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Funções de resposta ao impulso para o período após o sistema de

4. ANÁLISE ECONOMÉTRICA DA POLÍTICA MONETÁRIA RECENTE NO

4.3 A MODELAGEM VAR PARA O PERÍODO APÓS NO PLANO REAL

4.4.2 Funções de resposta ao impulso para o período após o sistema de

Entre os testes de causalidade aplicados, destacam-se aqueles em que foi possível a rejeição da hipótese nula de não Granger-causalidade. A continuação da análise consiste em estudar a resposta das variáveis aos impulsos em que a influência foi verificada.

A primeira relação de causalidade identificada foi a do câmbio em direção ao índice de preços. Outro determinante do IPCA foram as variações no volume de depósitos compulsórios. Os gráficos 19 e 20 mostram as duas funções.

Gráfico 23. Função de resposta de IPCAPOS1999 ao impulso de um desvio padrão em CAMBIOPOS1999

Gráfico 24. Função de resposta de IPCAPOS1999 ao impulso de um desvio padrão em LOGCOMPULSORIOPOS1999

Fonte: elaboração própria. Nota: saída do pacote econométrico e-views 4.1.

Fonte: elaboração própria. Nota: saída do pacote econométrico e-views 4.1.

Da mesma forma que no período completo após o Plano Real, nesse sub-período a influência de uma desvalorização cambial aparece aumentando o índice de preços. Esse efeito começa a ser percebido no segundo trimestre após o impulso, conforme apresentado no gráfico 23. A influência chega a mais de quatro pontos percentuais. No gráfico 24, o impulso de LOGCOMPULSORIOPOS1999 parece provocar um aumento no índice de preços. A explicação para esse comportamento deve ser explicada por outra variável que influencia as duas ao mesmo tempo. Tanto o ritmo de expansão dos encaixes compulsórios quanto o IPCA influenciam a amostra logaritimizada do PIB. Os gráficos 25 e 26 mostram essas relações.

Gráfico 25. Função de resposta de LOGPIBPBPOS1999 ao impulso de um desvio padrão em IPCAPOS1999

Gráfico 26. Função de resposta de LOGPIBPBPOS1999 ao impulso de um desvio padrão em LOGCOMPULSORIOPOS1999 Fonte: elaboração própria. Nota: saída do pacote

econométrico e-views 4.1.

Fonte: elaboração própria. Nota: saída do pacote econométrico e-views 4.1.

A variação de um desvio-padrão no índice de preços provoca uma desaceleração significativa na renda, por volta de 0,1 ponto percentual. Entretanto, essa influência acaba por dissipar-se ao longo do tempo. No caso dos encaixes de reservas

compulsórias o efeito parece ainda mais incisivo. A estabilização do ritmo de expansão do PIB é por volta de 0,1 ponto percentual abaixo daquele anterior ao impulso.

O índice de preços ainda apresentou causalidade positiva, no sentido de Granger, em relação a LOGM4POS1999 e SELICPOS1999. Os gráficos 27 e 28 mostram essas aplicações.

Gráfico 27. Função de resposta de LOGM4POS1999 ao impulso de um desvio padrão em IPCAPOS1999

Gráfico 28. Função de resposta de SELICPOS1999 ao impulso de um desvio padrão em IPCAPOS1999

Fonte: elaboração própria. Nota: saída do pacote econométrico e-views 4.1.

Fonte: elaboração própria. Nota: saída do pacote econométrico e-views 4.1.

A amostra de LOGM4POS1999 responde imediatamente, expandindo-se a um ritmo de aproximadamente 0,3 ponto percentual mais elevado a um impulso no IPCA. A partir do segundo trimestre há uma arrefecimento desse movimento, que se estabiliza pouco abaixo de 0,1 ponto percentual acima de antes do impulso. O mesmo impulso na taxa de juros básica a faz aumentar, com ápice no segundo trimestre, quando chega a 0,5 ponto percentual mais elevada. No mesmo período começa um movimento de diminuição da taxa Selic, que se estabiliza em um patamar menor que antes do impulso. A análise se move então para a influência da taxa básica de juros no ritmo de negociação dos títulos públicos de alta liquidez, relação na qual a hipótese de não causalidade também foi rejeitada. O gráfico 29 mostra esse cenário.

Gráfico 29. Função de resposta de LOGM4POS1999 ao impulso de um desvio- padrão de variação em SELICPOS1999

Fonte: elaboração própria.Nota: saída do pacote econométrico e-views 4.1.

A influência em LOGM4POS1999 de um desvio-padrão na Selic é praticamente imperceptível até o terceiro trimestre. Nesse momento o efeito é importante, chegando a acelerar o ritmo de expansão em 0,2 ponto percentual. A partir de então o efeito se arrefece, voltando praticamente ao patamar anterior ao impulso. A variação do volume de negociação dos títulos de alta liquidez provoca impacto significativo no sentido de Granger no câmbio e em LOGM3POS1999. Os gráficos 30 e 31 mostram esses efeitos.

Gráfico 30. Função de resposta de CAMBIOPOS1999 ao impulso de um desvio padrão em LOGM4POS1999

Gráfico 31. Função de resposta de LOGM3POS1999 ao impulso de um desvio padrão em LOGM4POS1999

Fonte: elaboração própria. Nota: saída do pacote econométrico e-views 4.1.

Fonte: elaboração própria. Nota: saída do pacote econométrico e-views 4.1.

O impulso inicial da variação em LOGM4 parece ser o de uma emissão monetária simples. Entretanto, o movimento se rever a partir do terceiro trimestre, gerando uma valorização cambial. Após vários trimestres o resultado é uma valorização cambial. Esse parece ser o principal caminho apresentado pelos dados para o controle inflacionário através da taxa de juros. O outro efeito que, segundo os dados, o volume de negociação dos títulos de alta liquidez tem sobre a economia é a aceleração do crédito. Nesse caso, o efeito é no trimestre imediatamente posterior ao impulso, estabilizando-se, por volta de 0,3 ponto percentual acima do ritmo

anterior ao impulso. Essa relação pode ser entendida mais uma vez como uma confirmação da hipótese constatada por Graminho e Bonomo (2002) de que os títulos atrelados à Selic podem funcionar aumentando a capacidade de gerar reservas bancárias através dos resultados das firmas bancárias. O impulso na expansão do volume de crédito apresentou-se estatisticamente significativa no sentido de Granger na própria taxa de juros básica. O gráfico 32 mostra essa relação.

Gráfico 32. Função de resposta de SELICPOS1999 ao impulso de um desvio- padrão de variação em LOGM3POS1999

Fonte: elaboração própria.Nota: saída do pacote econométrico e-views 4.1.

O impulso em LOGM3POS1999 provoca uma diminuição na taxa de juros básica. Esse efeito finaliza o ciclo de aumento da taxa Selic para combate da inflação. Mostrou-se a autonomia para aumentar a taxa em resposta uma pressão no índice de preços, a influência no volume de negociação dos títulos que provoca uma valorização cambial, controlando a inflação. O efeito posterior é uma expansão no crédito que reduz os juros. A última hipótese de não Granger-causalidade rejeitada foi de LOGPIBPBPOS1999 em relação a LOGM3POS1999. O gráfico 33 mostra esse movimento.

Gráfico 33. Função de resposta de LOGM3POS1999 ao impulso de um desvio- padrão de variação em LOGPIBPBPOS1999

Fonte: elaboração própria.Nota: saída do pacote econométrico e-views 4.1.

A relação estabelecida no gráfico 33 mostra-se adequada aos preceitos pós- keynesianos de geração de crédito. Para os autores desta corrente de pensamento,

a expansão da renda provoca uma pressão por moeda que é sancionada pela criação de crédito (MEIRELLES, 1998). Mais que isso, mostra indícios de que o limite para a expansão creditícia, ao menos pelos dados apresentados, reside na demanda que, uma vez em crescimento, sempre pode ser atendida pelas instituições financeiras (cf. CARNEIRO et al., 2006).