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13- Painel Temático da 9ª Reunião do CCMBRN

4.2 A FORMAÇÃO DO CONSELHO CONSULTIVO

Para Illenseer, consultor do IPÊ durante o processo de criação do Mosaico, ator participante, atualmente gestor da FUNAI e membro convidado do Conselho Consultivo do Mosaico:

O Conselho Consultivo do Mosaico foi composto, ainda que de modo informal, anteriormente à própria criação do mosaico. Porém, sua oficialização ocorreu de forma concomitante ao ato de reconhecimento do Mosaico, uma vez que a Portaria MMA nº 483, de 14 de dezembro de 2010, que reconheceu o mosaico, também dispôs sobre a composição de seu Conselho Consultivo (informação verbal). 17

De acordo com o Artigo 3º da referida Portaria, o Conselho do Mosaico será composto por:

Um representante das UCs federais de proteção integral; um representante das UCs federais de uso sustentável; dois das UCs estaduais; um da RDS do Tupé; um representante de um dos municípios onde estão localizadas as UCs; um representante dos povos indígenas da região; um representante do Conselho da Reserva da Biosfera da Amazônia Central; quatro representantes de organizações de base atuantes na região; um representante de ONG ambientalista atuante na região e um representante do setor privado atuante na região (BRASIL, 2010).

Ainda conforme a Portaria, o Conselho do Mosaico poderá convidar representantes de outros órgãos governamentais e não-governamentais e pessoas de notório saber para contribuir na execução de seus trabalhos.

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114 Conforme o documento intitulado “Estratégias de Formação do Conselho Consultivo do Mosaico do Baixo Rio Negro”, produzido por articuladores do IPÊ para o projeto do mosaico, a base metodológica para a formação do Conselho constituiu-se dos exemplos e caminhos debatidos na Oficina de Gestão Participativa do SNUC. Conforme esta base, o processo de formação dos conselhos deve seguir etapas sucessivas de sensibilização-mobilização social, articulação institucional, realização de reuniões preparatórias, escolha e capacitação dos gestores. Ainda conforme o documento, o Conselho do Mosaico foi formado para assegurar um espaço de debate a nível regional acerca da conservação ambiental e do desenvolvimento sustentável. Ele foi constituído com o intuito de atuar de um modo mais fluido e flexível, não se restringindo apenas a promover a gestão integrada. O conselho foi criado também para empoderar as populações locais no que se refere à participação ativa no planejamento regional.

Dando prosseguimento e ainda com base no documento supracitado, para formar o Conselho, foram realizadas as etapas sugeridas pela metodologia estabelecida na Oficina de Gestão Participativa do SNUC. A ONG IPÊ conduziu as atividades, contando com o apoio de parceiros locais. A primeira atividade realizada foi a mobilização social e institucional, na qual foram mapeados os atores sociais e institucionais locais atuantes na conservação ambiental da região. Após mapear, o IPÊ realizou reuniões com os atores e instituições identificadas, nas quais foi apresentado o projeto do mosaico e realizada a etapa de sensibilização para a conservação.

Ilustração 7- Reunião IPÊ- Parceiros realizada em maio de 2005. Local: Baixo Rio Negro/AM. Autor: Desconhecido. Fonte: www.ipe.org.br.

115 Ilustração 8- Expedição do IPÊ na margem direita do Rio Negro para mapeamento dos atores e

formação de lideranças, em 2005/2006. Local: Baixo Rio Negro. Autor: Desconhecido. Fonte: www.ipe.org.br.

O documento “Estratégias de Formação do Conselho Consultivo do Mosaico do Baixo Rio Negro” cita a realização de uma primeira Oficina do Mosaico, a qual ocorreu em data anterior ao reconhecimento do mesmo. Esta Oficina fez parte da etapa reuniões preparatórias. Conforme o documento, a I Oficina do Mosaico ocorreu em agosto de 2008, tendo como objetivo principal integrar os gestores. As temáticas “Gestão Participativa” e “Desenvolvimento Territorial” serviram de base para as discussões. Nesta Oficina, surgiu o GT que iria articular a formação do Conselho. Durante a Oficina surgiram temas pertinentes ao Mosaico, como a valorização da sociobiodiversidade por meio da certificação de seus produtos e serviços.

Ilustração 9- I Oficina do MBRN. Local: Baixo Rio Negro. Autor: Desconhecido. Fonte: www.ipe.org.br

116 Prosseguindo, capacitaram-se os gestores que iriam compor o Conselho. Esses gestores foram capacitados nas temáticas “Gestão Participativa e Integrada” e “Desenvolvimento Territorial”. Ainda conforme o documento supracitado, o Mosaico e seu Conselho foram criados para empoderar as populações locais e, com isso, garantir a elas o direito de manter seus modos de vida.

De acordo com a Ata da Reunião para a Formação do Conselho, com data de 29 de outubro de 2009, este foi formado, para seu primeiro mandato de dois anos (2010- 2012) por seus quatorze titulares e suplentes, contando com um total de vinte e oito membros. As cadeiras titulares foram ocupadas da seguinte forma: 02 gestores de UCs federais, 02 de UCs estaduais, 01 da RDS do Tupé, 01 das SEMMAS de Novo Airão, Iranduba e Barcelos, 01 da CERBOC, 01 da base comunitária de cada sub-região do Mosaico, 01 de entidade de base dos municípios, 01 da TI Waimiri-Atroari, 01 de ONG ambientalista atuante na região e 01 do setor empresarial. Analisando a composição do Conselho, é possível afirmar que foi mantida a paridade entre representantes governamentais e não governamentais, conforme estabelecido no Decreto 4.340/2002.

Conforme a ata, a reunião contou com uma ampla participação dos atores, que somaram quarenta e oito pessoas presentes, as quais participaram representando diversas instituições, organizações e esferas de governo. Assim, estiveram presentes representantes do ICMbio, das ONGs ambientalistas IPÊ, FVA e WWF-Brasil, de comunidades locais ribeirinhas e indígenas, das associações como a Associação dos Pisicultores de Novo Airão- APINA, do setor privado como a Associação dos Operadores de Barcos de Turismo- AOBT, representantes de cooperativas locais como a Nov’Art, da SEMMA de Novo Airão, da SDS/CEUC, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Novo Airão- STRNA, do Programa Waimiri-Atroari- PWA, dentre outros representantes. De acordo com este cenário, conclui-se que o processo de formação do conselho ocorreu de forma participativa.

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