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5.3 FORMAS DE LEITO SEDIMENTARES

5.3.2 FORMAS DE LEITO NA PLATAFORMA CONTINENTAL

Formas de leito em grande escala ocorrem em plataformas continentais rasas, terrígenosas ou carbonáticas e em plataformas epicontinentais que são afetadas por fortes correntes geostróficas, ondas de tempestades ocasionais e/ou correntes de maré. Próximo ao fundo, as velocidades atingem tipicamente 0.5 - 1.5 m/s (Mc Cave 1971; Harms et al. 1974; Flemming 1978; Field et al. 1981).

Perto da linha de costa, ondas rasas formam as dunas subaquáticas de grande escala que geram correntes oscilatórias e unidirecionais que podem produzir formas de leito 2-D ou 3-D com comprimento de onda máximo de 1-3 m. A simetria da forma de leito e a direção da migração refletem a dominância relativa das correntes em direção à costa “onshore” versus correntes em direção ao mar “offshore”.

As profundidades de água nas plataformas continentais permitem o desenvolvimento de formas de leito de dimensões variadas (Flemming 1978; Stride 1982; Harris et al. 1986). A geometria das grandes formas de leito reflete as forças relativas das correntes dominantes e opostas e, em alguns casos, a modificação das ondas. Sob a influência de fortes correntes unidirecionais, ou de correntes de maré bidirecionais onde os vetores do fluxo oposto são fortemente assimétricos, as formas de leito marinhas podem desenvolver avalanches de 30-35º (Harms et al. 1974; Flemming 1978, 1980, 1982). Contudo, sob a influência de correntes de maré bidirecionais mais simétricas, as formas de leito têm tipicamente declives mais suaves, geralmente menores que 10º mas ocasionalmente podendo ultrapassar os 20º (Stride 1982; Harris et al. 1986). As formas

muito grandes são relativamente estáveis, nas escalas de tempo de meses ou anos, devido ao volume de sedimentos nelas acumulado; já as formas menores sobrepostas são mais dinâmicas, respondendo às flutuações das marés diárias (Jones et al. 1965; Bokuniewieg et al. 1977; Allen 1980; Flemming 1980; Langhorne 1982; Stride 1982; Amos & king 1984; Harris & Collins 1985).

Figura 5.16 - Batimetria simplificada da área de estudo e localização das figuras 5.17 a 5.26.

Figura 5.17 - Sonograma registrado com o sonar de varredura lateral da EG&G, operando na freqüência de 500 kHz, com range de 50m, mostrando mudanças abruptas na morfologia da forma do leito relacionadas com a batimetria. (A) Linha de levantamento, (B) Primeiro retorno do fundo, (1) Leito plano / sedimento fino, (2) Dunas com pequeno comprimento de ondas e (3) Dunas com médio comprimento de ondas, para localização ver figura 5.16.

Figura 5.18 - Sonograma registrado com o sonar de varredura lateral da EG&G, operando na freqüência de 500 kHz, com range de 50m, mostrando mudanças abruptas na morfologia da forma do leito relacionadas com a batimetria. (A) Linha de levantamento, (B) Primeiro retorno do fundo, (1) Leito plano / sedimento fino proveniente dos dejetos sólidos lançados “in natura” no rio Potengi, (2) Dunas com pequeno comprimento de ondas e (3) Dunas com médio comprimento de ondas, para localização ver figura 5.16.

Figura 5.19 - Sonograma adquirido através do sonar de varredura lateral da Odom, operando na freqüência de 200 kHz, com range de 20m, mostrando mudanças abruptas na morfologia da forma do leito relacionadas com mudanças na batimetria. (A) Linha de levantamento, (B) Primeiro retorno do fundo, (1) Leito plano / sedimento fino, (2) Dunas com médio comprimento de ondas e (3) Afloramento submerso da Formação Barreiras denominado na carta batimétrica como a Pedra do Oitizeiro, para localização ver figura 5.16.

Figura 5.20 - Sonograma registrado com o sonar de varredura lateral da EG&G, operando na freqüência de 500 kHz, com range de 50m, mostrando mudanças abruptas na morfologia da forma do leito relacionadas com mudanças na batimetria. (A) Linha de levantamento, (B) Primeiro retorno do fundo, (1) Leito plano / sedimento fino, (2) Dunas com médio comprimento de ondas, (3) Dunas com grande comprimento de ondas e (4) Afloramentos submersos da Formação Barreiras, para localização ver figura 5.16.

Figura 5.21 - Sonograma adquirido com o sonar de varredura lateral da EG&G, operando na freqüência de 500 kHz, com range de 50m, mostrando mudanças abruptas na morfologia da forma do leito e tipo de sedimentos relacionados à batimetria. (A) Linha de levantamento, (B) Primeiro retorno do fundo, (1) Leito plano / sedimento fino, (2) Dunas com grande comprimento de ondas, observando-se a ocorrência de sobreposição de formas de leito menores assimétricas em decorrência da ação das correntes de maré de enchente e vazante, para localização ver figura 5.16.

Figura 5.22 - Registro sonográfico adquirido com o sonar de varredura lateral da EG&G, operando na freqüência de 500 kHz, com range de 50m, apresentando mudanças abruptas na morfologia da forma do leito relacionadas com mudanças na batimetria. (A) Linha de levantamento, (B) Primeiro retorno do fundo, (1) Leito plano / sedimento fino e (2) Dunas com médio comprimento de ondas, para localização ver figura 5.16.

Figura 5.23 - Sonograma adquirido através do sonar de varredura lateral da Odom, operando na freqüência de 200 kHz, com range de 20m, mostrando mudanças abruptas na morfologia da forma do leito relacionadas com mudanças na batimetria. (A) Linha de levantamento, (B) Primeiro retorno do fundo, (C) Depressão criada pelo vórtice de fluxo turbulento originado pelo espigão do 17º G.A.C, (1) Leito plano / sedimento fino, (2) Dunas com médio comprimento de ondas e (3) Dunas com grande comprimento de ondas, apresentando outras morfologias de pequeno porte sobrepostas, para localização ver figura 5.16.

Figura 5.24 - Sonograma adquirido através do sonar de varredura lateral da EG&G, operando na freqüência de 500 kHz, com range de 50m, mostrando mudanças abruptas na morfologia da forma do leito relacionadas com mudanças na batimetria. (A) Linha de levantamento, (B) Primeiro retorno do fundo, (C) Assimetria irregularmente descontínua com forma circular originada pelo vórtice do 17º G.A.C, (1) Leito plano / sedimento fino, (2) Dunas com médio comprimento de ondas e (3) Dunas com grande comprimento de ondas, apresentando outras feições de fundo de pequeno porte sobrepostas, para localização ver figura 5.16.

Figura 5.25 - Sonograma adquirido através do sonar de varredura lateral da EG&G, operando na freqüência de 500 kHz, com range de 50m, mostrando mudanças abruptas na morfologia da forma do leito relacionadas com mudanças na batimetria. (A) Linha de levantamento, (B) Primeiro retorno do fundo, (1) Dunas com grande comprimento de ondas, apresentando outras feições de fundo de pequeno porte sobrepostas, para localização ver figura 5.16.

Figura 5.26 - Sonograma adquirido através do sonar de varredura lateral da EG&G, operando na freqüência de 500 kHz, com range de 50m, mostrando mudanças abruptas na morfologia da forma do leito relacionadas com mudanças na batimetria. (A) Linha de levantamento, (B) Primeiro retorno do fundo, (1) Leito plano / sedimento grosseiro e (2) Rochas praiais “beachrocks” na foz do rio Potengi, reforçando a hipótese de que o rio não desaguava no local atual, para localização ver figura 5.16.

Através da imagem do sensor ETM+ do Landsat 7 (2001) utilizando a banda 2 submetida ao filtro direcional sunangle (247ºAz e 17º de inclinação solar) foi possível identificar grandes formas de leito na plataforma continental interna e intermediária até uma profundidade de aproximadamente 30 metros (Figura 5.27). Analisando-se outras imagens, estas formas de fundo são bem estáveis na escala do tempo apresentando comprimentos de onda em torno de 350 metros, sendo classificadas como dunas com comprimento de onda muito grande, de acordo com Ashley (1990).

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