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Frequência respiratória (FR) Na comparação entre os grupos, não houve

Quadro 1 Parâmetros de classificação dos animais quanto ao grau de desidratação utilizados em 36 cadelas com piometra

DESIDRATAÇÃO SINAIS CLÍNICOS < 5% Não detectável

5 Doença renal de estágio final (ESKD)

5.1. Anamnese e exame físico 1 Idade

5.1.5. Exame físico

5.1.5.3. Frequência respiratória (FR) Na comparação entre os grupos, não houve

diferença em nenhum dos tempos estudados para a FR (tabela 7).

Tabela 7 – Valores médios (e devios-padrão) de frequência respiratória – FR (mpm) nos diferentes tempos de avaliação em 36 cadelas com piometra (G1 e G2)

Frequência respiratória (mpm) Grupo T0 T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 1 66,60 Abc (51,87) 47,71 Aab (35,06) 54,60 Aab (56,66) 36,0 Aa (12,24) 38,80 Aa (38,78) 40,80 Aab (22,65) 63,80 Ab (49,12) 98,12 Ac (60,73) 2 58,75 Abc (37,57) 46,22 Aabc (17,56) 63,25 Abc (52,26) 31,75 Aa (8,32) 51,50 Aab (49,44) 43,50 Aab (25,04) 90,0 Ac (61,03) 95,33 Ac (77,22) Valores seguidos de letras distintas, maiúsculas na coluna e minúsculas na linha, apresentam diferença significativa (p < 0,05) pelos testes de Mann-Whitney e de Kruskall-Wallis, respectivamente.

Valor de referência de FR para a espécie canina: 20 – 36 mpm (Feitosa, 2004).

No G1, ao longo dos tempos, houve diferença de T0 em relação a T3 e T4, sendo a média do T0 a maior. Houve também diferença do T7 em relação a T1, T2, T3, T4, T5 e T6, sendo a média do T7 a maior (tabela 7).

No G2, ao longo dos tempos, houve diferença de T3 em relação a T0, T2, T6 e T7, sendo a média do T3 a menor. Houve também diferença dos tempos T6 e T7 em relação ao T3, T4 e T5, sendo as médias dos primeiros as maiores (tabela 7).

Considerando-se a frequência respiratória em ambos os grupos G1 e G2 (tabela 7), observou-se nas avaliações iniciais - T0, T1 e T2, anteriores à OVH, médias acima dos valores de referência. Na avaliação T3 (12 horas após a cirurgia), as médias do G1 e do G2 mantiveram-se dentro da faixa de normalidade. Já nas avaliações subsequentes – T4 a T7, novamente observou-se médias acima dos valores de referência. Os resultados sugerem ação de endotoxinas nas

avaliações iniciais, aumentando a frequência respiratória, podendo ou não estar associada a dor e estresse. Com a retirada do útero, as endotoxinas gradualmente perdem seu efeito, mantendo as médias dentro da normalidade no período pós-cirúrgico imediato. Sugere-se também que houve uma analgesia pós-cirúrgica adequada, uma vez que a taquipnéia é um dos sinais clínicos manifestados quando da ocorrência de dor. Mastrocinque e Fantoni (2003), ao avaliar 15 cadelas com piometra, obtiveram analgesia pós-cirúrgica satisfatória ao utilizar o tramadol na pré-medicação, em dose menor (2 mg/kg) que a utilizada no presente estudo (4 mg/kg).

Nas demais avaliações (T4 a T7) o aumento da frequência respiratória possivelmente deveu-se a estresse pela manipulação e pela

coleta de sangue, uma vez que,

principalmente considerando as avaliações mais tardias (T6 e T7), as cadelas apresentaram-se sem indícios de qualquer

patologia que pudesse alterar esse parâmetro ao exame clínico.

Considerando-se as avaliações individuais, observou-se animais com taquipnéia em todos os tempos de avaliação, com maiores

frequências antes do procedimento cirúrgico (T0 a T2) e nas avaliações tardias (T6 e T7) em ambos os grupos e menores frequências 12 e 24 horas após a cirurgia (G2 e G1, respectivamente) (tabela 8).

Tabela 8 – Frequência absoluta e relativa de animais com taquipnéia nos diferentes tempos de avaliação em 36 cadelas com piometra (G1 e G2)

Grupo 1 Grupo 2 Tempo N Frequência Absoluta Frequência Relativa (%) N Frequência Absoluta Frequência Relativa (%) T0 20 13 65 16 10 63 T1 14 6 43 9 6 67 T2 20 11 55 16 7 44 T3 20 6 30 16 4 25 T4 20 4 20 16 7 44 T5 20 7 35 16 6 38 T6 20 13 65 16 14 88 T7 17 16 94 12 10 83

No T0, a taquipnéia esteve associada à alcalose respiratória em 52% das cadelas. Já nas avaliações mais tardias, a associação dessas alterações ocorreu em 7% dos animais no T6 e em 8% no T7. Os resultados obtidos podem estar relacionados à duração da alteração respiratória, levando a uma hiperventilação. Na primeira avaliação (T0) houve aumento da frequência respiratória

possivelmente devido ao estímulo

endotoxêmico, persistente enquanto não foi retirada a causa (piometra). No T6 e T7, a taquipnéia possivelmente deveu-se ao estresse da coleta de sangue e não foi suficiente para promover desequilíbrio de ácido-base na maioria dos animais.

Segundo Stockham e Scott (2011) e Dibartola (2012), a taquipnéia também pode ocorrer como resposta compensatória a uma

acidose metabólica. De fato, considerando as 36 cadelas com piometra, cinco (14%) apresentaram acidose metabólica no T0 e dentre estas, em apenas uma não observou- se aumento da frequência respiratória. No T6, cinco animais apresentaram acidose

metabólica, dentre elas duas com

compensação respiratória. E no T7, três cadelas manifestaram o distúrbio de ácido- base, todas com taquipnéia associada. Considerando ambos os grupos em todos os tempos de avaliação, das 21 ocorrências de acidose metabólica, 11 (52%) estiveram associadas com a presença de taquipnéia. 5.1.5.4. Pressão arterial sistólica (PAS) Na comparação entre os grupos, não houve diferença em nenhum dos tempos estudados para a PAS (tabela 9).

Tempos de avaliação: T0 (diagnóstico e internação); T1 (após reposição hídrica – animais com desidratação); T2 (1 a 2h de fluido

Tabela 9 – Valores médios (e desvios-padrão) de pressão arterial sistólica – PAS (mmHg) nos diferentes tempos de avaliação em 36 cadelas com piometra (G1 e G2)

Pressão arterial sistólica (mmHg)

Grupo T0 T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 1 145,10 Aa (32,48) 152,07 Aa (31,18) 146,55 Aa (28,95) 156,55 Aa (35,37) 137,70 Aa (23,90) 142,05 Aa (31,93) 139,25 Aa (28,62) 139,53 Aa (23,75) 2 128,31 Aa (30,63) 126,00 Aa (16,70) 135,75 Aa (26,15) 131,00 Aa (37,50) 136,88 Aa (32,38) 142,06 Aa (23,21) 128,63 Aa (32,33) 139,42 Aa (20,60) Valores seguidos de letras distintas, maiúsculas na coluna e minúsculas na linha, apresentam diferença significativa (p < 0,05) pelos testes de Fisher e de Duncan, respectivamente.

Valor de referência de PAS para a espécie canina: 90 – 150 mmHg (Macintire, 2004; Stepien e Elliott, 2007).

Tanto no G1 como no G2, ao longo dos tempos, não houve diferença para a PAS e as médias apresentaram-se dentro dos valores de normalidade para a espécie, exceto no T1 e T3 do G1 (tabela 8).

Embora o manitol apresente efeito expansor do líquido extracelular, podendo, inclusive, provocar hipervolemia em casos de administração excessiva (Cowgill e Langston, 2011), as médias do G2

apresentaram-se menores que as do G1 durante o período de administração do fármaco (T2, T3 e T4), embora sem diferença estatística (tabela 8).

Também não foi observada diferença na distribuição da frequência de hipertensão entre G1 e G2 em nenhum tempo de avaliação (gráfico 1). A frequência de hipertensão observada foi, inclusive, menor no G2 em todos os tempos, exceto T5.

Gráfico 1 – Frequência de animais com hipertensão arterial nos diferentes tempos de avaliação em 36 cadelas com piometra (G1 e G2)

0 10 20 30 40 50 60 T0 T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 Fr e q u ê n ci a (% ) Tempo

Frequência de hipertensão x Tempo

Convencional (G1) Manitol (G2)

Dentre os 36 animais avaliados no T0, a maioria apresentou desidratação (23 animais - 64%). A desidratação reduz o volume de pré-carga cardíaca, reduzindo o volume sistólico e o débito cardíaco, levando assim à redução da pressão arterial. Embora seja esperado esse efeito da desidratação, não houve correlação significativa entre o grau de desidratação e a pressão sistólica observada (p=0,25).

5.1.6. Síndrome da Resposta Inflamatória