âmbito curricular, elaborei, juntamente com os restante colegas de curso o Duoiesf de Fafe, “Duatlo promocional e jovem”. Na impossibilidade de realizar triatlo por falta de meio aquático adequado, efetuámos, na cidade de Fafe, um duatlo, que contou com centenas de participantes de diferentes faixas etárias. Tal evento requer uma enorme logística, preparação e articulação em várias vertentes, desde apoio humano, segurança, prevenção médica de primeiro socorros, autorizações múltiplas e muito, muito trabalho. O evento realizou-se sem percalços, e com direito a transmissão televisiva indireta. Foi uma novidade naquela cidade, atraindo diversos desportistas, amantes do atletismo e do ciclismo e outros tantos curiosos.

Após o término da licenciatura, frequentei o curso de “técnicos de marcha e corrida” do IDP, realizado na Fadeup. Com o programa de idosos a decorrer no município, senti necessidade de saber mais acerca das metodologias e estratégias indicadas para esse público alvo, saber o que evitar propôs como tarefas, assim como ajudar a ultrapassar o desconforto de determinadas patologias associadas à velhice. Foi uma formação bastante enriquecedora. Trataram-se várias áreas, relativas ao trabalho cárdio, aos benefícios da AF, do aumento da ApF, alimentação saudável e inevitavelmente, a qualidade de vida do individuo.

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Requeri cédulas de treinador de Natação e Voleibol. Sempre com a intenção de me tornar o mais competente e profissional possível. Assisti a uma ação de formação baseada no “Sport Education Model”. Recuperei conceitos e conteúdos adormecidos e reciclei outros tantos.

Na tentativa de valorizar cada vez mais o meu desempenho, participei na 13ª convenção Ibérica da Promofitness: “Jogos criativos com bolas para crianças”. Tendo em vista a constante evolução e dinâmica dos alunos, a motivação requer um permanente balão de oxigénio em funcionamento. Novas estratégias são necessárias para cativar e modernizar o processo ensino aprendizagem. Nesse sentido, esta formação foi uma mais valia para dar resposta às necessidades do sistema educativo.

Durante o presente ano letivo, efectuei a formação “Didática do Andebol – Novas Metodologias de Ensino”, da FPA em parceria com o CFB. Dando seguimento ao ímpeto refrescante de conceitos e conteúdos, esta formação revelou-se num instrumento útil e eficiente, de efeito prático no desempenho de funções.

As ferramentas de que fiquei a dispor, são realmente eficazes e praticáveis até noutras modalidades desportivas.

Este processo de complementação de formação, está por certo, inacabado. Naturalmente, antevejo que a transmissão de conhecimentos e atualização de conteúdos é contínua, vital e necessária, para manter o rumo e não perder a viajem. Esta requer uma preparação multifacetada, pois “os professores já não precisam somente de

dominar as matérias escolares, pois todo o sistema está envolto numa complexidade cada vez maior. Esta complexidade está relacionada com a diversidade cada vez mais ampla de populações escolares, que vai, naturalmente, condicionar a atuação de cada professor. (Aranha, Albuquerque, Gonçalves, 2010). O saber não ocupa lugar!

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Parte I

 Área 1 – Docência – AEC

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