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Em muitas empresas, quase na sua totalidade, não há uma equipe específica, dedicada ao desenvolvimento de projetos de EE. Muito menos programas que estimulem os seus colaboradores a desenvolver este tipo de cultura. Por isso, um dos primeiros desafios é aproximar os funcionários da instituição/organização, de um modo geral, aos conceitos deste tipo de projeto. Onde, eles mesmos possam visualizar a necessidade de demanda na empresa. Profissionais de diferentes áreas do negócio, do porteiro aos investidores, trazem consigo uma imensa sabedoria das suas áreas de atuação e de diversos campos do saber, podendo intervir de forma positiva, com seus conhecimentos, pois passam a ser analistas de negócios em potencial. A formação da equipe de projetos de EE deve envolver todas as partes interessadas como: os clientes, o especialista no domínio do negócio, ao usuário final da solução, o especialista na implementação da solução, o desenvolvedor ou engenheiros, profissionais de gerenciamento da mudança organizacional, arquitetos, instrutores, profissionais de usabilidade, gerentes de projetos, testadores, agências reguladoras, o patrocinador da iniciativa e fornecedores dentre outros.

A participação destas pessoas, em um projeto de EE, além de estimulante para a reflexão dos benefícios subliminares, voltados à sustentabilidade, contribui de forma perspicaz e inovadora nas estratégias dos negócios e torna mais forte a existência de requisitos de diferentes níveis, saídos de diferentes pontos de vista e níveis organizacionais.

Para o BABOK, o grupo de participantes de analise de negócios não se limita a pessoas com o cargo de “Analista de Negócios”, mas inclui também: analista de sistemas de negócios, analista de sistemas, engenheiros de requisitos, analista de processos, gerentes de produtos, responsáveis por produtos (product owners), analistas corporativos, arquitetos de negócios,

consultores, ou outras pessoas que executem as tarefas descritas no Guia BABOK. Incluindo aqueles que executam disciplinas relacionadas, como gerenciamento de projetos, desenvolvimento de software, QA (quality assurance – garantia da qualidade), entre outros. Outro impacto positivo, quando se conquista o envolvimento de todos através da extensão de valores que os motivem, é que conseguimos aumentar a probabilidade de sucesso no projeto. A postura produzida pelo extensivo prognóstico de valor permite, de certo modo, a previsão de riscos que poderiam não ser notados pelo gerente do projeto, evitando assim os problemas antes que eles aconteçam.

Segundo Bulgacov (2007, pg. 103),

“As relações interorganizacionais constituem-se em processos interessantes na medida em que possibilitam acesso a recursos. As organizações estabelecem relações estratégicas ou não para compartilhar conhecimento, atingir objetivos em conjunto e obter recursos financeiros, materiais, imateriais e pessoais. Estas relações podem desenvolver-se de maneira cooperativa, competitiva, conflituosa ou harmoniosa, e estão cada vez mais rápidas de serem estabelecidas devido às tecnologias de informação e comunicação disponível.”

Salienta-se que as redes interorganizacionais ou interpessoais são fábricas de possibilidades, porque as relações nada mais são do que possibilidades em latência, daí a importância de se considerar o caráter orgânico e transitório das redes.

Não se pode ignorar que diferentes pontos de vistas trazem mais clareza ao projeto devido ao nível de informações que pode-se obter neste tipo de desenvolvimento de análise. Principalmente em projeto de EE onde as premissas, desde o seu surgimento, inconsequentemente sempre foram voltados ao retorno de investimento e não a outros valores como subsistência, qualidade de vida e de trabalho, impactos socioambientais, conhecimento, dentre outros que também podem alavancar expressivamente os negócios trazendo diversas riquezas, inclusive financeiras.

Em um projeto de EE não basta montar uma equipe que contribua apenas com o resultado econômico-financeiro e garanta sua viabilidade. Em uma análise mais profunda, estrategicamente, associado a outros valores, a equipe pode servir no atingimento dos

objetivos da organização referentes a produtos, mercado, cliente, concorrentes, sociedade, marketing, entre outros, se conduzido de forma adequada pelo seu gerente de projetos. Tal condução deve ser de forma harmoniosa integrada ao mesmo contexto das políticas da organização. Este requisito é importante para o projeto, pois o estabelecimento de uma conectividade com o ambiente, objetivos e metas da organização integra ainda mais, como sendo uma contribuição para satisfazer algumas necessidades para a obtenção do sucesso em seu modelo de negócio.

A razão de existir trabalhos em equipe é ter um grupo formado por pessoas de características diferentes, mas com propósitos iguais. O sucesso de uma equipe é mais do que a soma das habilidades individuais, ou seja, acima de tudo é a sinergia que existe entre seus membros. Um bom exemplo para isto são as equipes multifuncionais.

As instituições e organizações, de um modo geral, têm suas atividades executadas de forma operacional corrente. Pois elas são, na grande maioria, decorrentes de processos executados repetidamente. Atividades distribuídas entre os diversos setores e respectivas especialidades, ou seja, executando funções de uma mesma área profissional de forma permanente, como uma linha de produção.

Já os projetos de EE geralmente são temporários e costumam ser de curto ou médio prazo. Necessitando de uma equipe formada por pessoas multifuncionais e se possível multidepartamentais, com domínio, de diferentes processos da organização.

Geralmente os projetos de EE nunca se repetem, a não ser quando se tem a necessidade de projetos pilotos ou divisão de um mesmo projeto por unidades. Isto faz com que eles se tornem inovadores e desafiadores, pois sempre se terá um novo desenvolvimento de trabalho, tempo de execução, custos, planejamentos, metodologias para se alcançar os objetivos.

Nas organizações por mais que um projeto de EE interesse a todos (ou pelo menos deveria interessar pelo seu contexto ambiental), cada pessoa esta empenhada em alcançar os objetivos estabelecidos pela sua gerencia. Cada qual com seus planos, metas e procedimentos de trabalho.

Cria-se uma equipe temporária chefiada pelo gerente do projeto de EE. É como se criássemos um departamento paralelo multifuncional e temporário. O gerente de projetos de EE tem total autonomia – liderança - sobre a equipe. Estas pessoas podem ser deslocadas de seus setores de origem para trabalhar exclusivamente, ou paralelamente na vigência do projeto, podendo ainda haver a contratação de terceiros, devido as suas dimensões, para compor a equipe de projeto. Após a conclusão de suas atividades no projeto, essas pessoas vão retornando gradativamente as suas atividades de origem. Esta estrutura é conhecida como estrutura de projeto, diferente da conhecida e usual estrutura departamental.

Na estrutura por projeto o gerente tem autoridade sobre os recursos humanos, financeiros, dentre outros recursos disponíveis para o projeto, o que ele não teria em uma estrutura departamental. No momento em que a empréstimo do recurso humano, tem-se um maior comprometimento do mesmo, não havendo conflitos de interesse entre as atividades do setor de origem com os do projeto e nem conflitos hierárquicos uma vez que ele estará executando uma atividade que “não seria supervisionado” pelo seu superior direto.

Um programa que permita uma subdivisão de atividades onde serão agrupadas as decisões e as ações por áreas afins criando um objetivo setorial correlacionado as estratégias do negócio. Este programa não visa criar um sub-setor dentro das diversas áreas do negócio, mas sim busca o comprometimento para com o projeto, que por não ser “um produto do negócio”, pode ser facilmente deixado em segundo plano devido as prioridades de cada área. Mesmo que este projeto seja muito mais importante para o negócio.

Em grandes organizações, onde eventualmente poderá ocorrer um grande número de projetos de eficiência energética pode ser necessária mais de uma estrutura de projeto. Para tal, é interessante que os projetos estejam ocorrendo em estágios diferentes para que não haja um grande deslocamento de pessoas de um mesmo setor podendo desestruturar os departamentos e afetar o foco real de suas atividades e objetivos “empresariais”.

A administração, o gerenciamento e a execução deste tipo de projeto/equipe são um pouco particulares para cada tipo de organização, cultura e o momento em que está passando o mercado ao qual está inserido e ao seu comprometimento com o projeto de eficiência energética.

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