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Formas pelas quais os agricultores tomaram conhecimento da tecnologia e o que influenciou na sua adesão

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO

2 REVISÃO DA LITERATURA

3.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA

4.1.5 Formas pelas quais os agricultores tomaram conhecimento da tecnologia e o que influenciou na sua adesão

A pesquisa reportou que os agricultores tomam conhecimento da tecnologia e são influenciados em optar pela adoção por diversas fontes, o que, segundo a teoria da difusão da inovação, é comum que o adotante busque minimizar as incertezas de várias formas. Ao mesmo tempo, os resultados demonstram a importância das empresas de consultoria e serviço e a indústria de máquinas e implementos agrícolas como difusoras da AP no Brasil, uma vez que essas estão presentes em eventos, como feiras e exposições, que, juntamente com as visitas comerciais dos PSAP estão entre as principais fontes de informação inicial, tanto quando utilizados resultados obtidos diretamente de agricultores ou dos PSAP, o que vem confirmar o que foi constatado por Anselmi (2012), Bernardi e Inamasu (2014) e Batista (2016).

A influência de outros agricultores também aparece com destaque nos dois grupos de respondentes, indo ao encontro ao que menciona Rogers (2003), que uma tecnologia tende a se difundir depois de testada e aprovada, e esta etapa, para muitos adotantes, ocorre nas propriedades vizinhas, onde os agricultores baseiam-se nas experiências ali ocorridas, mesmo que possam ser respostas subjetivas. A mídia aparece como uma das principais fontes de informação para os agricultores.

As instituições de pesquisas aparecem, no geral, com indicadores médios/baixos, ao se isolar as citações específicas ao projeto Aquarius (Figura 13), assim como às universidades reportam que a pesquisa é importante para dar suporte ao processo de expansão. Resultado semelhante também foi constado nos trabalhos de Anselmi (2012) e Batista (2016), sendo que nesta pesquisa mesmo dentro da diversidade existe uma relação positiva entre as respostas dos agricultores e PSAP conforme figura a seguir.

Figura 13 - Forma pela qual os agricultores tomaram conhecimento sobre a tecnologia

Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados coletados. PSAP: Prestadores de Serviço em Agricultura de Precisão.

Fountas et al. (2005) e Molin (2016), também consideram que as fontes de informação sobre as práticas da AP são muito variadas, tanto no Brasil, quanto em outros países. No Reino Unido e na Dinamarca, por exemplo, as informações são adquiridas junto ao agrônomo ou com os fabricantes de máquinas. No Brasil, embora a pesquisa tenha apontado as Cooperativas como sendo as mais confiáveis na prestação de informações, Anselmi (2012), Antolini (2015) e Batista (2016), citam a indústria de máquinas e empresas de consultoria e prestação de serviço como as mais importantes fontes de difusão de informações e de tomada de decisão quanto a adoção da AP. Além desses, Soares Filho e da Cunha (2015) também reportaram a limitada influência das Universidades, o que também foi comprovado por Batista (2016). Assim, a criação da disciplina de AP e trabalhos de extensão e pesquisa nas propriedades agrícolas, pode contribuir para uma maior influência destas instituições.

19,14 14,89 21,28 4,26 14,89 10,64 4,26 12,76 10,64 21,28 25,53 23,4 25,53 10,64 4,26 6,34 25,53 0 5 10 15 20 25 30 Pe rce n tu al (% ) Fontes de informação Agricultores PSAP

4.2 CULTURAS QUE MAIS ADOTAM A AGRICULTURA DE PRECISÃO NO RIO GRANDE DO SUL E NO BRASIL

Os resultados da pesquisa reportaram que as culturas anuais de grãos que mais adotam a AP são soja e milho, respectivamente. O trigo aparece como terceira cultura na escala de utilização da tecnologia, devendo-se considerar que é cultivado apenas em algumas regiões do país.

O arroz irrigado, outra cultura pesquisada, tem seu cultivo com irrigação por inundação, com seu desenvolvimento, na maior parte do tempo, dentro de uma lâmina de água, especialmente quando utilizada semeadura pré-germinada. Assim, tem suas práticas culturais diferenciada das demais culturas pesquisadas, o que deve interferir na menor utilização das técnicas da AP que necessitariam ser adequadas a estas condições, o que justifica em parte o baixo índice que aparece o arroz na pesquisa, mesmo sendo uma cultura de expressão no Rio Grande do Sul3.

Em algumas propriedades do Estado do Rio Grande do Sul verifica-se a utilização da tecnologia de AP no uso de corretivos e fertilizantes a taxa variável, onde, inclusive, a calagem tem se destacado pela resposta positiva, melhorando o desenvolvimento e perfilhamento das plantas de arroz até que se efetue a primeira rega, quando a água regula o pH. Também, têm sido utilizadas imagens aéreas para acompanhar o desenvolvimento da cultura, fundamentalmente, para solução de problemas na irrigação, uma vez que as aplicações de adubação em cobertura e agroquímicos, geralmente, são feitas via aérea. O sistema de orientação e sensores de colheita se destacam entre as ferramentas mais usadas, mesmo que na maioria dos casos não sejam gerados mapas de colheita.

Na Figura 14, o número de respostas dos agricultores está em percentual e, como o respondente pode assinalar mais de uma alternativa, independentemente do tamanho da área cultivada, o somatório é maior do que 100%. As culturas, tabuladas como outras, correspondem a aveia, nabo forrageiro, canola e alfafa, que foram citadas por alguns agricultores.

3 Segundo dados do Instituto Rio Grandense do Arroz – IRGA, de 12/02/2017, a área Plantada com arroz no Rio Grande do Sul na safra 2016/2017 é em torno de 1.086.851 hectares. <http://www.irga.rs.gov.br>.

Figura 14 - Percentual de cultivo das culturas de soja, milho, trigo e arroz, entre os adotantes de agricultura de precisão no Rio Grande do Sul

Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados coletados com agricultores.

Os resultados obtidos neste levantamento aproximam-se com os de Anselmi (2012) e Bernardi (2014), em relação às culturas que mais utilizam AP. A pesquisa incluiu a cultura do arroz, que apontou 8,51%, percentual este que se distribuído nas culturas de soja, milho e arroz, chega-se muito próximo a 99% de uso na soja, 82% no milho e 79% no trigo, dados reportados por Anselmi (2012).

Os resultados obtidos junto aos PSAP reportaram resultados semelhantes em relação ao uso da AP nas culturas da soja e milho obtidos no levantamento realizado junto aos agricultores. Isto demonstra que a tecnologia é aplicada em todo o Brasil, portanto, não se limita a clima, tipo de solo e relevo.

4.3 FATORES QUE INTERFEREM NA ADOÇÃO E DIFUSÃO DA AGRICULTURA