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FORMALIZAÇÃO DAS REGRAS DE TRANSFORMAÇÃO UTILIZANDO A ATL

O processo de formalização é realizado por meio da criação das regras de transformação na linguagem ATL. Por meio das regras, os elementos dos metamodelos de origem e destino são relacionadas diretamente, com o objetivo de automatizar parte do processo de transformação do modelo BPMN para classes de análise no diagrama de classes.

Com a definição das regras e a formalização dos processos é possível visualizar os elementos do metamodelo da UML que irão compor o modelo Plataform Independent Model (PIM), o que permite verificar as características de construção e de funcionamento do modelo final obtido.

O modelo PIM representa o segundo nível da MDA, e neste nível o modelo de análise do sistema é criado com base no modelo CIM. Os processos de negócio são relacionados aos processos de sistema, o qual é estabelecido de forma independente, desconsiderando qualquer limitação existente na plataforma em que o sistema será desenvolvido. Este modelo define as classes do sistema e os seus relacionamentos.

Neste trabalho, para formalização do método proposto foi utilizada a linguagem de transformação ATL, a qual dispõe de um ambiente de desenvolvimento integrado, que é com- posto por um conjunto de ferramentas para a compilação, execução e depuração de regras de transformações criadas na própria linguagem.

Para a criação das regras na ATL é necessário definir os metamodelos que serão utiliza- dos no processo de transformação. Para realizar a criação dos metamodelos dentro da plataforma Eclipse foi utilizado o componente Graphical Modeling Framework (GMF) versão 3.0.1, o qual faz parte do Graphical Modeling Project (GMP). Os metamodelos de origem e destino criados na ferramenta são baseados na Figura 1 e na Figura 9 respectivamente.

Após a elaboração dos metamodelos foram criadas as regras de transformação ATL. Uma destas regras é apresentada na Figura 37.

Nesta declaração foi atribuído o nome R1 à regra e foi criada a variável piscina que representa o elemento de origem e a variável classe que representa o elemento de destino a ser transformado. Cada uma delas recebe a atribuição do elemento juntamente com a indicação do metamodelo a que pertence. Na declaração da variável piscina é executado um método que

Figura 37 – Regra de Transformação R1 em ATL

Fonte: Autoria própria

verifica se o elemento atende aos requisitos para a transformação. Na sequência os atributos da classe recebem os valores de acordo com a definição da regra R1 que foi apresentada na Seção 4.4. Quanto as demais regras, estão listadas no Apêndice A.

O documento com as regras em ATL possui três partes distintas: o header, que iden- tifica os metamodelos de origem e destino que fazem parte do processo de transformação, os

helpers, utilizados para a criação dos métodos que verificam os requisitos para que um elemento

seja transformado, assim como tratar exceções previstas nas regras e por última as regras, que relacionam diretamente os elementos de cada metamodelo e especificam como os dados de um elemento são transformados para o outro.

Outro passo necessário é a criação do modelo de origem, o qual é definido a partir do metamodelo do BPMN. Ao elaborar o modelo, o mesmo é criado de forma estruturada por meio da seleção dos elementos que o compõem e posteriormente cada um destes recebe as atribuições de suas características. Como resultado é obtido o arquivo XML Metadata Interchange (XMI) do modelo, que posteriormente é utilizado na configuração da execução das regras em ATL. A criação destes modelos pode ser observada com mais detalhes nas seções 5.1, 5.2 e 5.3.

Após a criação do modelo BPMN é necessário realizar a configuração de execução do arquivo ATL, o qual realiza a transformação para modelo final em XMI de forma automatizada. Esta configuração exige a determinação de 5 parâmetros, sendo elas a localização da origem do arquivo ATL com as regras de transformação, a localização dos arquivos Ecore do metamodelo de origem e de destino, a localização do arquivo XMI do modelo de origem e por último é necessário definir qual a localização e o nome do modelo de destino que é gerado em XMI. As configurações de execução do arquivo das regras ATL são exibidos na Figura 38.

Figura 38 – Configuração da Execução da Regras ATL

Fonte: Autoria própria

A partir da configuração correta da execução das regras ATL o projeto é executado e o modelo final em XMI é gerado. Exemplos de arquivos XMI estão apresentados nos Apêndices B, C e D. A partir deste arquivo XMI, o qual possui instruções em alto nível que devem ser analisadas manualmente, são obtidas as instruções de criação das classes e seus relacionamentos. Com este processo o modelo final de diagrama de classes é construído, conforme apresentados nos estudos de caso do Capítulo 5.

Esta etapa utiliza um processo de semi-formalização da transformação em razão de não gerar o modelo final, e sim a estrutura do modelo final na qual a sua construção é baseada. No entanto, com isso previne-se parte dos erros de interpretação que podem ser ocasionados por um analista ao criar os modelos apenas de forma manual.

Assim como nas fases anteriores, caso seja necessário modificar os requisitos e carac- terísticas da transformação dos modelos, deve-se retornar às outras fases para que as regras de transformação sejam redefinidas e a formalização das regras sejam refeitas.

4.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A criação de um método de transformação prevê a transformação dos elementos do modelo de origem para o modelo de destino e para tal, é necessário identificar a arquitetura que será aplicada assim como definir as fases que compõem o método para que as regras de relacionamento sejam estruturadas de forma que o objetivo final seja alcançado.

O método TMBC propôs a transformação de processos de negócio em BPMN direta- mente para modelos de classes de análise utilizando a arquitetura MDA e realizando o processo de forma direta, evitando a necessidade da criação de outros modelos para obtenção dos requi- sitos para a geração do modelo final. Além disso, sua concepção teve como objetivo aplicar um processo formal por meio da linguagem ATL para que a geração da estrutura do modelo fosse realizada de forma automática, buscando desta forma diminuir a chance de acontecimento de erros no processo de transformação.

Uma vez que as estruturas estejam ajustadas e o método de transformação TMBC seja executado, o modelo de destino é obtido. Com a obtenção do resultado é possível identificar possíveis melhorias que podem ser aplicadas ao método para que o mesmo seja aprimorado.

Em razão disso, o método possibilita um processo iterativo entre as suas fases, per- mitindo a inclusão de elementos ainda não suportados nas etapas de transformação caso sejam identificadas novas equivalências entre os elementos dos metamodelos. Caso isto ocorra, eta- pas anteriores do método de transformação são retomadas para que as novas características do relacionamento sejam encontradas e este seja atualizado de forma correta.

5 RESULTADOS

Este capítulo apresenta os resultados obtidos com a aplicação do método de transfor- mação TMBC em 3 estudos de caso. Os estudos de caso 1 e 2 foram escolhidos considerando os modelos utilizados nas publicações encontradas no mapeamento sistemático. No entanto, nestas publicações não foi localizado um modelo BPMN que englobasse todos os elementos da trans- formação proposta pelo TMBC e por esta razão o estudo de caso 3 foi criado, para que fosse possível visualizar as transformações de todas as regras utilizadas no método de transformação em um único modelo.

Posteriormente, por meio dos resultados obtidos nos estudos de caso, o método TMBC é comparado com outros métodos propostos na literatura identificando quais são as diferenças de suas abrangências e quais são os pontos positivos e negativos deste método em relação aos demais.

Este capítulo está dividido da seguinte maneira: a seção 5.1 apresenta a aplicação do método de transformação no estudo de caso 1 e as seções 5.2 e 5.3 apresentam o uso do TMBC nos estudos de caso 2 e 3, respectivamente. Na seção 5.4 é realizada uma comparação do mé- todo TMBC com os métodos propostos em outras publicações. Na seção 5.5 é apresentada as considerações finais do capítulo.

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