2 Estado da Arte
2.5 Ligas Usadas para Vazamento em Coquilha
2.5.3 Fusão e Tratamentos no Estado Líquido
2.5.3.2 Fornos de Fusão e Manutenção
A escolha dos fornos de fusão usados na fundição deve ter em atenção tanto os factores económicos como os metalúrgicos.
Os factores económicos englobam a eficiência das trocas térmicas, a depreciação do capital, o grau de utilização e ainda os custos de operação, que incluem os custos de manutenção e de exploração, a par de custos de combustível e energia.
Os factores metalúrgicos têm como implicação a tendência da carga para reagir com o meio ambiente, afectando o controlo da composição. As perdas de metal são tanto mais críticas quanto maior for o valor intrínseco do metal.
Os fornos podem ser classificados de inúmeras formas, quanto à qualidade do material que se pretende obter, quanto ao tipo de construção, processo de aquecimento e quanto ao tipo de refractário.
Para a sua descrição neste trabalho serão classificados quanto ao tipo de trocas térmicas, sendo eles:
Fornos elétricos
Fornos de revérbero
Fornos de cadinho
Os fornos utilizados para a fusão de ligas de alumínio são os fornos de cadinho e fornos de revérbero, sendo estes os que têm maiores capacidades e são alimentados a gás natural por ser mais barato que a electricidade; para a manutenção são mais usuais os fornos eléctricos, uma vez que estes são mais pequenos e mais fáceis de controlar.
A capacidade dos fornos e a velocidade de fusão têm de estar relacionadas com as necessidades do metal fundido e com a regularidade esperada para o vazamento.
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Fornos de cadinho
A liga é colocada num recipiente em material refractário, designado por cadinho, aquecido exteriormente à chama. São fornos mais utilizados para obter pequenas quantidades de líquidos de ponto de fusão não muito elevado, tais como as ligas de alumínio e cobre.
O cadinho é geralmente feito com uma mistura de argila-grafite ou com carboneto de silício. O material utilizado na construção do cadinho é escolhido tendo em conta a liga que se pretende preparar. O material que se pretende fundir não deve dissolver o material do cadinho. Por vezes, utilizam-se também cadinhos de ferro fundido ou de aço, convenientemente revestidos para evitar reacções entre o cadinho e o metal líquido. Para aquecimento dos cadinhos utilizam-se combustíveis sólidos, líquidos ou gasosos.
Outros factores que influenciam na escolha do material do cadinho são:
A temperatura de fusão do material que se vai preparar
O rendimento térmico que se pretende obter
Para evitar o contacto dos gases de combustão com o metal líquido e as consequentes absorções de gases e formação de óxidos, é conveniente cobrir este ou com substâncias protectoras que flutuem no metal ou com uma tampa a cobrir o cadinho.
Este tipo de forno pode classificar-se quanto ao tipo de construção como:
Cadinho móvel
Cadinho fixo (Fig. 32)
Cadinho basculante
Cadinho rotativo (Fig. 31)
85 Devemos ter em atenção o facto de que não se deve utilizar o mesmo cadinho para a preparação de ligas diferentes, pois apesar da limpeza efectuada após a preparação de uma determinada liga permanecem sempre resíduos, correndo o risco da liga conter os elementos existentes da operação anterior.
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Fornos de Revérbero
O metal líquido fica sobre a soleira do forno, sendo aquecido por reflexão do calor na abóbada deste e por contacto directo com os gases de combustão.
Utilizam-se cada vez menos para obter aço vazado e ferro fundido branco, embora se empreguem também para a fusão de grandes quantidades de ligas de cobre e mesmo de alumínio.
Os combustíveis mais utilizados nestes fornos são os gasosos. Também se utilizam bastante os líquidos e até o carvão pulverizado. São fornos de instalação inicial económica, visto que utilizam combustíveis baratos, tais como o carvão e petróleo bruto.
Nestes fornos (Fig. 33), como referimos anteriormente, os produtos fundidos estão em contacto com os gases de combustão o que tem como inconvenientes o facto de incorporar no material impurezas dos combustíveis e o de serem atacadas pelos gases de combustão.
Nestas condições não é fácil regular a composição do produto fundido e as peças não ficam com a garantia das características desejadas, portanto não é aconselhável para a obtenção de peças de responsabilidade.
Apresentam um rendimento calorífico baixo, porque o calor é transmitido aos produtos a fundir quase exclusivamente por irradiação; por isso este tipo de fornos só é utilizado na fundição de produtos ferrosos quando a produção não justifica a instalação de outro tipo.
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Fornos eléctricos
Os fornos eléctricos são muito utilizados tanto na fusão como na manutenção de ligas de alumínio.
Podem classificar-se como:
Fornos eléctricos de indução
Fornos eléctricos de resistência
Vantagens dos fornos eléctricos
Este tipo de forno permite obter produtos de elevada pureza, são económicos, como também permitem uma fácil regulação da temperatura conseguindo-se atingir temperaturas elevadas.
Inconvenientes dos fornos eléctricos
Têm como principal inconveniente o custo inicial de instalação, uma vez que obrigam à instalação de acessórios dispendiosos.
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Fornos eléctricos de indução
Usam-se quer para ligas ferrosas, quer para fundir outras ligas, nomeadamente às de cobre e de alumínio. Este tipo de fornos garante uma grande fiabilidade e controlo das ligas elaboradas.
Na maioria dos casos, são fornos de cadinho aquecidos por efeito de correntes induzidas. Empregam-se frequentemente quando se pretende obter ligas de composição muito bem definida, por não haver as alterações da composição que resultam geralmente do contacto com os gases de combustão, quando o aquecimento é produzido pela chama de qualquer combustível.
Estes fornos (Fig. 34) são constituídos por uma bobina primária refrigeradora por circulação de um fluido, a qual funciona como o primário de um transformador gerando correntes induzidas no secundário que é o metal ou liga que vai ser fundido.
Este tipo de fornos divide-se em:
Fornos de indução de baixa frequência – (frequência da rede eléctrica – 50 Hz)
Fornos de indução de média frequência – (frequência de aproximadamente 500 Hz)
Fornos de indução de alta frequência – (frequência acima dos 500 Hz)
89 Existem ainda fornos de indução de canal (Fig. 35) em que o aquecimento do metal em fusão é feito por indução apenas no interior de canais acoplados à base do forno. O metal, depois de aquecer dentro do canal, fica menos denso e por convecção sobe dando lugar a outro metal mais frio do banho metálico em fusão.
Este tipo de fornos eléctricos tem a vantagem de não necessitar de tanta energia eléctrica para manter o metal em fusão.
Fornos eléctricos de resistência
Utilizam-se mais como fornos de manutenção, isto é mantêm o metal fundido à temperatura de vazamento, do que como fornos de fusão. Geralmente, destinam-se a aquecer cadinhos para produzir pequenas quantidades de metal líquido de baixo ponto de fusão.
Estes fornos são constituídos por uma ou duas resistências eléctricas que aquecem por efeito de Joule e transmitem o calor gerado por condução ou por radiação até ao metal a fundir.
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