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3 PERSPECTIVAS PARA EAD NO CENÁRIO DAS CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS

5.2 Formação e atuação dos professores em EaD

Para analisar a Formação e Atuação dos professores em EaD, procuramos identificar sua trajetória nesta modalidade. Para tanto, elaboramos questões que fornecessem esse norte.

Essas questões atentam para a idéia de que os professores devem estar preparados para atuar especificamente em Educação a Distância, uma vez que esta modalidade de ensino e aprendizagem tem suas especificidades e por isso requer uma formação específica, requer habilidades específicas como o domínio das tecnologias digitais ou das tecnologias aplicadas no processo de ensino e aprendizagem.

O que podemos observar diante dos registros dos professores, neste primeiro bloco, é que eles tiveram a primeira experiência como docentes em Educação a Distância com este curso de Administração. Portanto, de maneira geral, tudo é muito novo e as experiências são muito parecidas.

[...] já tinha feito um curso a distância, e por isso, conhecia o ambiente virtual de aprendizagem com suas ferramentas pedagógicas. (P1)

[...] não, minha primeira experiência foi como professor do curso de Administração a Distância- UEPB. (P2)

[...] não, a primeira experiência foi no curso de Administração a Distância. (P3)

Fica evidente que estes professores não possuíam experiência com a EaD, portanto, a necessidade de investir na formação para que eles tenham consciência das especificidades da EaD, e, a partir desse momento, refletir sobre como lidar com tudo o que viu no seu projeto pedagógico. E é a instituição que deve investir para o

amadurecimento do professor. A formação dos professores não deve se restringir ao uso da plataforma, o Moodle, ou seja, a saber o que seja uma plataforma virtual, como ela funciona, seus limites e possibilidades, como editar etc, pois esta é uma questão mais técnica, e adquire-se mais com a prática, com o exercício. Essa foi o tipo de formação recebida pelos professores conforme fala abaixo:

[...] recebi ligeiras instruções e que o foco das orientações foi, ou seja, de como usar o moodle [...]. (P1)

[...] sim, fizeram um treinamento na realidade, como entrar no ambiente, quais as ferramentas que íamos usar, com é que íamos usar e pediu até que nós pudéssemos em casa praticar. (P2)

[...] sim. Técnico e pedagógico. (P3)

Para uma formação em EaD, numa perspectiva sociointeracionista, ou sócio- histórica, seja ela inicial ou continuada, o foco do processo deve ser a aprendizagem do aluno, e, no caso de EaD, como usar as ferramentas tecnológicas, de forma a promover maior interação e interatividade entre os participantes, a entender, com isso, quais ferramentas permitem um maior feedback e que ofereçam oportunidade de acompanhar o avanço do aluno em favor de sua aprendizagem. Para essa discussão, concordamos com Almeida (2003, p. 203) quando ela nos permite pensar que “os desafios da EAD são congruentes com os desafios do sistema educacional em sua complexidade, cuja análise implica identificar que educação se pretende realizar, para quem se dirige, com quem será desenvolvida e com o uso de quais tecnologias”.

[...] esse ligeiro treino, em termo, como eu já tinha experiência como aluno, para mim foi mais ou menos suficiente, eu tive muitas dúvidas depois, o que eu tinha dúvidas eu perguntava [...] porque foi muito por cima, muito light. (P1)

[...] foi satisfatória, pois nos deixou a par desse novo processo e nos inteirou mais digamos assim. (P2)

[...] boa. Ajudou a conhecer o sistema e a entender que tipos de métodos de ensino poderiam ser utilizados. (P3)

Essas colocações, portanto, mostram a pouca informação e de discussão que esses professores possuem a respeito do que seja trabalhar Educação a Distância.

Este fato fica claro quando foi o foco da capacitação. A fala do professor ao se referir à formação “como um ligeiro treino”, dá-nos a dimensão do que foi oferecido. Esta é a fala do P1, o único que tinha uma experiência com EaD. Ele tinha feito um curso a distância e pela plataforma Moodle. Portanto, ele possui mais elementos para avaliar a formação. Talvez a própria instituição ainda não tenha incorporado esta modalidade com suas especificidades, pois, coloca a disposição dos professores apenas a equipe da administração do Moodle. Não se pensa na importância de um profissional que pense a EaD, a partir de princípios teórico-metodológicos, que juntamente com a equipe técnica possa formar os profissionais, segundo uma perspectiva de ensino e aprendizagem.

Embora os professores demonstrem possuir ainda limitações quanto à prática na Educação a Distância, eles acreditam na modalidade e a tem como alternativa de inclusão social, conforme seus depoimentos.

[...] possibilitou ver essa modalidade como coisa muita séria. [...] é uma educação do futuro, que já está presente. E que no ensino presencial, ele já utiliza muitas ferramentas, faz orientação de trabalhos a distância, diz até que o ensino presencial devia ter 30% a distância. (P1)

[...] eu achava muito interessante, uma coisa é você ver lá de fora né? E aí outra coisa é você ter a oportunidade de trabalhar com ela, e aí você pode sentir realmente os pontos positivos e os pontos negativos. Ponto positivo dessa modalidade é que você pode a qualquer momento estar ali trabalhando e estudando, no momento que você esta no seu trabalho, no momento de descanso, você pode abrir a tela, aí vê o que esta postada [...] (P2)

[...] sempre achei que era uma forma para que mais pessoas tivessem acesso ao ensino superior. E hoje da mesma forma. (P3)

Estes depoimentos são preciosos, no sentido de que esses professores têm compromissos com a Educação, acreditam nela, mas, talvez por falta de uma orientação não tenham conhecido todo o potencial que um Ambiente Virtual de Aprendizagem pode oferecer.

Contudo, quando questionados sobre como avaliam a aprendizagem dos alunos na EaD, eles simplificam a questão com as expressões: “têm alunos excelentes, médios e fracos... tem aluno interessado em EaD e tem aluno interessado no ensino presencial” (P1). Outro professor: “tem alunos mais interessados e têm os que não são tão

interessados” (P2). O terceiro professor: “alguns alunos acham que não precisam estudar no EAD”(P3), conforme os depoimentos abaixo transcritos.

[...] eu avalio assim como o presencial também têm alunos excelentes, os médios e os fracos, então é da mesma forma do presencial, porque o aluno interessado do presencial e como do aluno interessado da EaD, ele vem atrás, ele busca o conhecimento, e vai buscar a biblioteca, ele estuda. (P1)

Eu acho que isso vai variar de aluno para aluno, tem alunos mais interessados, tem alunos que não são tão interessados, agente nota pelas atividades, tem aluno que constantemente ficam ali executando as suas atividades, entrando nos chats para tirar suas dúvidas [...]. (P2)

Boa. Mas acredito que alguns alunos acham que não é preciso estudar no EAD [...]. (P3)

Por essas colocações, pensamos que para esses professores o processo didático é visto como caminho de única via, o caminho só do ensino, acompanhado da premissa de que tudo que é ensinado logo é aprendido, ou seja, o professor ensina, não aprende aquele que é desinteressado. Saviani (2003, p. 6) quando fala da pedagogia tradicional e diz que “a escola organiza-se como uma agência centrada no professor, o qual transmite, segundo uma gradação lógica, o acervo cultural aos alunos. A estes cabe assimilar os conhecimentos que lhes são transmitidos”, ele nos traz uma reflexão de que ainda temos muito arraigado em nós a cultura do processo ensino- aprendizagem centrado no professor.

Já quando perguntamos sobre como os alunos aprendem em EaD, os professores são evasivos, e confundem teoria de aprendizagem com estratégias de ensino. É o que observamos em seus comentários. Os alunos não aprendem com os Chats, estes são ferramentas, que de acordo com a concepção e a proposta de uso pode favorecer a aprendizagem. Os alunos aprendem, através da mente, pela cognição. Agora como se dá esse processo, isso é explicado pelas teorias de aprendizagem. No entanto, os professores não conseguem explicar, como vemos em seus depoimentos.

[...] a aprendizagem vai acontecer através das aulas dos fóruns e os chats, que uma grande falha que eu achei enquanto professora desse curso, foi que no curso que eu fiz como aluna havia uma grande interação nos chats a gente conversava com os professores, tinha hora do professor ta ali esperando a gente, a gente chegava para conversar, e como professora eu não tive quase aluno que chegou no chat, então a nossa cultura do nosso curso aqui foi praticamente zero na questão de chat, pelo menos na minha disciplina foi. (P1)

[...] na realidade a forma que eles aprendem é a mesma forma que os alunos presenciais, porque as aulas que a gente passa pra eles no meio virtual não é? As atividades são passadas no meio virtual e como é que elas podem aprender? Através dos livros, através da bibliografia que é disponibilizada pela própria instituição e as outras que estão disponíveis na biblioteca. (P2)

[...] através da disciplina e da compreensão e flexibilidade por parte de alunos e professores. (P3)

Os professores confundem estratégias de ensino com teoria de aprendizagem. Estratégias como atividades ou recursos que auxiliam o professor a atingir seus objetivos pedagógicos. Teorias da aprendizagem são modelos que tentam explicar como o sujeito adquire o conhecimento, como aprende. A Psicologia Educacional estuda essa área do conhecimento classificando-as em teorias do condicionamento, esta entende o aprendiz como um ser que responde a estímulos do meio exterior, não levando em consideração o que ocorre dentro de sua mente durante o processo. A aprendizagem é interpretada somente como mudança de comportamento, e as teorias cognitivistas enfatizam o processo da cognição, compreensão, transformação, armazenamento e uso da informação. Ocupa-se dos processos mentais. Ao professor cabe escolher aquela que para ele dará mais resultado, considerando em que perspectiva se vai trabalhar: que aluno se quer formar, para quê e como formar.

O Projeto Político Pedagógico do curso de Administração define, mesmo que implicitamente, sua opção de abordagem teórica sobre teoria de aprendizagem, quando fala explicitamente sobre currículo. Para o PPP “o curso deve incorporar a compreensão de que o próprio currículo e o próprio conhecimento devem ser vistos como construções e produtos de relações sociais particulares e históricas” (UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA, 2005, p. 11). Esta visão de currículo está apoiada na concepção pedagógica sociointeracionista, uma vez que referencia currículo

como resultado das relações sociais, e o conhecimento como resultado da construção. A concepção que subjaz este Projeto é a sociointeracionista, pois acredita na construção coletiva do conhecimento e tem como articulador do processo de ensino e aprendizagem a mediação pedagógica.

No entanto, no curso em questão observamos que o professor não se vê como parte deste processo, mas assume uma posição distante, própria da concepção tradicional, na qual o aluno é condicionado a atingir, pelo próprio esforço o conhecimento definido como útil. É a predominância da palavra do professor e das regras impostas. Todavia, numa visão sóciointeracionista, ele assumiria a posição de mediador, aquele que tentaria entender o porquê da falta de interesse, para poder intervir, tornando o ensino mais atrativo e significativo.

Quanto ao uso das tecnologias agregadas à EaD, os professores concordam com a sua importância para promover maior interação entre todos. No entanto, quando falam do uso dessas ferramentas eles parecem tímidos e evasivos, como vemos a seguir.

[...] o uso do material didático é muito importante porque você tem que trabalhar de forma que o aluno realmente você converse com ele através do seu material [...] mas era como se tivesse conversando, e ele quando lê tem de sentir isso, então é importante essa questão de toda parte de ferramenta que a gente tem para poder dar esse sentido de haver uma interação, embora distante. (P1)

[...] eu acho fantástico, eu acho que só veio realmente contribuir, agregar com a internet e facilitar o conhecimento. (P2)

[...] cada uma favorece chegar mais perto dos alunos. (P3)

Estas respostas parecem ser de pessoas que não encontram fundamentação que expliquem sua prática em EaD, pois, as ferramentas tecnológicas têm um papel muito importante, a de promover a interação e interatividade entre os pares no processo de ensino e aprendizagem. Interatividade como um movimento que vai para além do conceito de interação, isto porque a interatividade vai permitir a aproximação dos agentes que estão distantes fisicamente. Para Silva (1998, p. 29) a interatividade se concentra “na disposição para mais interação, para uma hiper-interação, para bidirecionalidade (fusão emissão-recepção), para participação e intervenção”. A fala do

P3 quando diz que “cada uma favorece chegar mais perto dos alunos” é uma afirmativa considerada evasiva, por que todas as ferramentas tecnológicas podem aproximar os alunos, podem promover a interação, mas o que pensamos sobre educação de qualidade em EaD, vai além da aproximação. Uma educação de qualidade tem por objetivo oferecer um ensino em que a aprendizagem sirva para o desenvolvimento do sujeito, sirva para o seu amadurecimento, no que diz respeito a sua participação na sociedade. Alguém que lê, escreve, interpreta e está preparado para conviver com as exigências sociais. As ferramentas podem sim contribuir para este processo, se elas forem utilizadas com o propósito da produção e socialização do conhecimento.

Quando os professores foram questionados sobre o uso das ferramentas do Moodle e o porquê da limitação ou da restrição por algumas ferramentas, eles relatam:

[...] quando eu preparava as aulas eu me reportava às ferramentas que eu tinha para pode utilizar, né? [...] não... não tive e confesso que não tive a orientação de alguém que me mostrasse como utilizar, foi falta justamente de orientação. (P1)

[...] trabalhei com filme, que a gente pediu para que eles assistir filme, para que a gente levantasse uma discussão acerca do conteúdo que foi trabalhado, o chat que é o momento que você está lá conversando e debatendo com os alunos, os fóruns também são bem interessantes, ele levanta o questionamento e cada um dá a sua opinião a respeito daquele tema daquela palavra chave que você joga ali, então tem N coisas que são colocadas ali que vem contribuir com o nosso trabalho. (P2)

[...] fórum, chat e Questionário. Muitas vezes essas outras ferramentas são utilizadas, mas não tem o feedback esperado. (P3)

O (P1) ao relatar que não teve orientação de alguém para mostrar como utilizar as ferramentas, pode querer dizer que não teve uma formação pedagógica adequada para o trabalho com EaD, porque as poucas ferramentas utilizadas poderiam ter dado maior resultado, se tivessem sido utilizadas, sob uma perspectiva participativa, colaborativa, em que os alunos fossem autores e co-autores de suas produções.

Consideramos que os professores poderiam ter melhor aproveitado as ferramentas para diminuir a distância física entre eles, professores-alunos, alunos- alunos, através do Chat, por exemplo, que pode dar bons resultados se for planejado, conjuntamente. Para o uso do Chat tem que haver um estudo prévio entre professores

e alunos. Não se pode oferecer um encontro no Chat com muitas pessoas usando-o ao mesmo tempo. Por isso, a necessidade de uma orientação do uso das ferramentas para os alunos, porque quando utilizada adequadamente, esta ferramenta pode promover o debate e em tempo real. A dúvida do aluno fica registrada, por exemplo, ela não se perde como na oralidade da sala de aula presencial. Outro colega pode revê-la e/ou transformá-la, refutá-la, ratificá-la etc. O professor pode intervir e sua intervenção também ficar registrada para ajudar outros. Mas é importante um planejamento para seu uso. O ideal é que se programe os encontros por grupos de alunos, e não como acontecia, neste curso, com todos os alunos ao mesmo tempo.

Para o uso do fórum, ambiente de debates, de discussões, em que o mediador pode fazer o aluno avançar em suas reflexões, bem como orientá-lo na organização de suas ideias. O professor pode ser “um motivador para o aluno realizar as pesquisas e os relatórios, que crie condições contínuas de feedback entre aluno-professor e aluno- aluno” (MASETTO, 2003, p. 30). Esta ferramenta, assim como o chat, poderia ser melhor utilizada, se ao invés, de frases para serem completadas ou perguntas e respostas, o professor elaborasse questões problemas, em que o aluno se sentisse desafiado a dialogar com os textos. Também se o professor assumisse o papel de mediador do processo, intervindo para provocar, para instigar, para fazer o aluno repensar suas colocações etc.

Chamou nossa atenção, quando perguntados sobre as vantagens e desvantagens da EaD o fato de os professores elegerem como desvantagens a pouca interação, a questão do interesse ou não por parte do aluno, a falta do contato físico como vemos em suas falas.

[...] as vantagens são as possibilidades de pessoas de idade mais avançada e/ou que trabalham, voltarem a estudar, a flexibilidade de horário. Quanto à desvantagem, ele diz que talvez seja a pequena interação , quando eu falei que o aluno ele busca quando ele é interessado, mas alguns que talvez não liguem muito para este aspecto e deixem de lado e não vão tirar do professor o que ele podia tirar. (P1)

[...] a vantagem é a praticidade não é, qualquer momento, você professor já tem, sua aula pronta, você posta e no momento que você tiver disponibilidade você coloca sua hora disponível e abre um chat com esses alunos para tirar dúvidas e receber questionamentos deles

questionamentos. E as desvantagens é realmente esse contato físico, que a gente sente, infelizmente, não que não tenhamos, nós temos um contato presencial mais talvez seja muito pouco e até pelo número de alunos você ter um ou dois contatos com 300, 350 alunos é muito diferente de você ter uma turma com 20,30, 40 alunos, essas seriam as desvantagens. (P2)

[...] vantagem, o acesso de um número maior de pessoas. Desvantagem, a falta de uma interação mais efetiva. (P3)

Destacamos estas falas porque os professores continuam transferindo a responsabilidade ora para o aluno, ora para a modalidade. Considerar como desvantagem para a Educação a distância a pouca interação e a distância física, significa dizer que ainda não entendemos esta modalidade. Educação a Distância, segundo Alves (2003, p.3) “compreendemos a Educação a Distância como uma das modalidades de ensino-aprendizagem, possibilitada pela mediação dos suportes tecnológicos digitais e de rede, seja esta inserida em sistemas de ensino presenciais, mistos ou completamente [...] a distância”. Esta colocação nos faz lembrar que a Educação a Distância que nós adotamos é a distância mesmo, porque os encontros presenciais foram criados neste curso para apresentação dos professores, mas isso não se constituiu numa regra. Daí que para se vencer esta distância física, usaríamos dos artifícios tecnológicos para promover a interação, se não está sendo possível, se não está havendo interação ou participação dos alunos nos eventos, vamos refletir e estudar para descobrir onde está o problema. Este é o papel do mediador pedagógico.

Diante das colocações dos professores, foi perguntado que estratégias eles utilizaram para superar essa ausência física na EaD. Como respostas, destacamos os trechos dos professores respectivamente: “é porque não tinha ponto”; “eu não sei o que eu te responder o que é que eu poderia colocar”; “tentativas de diálogos nos fóruns”, conforme suas respostas:

[...] como eu usava muito como aluna e tinha na minha turma uma bastante participação nos fóruns e nos chats eu estranhei muito e tinha desse jeito que eu fiz, de jogar as questões para que eles comentassem no fórum, eu acho que é porque não tinha ponto, porque justamente agora que eu me lembro que eu não cheguei a oferecer ponto porque eu não tinha autorização de coordenação para fazer isso né? (P1)

[...] sinceramente eu não sei o que eu te responder o que é que eu poderia colocar para chamar a atenção deles porque assim as ferramentas que eu coloquei eu não tive resposta e aí agente fica se questionando[...] (P2)

Discussões postadas nos fóruns e tentativas de diálogos nos fóruns. (P3)

Quando o professor sugere que oferecendo pontos aos alunos, talvez eles participassem mais dos fóruns ou chat, ele manifesta uma cultura escolar que se encontra arraigada em nossas práticas, cultura esta representada pela concepção pedagógica tradicional, em que os pressupostos teóricos se baseiam em “uma aprendizagem receptiva e mecânica, para o que se recorre frequentemente à coação” (LIBÂNEO, 1984, p. 24). Ao invés de coação, existe a possibilidade da orientação, da mediação pedagógica em favor da autonomia do aluno. A avaliação escolar aparece reduzida a um instrumento destinado unicamente a definir os merecedores dos prêmios e das punições, sendo assim associada à exclusão, à punição, ao castigo. Demo (2006, p. 29) comenta que “a obsessão pelo ensino é o signo maior das instituições educacionais instrucionistas”, esta é uma assertiva bem colocada, pois numa perspectiva sociointeracionista, o processo é inverso, o foco está na aprendizagem.

A perspectiva é de oferecer, por exemplo, oportunidades para o aluno se acostumar com as novas práticas, ser modelo de participação, oportunizar debates significativos e não frases para serem completadas como vimos professores colocar em alguns Fóruns Temáticos.

Estas tentativas fracassadas dos professores em promover uma maior interação entre os alunos devem-se ao fato de eles desconhecerem concepção e metodologia pedagógicas que os orientassem nesse sentido. Há que se considerar também a

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