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QUADRO KANBAN

MQuadro kanban Requisição

3- METODOLOGIA PARA A ANÁLISE DE VIABILIDADE E IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA KANBAN INTERNO EM

3.2. Etapa de Pré-Projeto

3.2.3. Formação do Grupo Kanban

produtivo da Malharia possua as características citadas no item anterior, o próximo passo é a formação de um grupo multidisciplinar, que deve estar sob o comando de um coordenador geral.

Esse coordenador geral do projeto deve ser, sem dúvida, o gerente responsável pela Malharia, e ele, assim como qualquer outro gerente de projeto, deve ter certas características que, em geral, já fazem parte do perfil de um gerente, incluindo os seguintes aspectos: capacidade de planejamento; liderança; agilidade na tomada de decisão; competência técnica; pleno conhecimento do processo produtivo e do mercado; visão horizontal da organização; interatividade.

Como o sistema Kanban faz parte da lógica de Planejamento e Controle da Produção (PCP), a escolha do coordenador poderia recair sobre o gerente do PCP, contudo o fato de o sistema Kanban no curto prazo delegar suas atividades aos funcionários do setor, onde ele será aplicado, parece mais correto se manter a hierarquia funcional direta sobre estas pessoas, delegando a coordenação geral ao responsável direto pela Malharia.

O coordenador deverá exercer uma forte liderança sobre o grupo, conduzindo todo o processo de mudança para que seja o mais suave possível, e aproveitar o potencial dos recursos disponíveis para uma implementação tranqüila. Neste contexto, o papel do coordenador é fundamental para o sucesso do projeto, que acima de tudo deve demonstrar forte interesse no alcance dos objetivos, através de ações determinadas e decisivas. É importante ressaltar que a comunicação deve ser efetiva, definindo-se uma estrutura de reuniões com os participantes do grupo para se estabelecer uma realimentação de informações constantes, durante todo o andamento do projeto, o que possibilitará a correção de eventuais desvios do planejamento inicial.

Para a formação do grupo Kanban é fundamental envolver as pessoas dos diferentes níveis dentro da organização, desde o nível de gerência até o chão de fábrica. Observa-se que é muito importante a participação das pessoas que fazem parte dos processos precedentes e subseqüentes ao setor onde será implantado o

sistema Kanban, ou seja os clientes e fornecedores internos da Malharia.

Conforme coloca Ohno (1997, p.60), para que o sistema Kanban seja efetivo a estabilização e sincronização da produção são condições indispensáveis. Só é possível alcançar a sincronização e estabilização da produção se existir uma colaboração mútua entre setores, assim como um objetivo comum. Como foi dito anteriormente, o sistema Kanban não traz melhoras somente ao setor onde está sendo implementado, mas sim, ao processo produtivo como um todo, que obtém um desempenho geral melhor. Os integrantes do grupo devem, não somente ter total domínio do funcionamento do sistema Kanban, como dos objetivos desejados, pois serão estes os responsáveis por multiplicar os conceitos e objetivos por toda a organização, funcionando como multiplicadores para os demais colaboradores.

No grupo devem estar presentes, além do gerente da Malharia, como coordenador geral, e do consultor, que dará o apoio técnico, o gerente do PCP, o programador responsável pela programação macro da empresa como um todo, o programador interno da Malharia, os lideres de turnos e os ferramenteiros responsáveis pelos setups dos teares, bem como um representante do cliente, neste caso o Beneficiamento, que poderá ser o programador interno deste setor. O grupo deve participar de um treinamento que aborde o sistema Kanban e todos os conceitos a ele relacionados, tais como os tratados na revisão bibliográfica, no Capítulo 2 deste trabalho. Para este grupo, não basta somente compreender o sistema em sua plenitude, mas também conhecer as implicações futuras dentro da organização, e de que forma se dará o impacto no sistema produtivo. Este treinamento pode ser dado pelo gerente da Malharia, apoiado pelo consultor externo, ou pelo próprio consultor.

O material usado durante o treinamento deve ser de fácil compreensão. Como existe farta bibliografia sobre o assunto, geralmente montam-se pequenos manuais, onde são apresentados os objetivos, os princípios por trás da filosofia JIT, as técnicas específicas do sistema Kanban, exemplos e problemas em potencial. É altamente recomendável o uso de recursos audiovisuais, assim como simulações do sistema, para facilitar a assimilação dos novos conceitos.

O grupo deve ser encorajado a levantar questões duvidosas e de cunho prático. Deve ser dedicado um amplo tempo para que os líderes de turno esclareçam todas dúvidas pertinentes e contribuam com informações adicionais se necessário, haja vista que serão eles os multiplicadores dos conceitos para os tecelões e demais colaboradores da Malharia que irão participar do sistema na prática.

Deve-se aproveitar esta oportunidade para discutir com o grupo quais indicadores de desempenho irão acompanhar o processo de implantação do sistema Kanban. Geralmente a empresa, como um todo, e a Malharia, em particular, já possuem indicadores padrões de desempenho que podem ser utilizados para tal. Recomenda- se que haja indicadores avaliando, pelo menos, os seguintes pontos:

??estoque médio de malhas cruas (físico e financeiro);

??giro dos estoques de malhas cruas;

??nível de atendimento da demanda;

??falta de malhas no supermercado e possíveis causas;

??área física requerida para estoque;

??índice de satisfação dos colaboradores.

Uma vez definidas as medidas de desempenho, é conveniente iniciar a coleta periódica das informações referentes a esses indicadores, para que, posteriormente, sirvam como parâmetros de avaliação da evolução do novo sistema.