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4 MATERIAL E MÉTODO

4.4 Divisão por etapas

4.4.2 Formação e capacitação dos estudantes no método

Na próxima etapa foram realizadas duas oficinas e ambas ministradas pela professora de Arte. A primeira foi a oficina teórica de encenação, com todos os estudantes das 6 turmas onde tinha-se como objetivo mostrar a distribuição das funções e atribuições para elaboração de uma peça teatral, para que todos os estudantes pudessem se enquadrar em alguma. A proposta era que todos os estudantes participassem e contribuíssem para a construção e realização da peça teatral de sua respectiva turma. As funções definidas com suas respectivas atribuições, durante a oficina de encenação seguem no quadro 2.

Quadro 2– Funções e atribuições para elaboração de uma peça teatral.

Função Atribuições

Direção Geral, Direção de Cena e Coreografia.

 Comandar e que moralmente está apto a dar uma ordem de comando, da mesma forma que terá que adquirir habilidade de contornar situações e de harmonizar as diversas partes do conjunto.

Direção de Arte (Figurino e Maquiagem).

 Criar, confeccionar ou encontrar vestimenta dos personagens;

 Pintura do rosto ou do corpo dos personagens. Direção de Arte (Cenografia),

Direção de Arte (Sonoplastia) e Direção de Arte (Figurino e Maquiagem).

 Promover ambiência concreta da cena e suas sensações;

 Ajudar na passagem de tempo e troca de cena;  Pensar como poderá desenvolver a encenação;  Responsáveis por toda criação, organização e

arrumação da construção da cena. Produção (Fotografia,

Filmagem/Edição, Diário de bordo, Divulgação e Apoio)

 Fotografar e filmar ensaios e peça;  Relatar todos os encontros e ensaios;  Divulgação da peça para o festival;

 Oferecer suporte durante os ensaios e encenação da peça.

Atores  Atuar como personagens que interpretam e encenam a história

Fonte: Autor (2018)

Durante a oficina de encenação foi entregue uma ficha técnica (Apêndice A) para cada turma, onde todos os estudantes deveriam ser incluídos com indicação da função específica de cada um na montagem da peça teatral. Foi proposto que cada turma realizasse a distribuição dos seus integrantes, de acordo com as funções e atribuições demonstradas. A partir das orientações dadas na oficina de encenação, as turmas deveriam entregar a ficha técnica devidamente preenchida no prazo de uma semana. Essa oficina ocorreu no auditório da própria escola no dia 7 de agosto e teve a duração de 2h/aula.

Após a entrega da ficha técnica devidamente preenchida, e cada estudante sabendo a função que viria a desempenhar, ocorreu o encontro dos professores de Biologia e Arte com os estudantes que fazem parte da direção geral, direção de cena e direção de arte (cenografia, figurino e sonoplastia) para orientação dos projetos de encenação (Apêndice B) de cada turma. Nesse projeto as turmas precisaram detalhar cena a cena como seria o cenário, iluminação, sonoplastia e figurinos. Foi compactuado o prazo de um mês para a entrega dos projetos de encenação e a partir deles saber os elementos que iriam compor o palco e vestuário e assim comprar os materiais necessários. Esse encontro ocorreu na biblioteca da própria escola no dia 04 de setembro e teve a duração de 2h/aula.

Houve outra oficina, de jogos teatrais, com os estudantes escolhidos como atores de cada turma, visando potencializar as performances dos estudantes, durante a encenação da peça. Nelas foram utilizadas algumas propostas das metodologias dos jogos teatrais existentes nas literaturas de Viola Spolin (2010) e Augusto Boal (2008). Os jogos teatrais utilizados com sua respectiva descrição e objetivo, segue quadro abaixo (quadro 3).

Quadro 3- Jogos teatrais utilizados na oficina com sua descrição e objetivos

Jogo Teatral Descrição Objetivo

Sentindo o eu como o Eu (SPOLIN, 2010).

Permanecer em seu lugar e em silêncio, onde fisicamente sentem aquilo que está em contato com seu corpo. A professora proferiu alguns comandos como “sinta sua perna”, sinta seu pé”, “sinta o chão”, “sinta sua mão”, sinta seu cabelo”, “sinta a música”, sinta o espaço a sua volta” Descobrir a percepção do corpo todo, explorando a concentração do jogador e ter um encontro consigo mesmo. Caminhada no espaço n.2 (SPOLIN, 2010).

Caminhar livremente pelo espaço e sustentar a si mesmo ou permitir que o espaço os sustente. A professora determinou as seguintes instruções “atravesse o espaço e deixe que o espaço atravesse”, “entre no seu corpo e sinta as tensões”, “sinta seus ombros”, “sinta sua coluna de cima a baixo”, “sinta seu interior”, “você sustenta seu rosto, seus dedos dos pés, seu esqueleto”, você é o único suporte”, “agora mude, deixe que o espaço o sustente”.

Sentir o espaço a sua volta e sustentar a si mesmo ou deixar que a substância do espaço o sustente.

Tocar e ser tocado/ ver e ser visto (SPOLIN, 2010)

Caminhar pelo espaço e tocar em qualquer objeto percebido. Pedir para tocar neles mesmos ou na sala e perceber o objeto e depois deixar que o objeto os percebam.

Criar uma consciência sensorial. Hipnotismo colombiano (BOAL, 2005).

Formar duplas, onde um jogador põe a mão a poucos centímetros do rosto do outro, o mesmo como hipnotizado deve manter sempre a mesma distância da mão do hipnotizador. O

Trabalhar a concentração, no momento que é hipnotizado.

hipnotizador deverá fazer movimentos lentos com as mãos e o hipnotizado irá seguir esses movimentos. Depois os papéis são invertidos e logo após formaram-se grupos de três pessoas, onde um estudante hipnotiza dois.

Empurrar um ao outro (BOAL, 2008).

Formar duplas, onde os dois tem mais ou menos o mesmo peso e a mesma força, e pedir para que eles fiquem um diante do outro, segurando-se pelos ombros, inclinando seus corpos, dividindo a base nas duas pernas e comecem a empurrar um ao outro, sem a necessidade de derrubar o companheiro.

Demonstrar o potencial de força e trabalhar a interação.

João bobo/ João teimoso (BOAL, 2008).

Formar grupos com participantes numa roda, e colocar um integrante no meio desta. O estudante que fica no meio do círculo fecha os olhos e permanece com os pés juntos, deixando seu corpo ser balançado dentro da roda, pelos outros estudantes, sem fazer nenhum esforço. Depois trocaram de lugar, para que todos possam ser o “João bobo”

Exercitar o equilíbrio e a confiança no outro.

Blablação (SPOLIN, 2010)

Formar duplas e iniciar uma conversa substituindo formas de sons que tornam as palavras reconhecíveis por expressão vocal acompanhada de ações. Devem ter uma conversação como se estivessem falando uma língua desconhecida, mas fazendo sentido perfeito. Introduzir comunicação verbal Balão como prolongamento do corpo (BOAL, 2008).

Distribuir um balão de festa para cada estudante e pedir para enche-los. No comado da professora eles devem mantê-lo no ar tocando-o com qualquer parte de seu corpo, como se seu corpo fosse parte do balão. Um

Trabalhar a interação geral entre todos os estudantes atores.

estudante pode ajudar ao outro para que o balão não caia.

Fonte: Autor (2018)

Essa oficina foi realizada em dois momentos no auditório da própria escola, nos dias 11 de setembro com as turmas C, D e F totalizando 34 estudantes e no dia 18 de setembro com as turmas A, B e D totalizando 32 estudantes. Ambas as oficinas tiveram uma duração de 2h/aula.

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