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Formação continuada

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CAPÍTULO III A FORMAÇÃO DOCENTE PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO

3.1. A FORMAÇÃO DOCENTE PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA

3.1.2. Formação continuada

Apesar de sua inegável importância na capacitação docente, a formação inicial não é suficiente para garantir ao professor o preparo necessário para enfrentar os desafios que serão encontrados em sala de aula.

O termo formação continuada vem acompanhado de outro, a formação inicial. A formação inicial refere-se ao ensino de conhecimentos teóricos e práticos destinados à formação profissional, completados por estágios. A formação continuada é o prolongamento da formação inicial, visando o aperfeiçoamento profissional teórico e prático no próprio contexto de trabalho e o desenvolvimento de uma cultura geral mais ampla, para além do exercício profissional (LIBÂNEO, 2004, p.227).

Vieira (2009) destaca que a formação do educador é processual e contínua. Essa formação faz parte do processo de desenvolvimento humano e profissional do educador, pois, à medida que enfrentamos e vencemos os obstáculos da vida, crescemos, amadurecemos, aprendemos olhar o mundo com outros olhos, produzimos conhecimentos, formamo-nos continuamente.

3DUD 6DQW¶$QD   D IRUPDomR GRFHQWH QmR SRGH UHVWULQJLU-se à participação em cursos eventuais, mas precisa abranger necessariamente programas de capacitação, supervisão e avaliação que sejam realizados de forma integrada e permanente, uma vez que a formação docente implica um processo contínuo. Deste modo, a formação contínua será

aquela que tem lugar ao longo da carreira profissional após a aquisição da certificação profissional inicial (a qual só tem lugar após a conclusão da formação em serviço) privilegiando a ideia de que a sua inserção na carreira docente é qualitativamente diferenciada em relação à formação inicial, independentemente do momento e do tempo de serviço docente que o professor já possui quando faz a sua profissionalização, a qual consideramos ainda como uma etapa de formação inicial. (RODRIGUES; ESTEVES, 1993, p. 44-45).

Libâneo (2004) acredita que a formação continuada pode possibilitar a reflexão sobre a prática e a mudança nas práticas docentes, ajudando os professores a tomarem consciência das suas dificuldades, compreendendo-as e elaborando formas de enfrentá-las. De fato, não basta saber sobre as dificuldades da profissão, é preciso refletir sobre elas e buscar soluções, preferencialmente, mediante ações coletivas.

'H DFRUGR FRP )UHLUH  S   ³QD IRUPDomR SHUPDQHQWH GRV professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica VREUH D SUiWLFD´ 3RU meio da formação continuada, o professor é levado a refletir sobre a própria prática

para transformá-la. É o momento em que o professor avalia o que tem feito e o que pode fazer para melhorar, o que precisa aprender, quais as possíveis soluções para os problemas que enfrenta em sala de aula.

Para Duek (2006) proporcionar aos educadores momentos de encontro nos parece de suma importância, haja vista que a interação com os colegas de profissão pode auxiliá-los na construção de estratégias de enfrentamento para as situações que enfrentam no cotidiano escolar.

Assim, acredita-se ser importante que haja momentos para que o professor possa discutir com seus pares sobre a Educação Inclusiva, suas concepções, as dificuldades que enfrentam, suas principais dúvidas e anseios. Enfim, trata-se de um momento para refletir sobre a própria prática a fim de melhorá- la, partindo das próprias experiências e daquelas vivenciadas pelos colegas.

No questionário aplicado com os professores participantes da pesquisa, foi indagado se as escolas proporcionam com freqüência momentos para a reflexão e debate sobre a educação inclusiva.

Gráfico 7: Momentos para reflexão sobre Educação Inclusiva proporcionados na escola

21%

57% 22%

frequentemente esporadicamente não proporciona

Fonte: Questionários aplicados pela autora

Segundo informam 22% dos professores as escolas não proporcionam momentos para que os professores possam refletir sobre a Educação Inclusiva, para 21% tais momentos são proporcionados frequentemente, enquanto 57% dos professores relatam que tais momentos ocorrem apenas esporadicamente. Nota-se

TXHDGLIHUHQoDHQWUHRVSHUFHQWXDLV³QmRSURSRUFLRQD´H³IUHTXHQWHPHQWH´pPXLWR pequena. Por outro lado, mais da metade dos professores assinalaram a opção ³HVSRUDGLFDPHQWH´ HYLGHQFLDQGR TXH HVWD SRGH VHU D RSomo que provavelmente reflete mais a realidade. O dado mostra que a Educação Inclusiva não tem sido prioridade nas instituições escolares, já que não tem sido alvo de discussões entre professores e equipe escolar.

Diante da necessidade do professor investir na sua própria formação e tornar-se um pesquisador da própria prática, foi investigado se os professores tem lido algum material teórico relacionado à Educação Inclusiva:

GRÁFICO 8: Leitura, pelos professores, de material teórico relacionado à Educação Inclusiva

26%

58% 16%

frequentemente esporadicamente não tenho lido

Fonte: Questionários aplicados pela autora

Os dados evidenciam que a maioria dos professores (58%) não tem o hábito de leitura de material relacionado à Educação Inclusiva, realizando tais leituras apenas esporadicamente, além de 16% que admitiu não ler tais materiais. Sabe-se que a leitura é indispensável para a atualização profissional, constituindo fonte indispensável de informação, oportunidade para que o professor possa tomar conhecimento das atualizações de sua área.

Anápolis. Mesmo nas escolas consideradas referência as leituras sobre educação inclusiva não tem ocorrido de forma expressiva pelos professores, demonstrando certa desmotivação dos mesmos em aprofundar conhecimentos sobre o tema.

Se nas escolas consideradas referência essa prática não é observada como poderão servir de modelo para as demais escolas? Há que se avaliar os resultados estão sendo realmente alcançados, uma vez que se observa condições precárias para uma implementação eficaz da educação inclusiva: adaptação da estrutura física, equipes de apoio para subsidiar o trabalho do professor, capacitação docente adequada, redução do número de alunos por sala, presença de professor assistente nas salas em que estudem alunos com necessidades educacionais especiais.

Não se pode culpar somente o professor, mas há que se admitir que muitas vezes o professor se omite em relação à sua própria formação. Considerando que a educação inclusiva é um dos temas mais discutidos no cenário educacional bem como as dificuldades que os professores enfrentam na implementação da educação inclusiva, causa estranhamento o fato de apenas 26% dos professores realizarem leituras constantes sobre o tema. A busca pelo conhecimento deveria ser uma constante na vivência pedagógica pelo professor e, principalmente, de conhecimentos que venham de alguma forma contribuir para a solução dos problemas práticos que ele enfrenta em sala de aula.

É preciso formar o professor investigador e reflexivo. Para tanto, necessita-se que o professor seja um observador, leitor e tenha produção textual própria. Quem não tem o hábito de ler, também não terá o hábito de investigar, de pesquisar e de reinventar. É imprescindível ao professor pesquisador a prática da leitura competente, da leitura reflexiva e investigativa (HENGEMÜHLE,2004).

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