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CAPÍTULO 8 ESTUDO DE CASO, RESULTADOS E DISCUSSÃO

8.6 Projeto do sistema kanban

8.6.3 O projeto do sistema kanban

8.6.3.5 Funcionamento do sistema kanban

O uso do quadro kanban foi previsto para ocorrer como mostra o quadro abaixo.

ESTADO INICIAL: Considere-se que o supermercado da S02 está vazio. Neste caso, todos os cartões de produção estão no quadro-kanban, como pode ser visto pela figura 29, ao lado.

Figura 29. Funcionamento do sistema kanban – estado inicial (fonte: desenvolvido pela autora juntamente com equipe da fábrica).

PASSO 1: o operador do centro fornecedor, o PI, vai até o quadro e observa qual o tipo do produto que deve fabricar, ou seja, qual a carga que tem que pesar dado o tipo de

shampoo que será produzido. Ele vê o primeiro cartão, de cima para baixo. No caso, o que está na linha vermelha. De volta ao PI, ele produz a carga e segue com ela até o quadro, como demonstra a figura 30,

ao lado. Figura 30. Funcionamento do sistema kanban – passo 1 (fonte: desenvolvido pela

autora juntamente com equipe da fábrica).

PASSO 2: O operador do PI retira o cartão correspondente à carga que produziu e o coloca sobre a carga, como demonstra a figura 31, ao lado.

Figura 31. Funcionamento do sistema kanban – passo 2 (fonte: desenvolvido pela autora juntamente com equipe da fábrica).

PASSO 3: O operador do PI leva a carga, juntamente com o cartão, até o supermercado, como demonstra a figura 32, ao lado.

Figura 32. Funcionamento do sistema kanban – passo 3 (fonte: desenvolvido pela autora juntamente com equipe da fábrica).

Os PASSOS 1 a 3 se repetem, como demonstram as figuras 33, ao lado, e 34 e 35, na próxima página Desta vez, o cartão está na faixa amarela.

Figura 33. Funcionamento do sistema kanban – passo 1b (fonte: desenvolvido pela autora juntamente com equipe da fábrica).

Figura 34. Funcionamento do sistema kanban – passo 2b (fonte: desenvolvido pela autora juntamente com equipe da fábrica).

Figura 35. Funcionamento do sistema kanban – passo 3b (fonte: desenvolvido pela autora juntamente com equipe da fábrica).

Os PASSOS 1 a 3 se repetem, como pode ser visto nas figuras 36 e 37, ao lado, e 38 na próxima página. Desta vez, o cartão já está na faixa verde. Observe-se que a linha S03 tem um cartão na faixa amarela. Neste caso, como o recurso é compartilhado (o PI fornece para todas as linhas) ele deveria produzir para a linha S03 antes de continuar com a S02. No entanto, como se está analisando apenas a produção da família de shampoos,

trabalhada pela linha S02, considere-se que o operador do PI continua a observar apenas a coluna S02.

Figura 36. Funcionamento do sistema kanban – passo 1c (fonte: desenvolvido pela autora juntamente com equipe da fábrica).

Figura 37. Funcionamento do sistema kanban – passo 2c (fonte: desenvolvido pela autora juntamente com equipe da fábrica).

Figura 38. Funcionamento do sistema kanban – passo 3c (fonte: desenvolvido pela autora juntamente com equipe da fábrica).

Considere-se que, neste momento, o centro consumidor retira um das cargas para consumo, como pode ser visto na figura 39, ao lado.

Figura 39. Funcionamento do sistema kanban – carga retirada (fonte: desenvolvido pela autora juntamente com equipe da fábrica).

PASSO 4: neste caso, o operador do centro consumidor (o Processo) deve retirar o cartão que estava associado à carga no supermercado e o levar para o quadro

kanban. Observe-se que, no caso prático, foi preciso estipular que o operador deve mover os cartões que já estavam no quadro para a casa acima e colocar o cartão que acabou de trazer na casa mais abaixo, para garantir que o plano de produção seja seguido, uma vez que o próximo cartão que a ser retirado pelo PI é o que já estava no quadro e que ocupa a primeira casa de cima para baixo. O passo 4 pode ser visto na figura 40, ao lado. O ciclo continua com a repetição dos passos 1 a 3.

Figura 40. Funcionamento do sistema kanban – passo 4 (fonte: desenvolvido pela autora juntamente com equipe da fábrica).

Quadro 2. Funcionamento do sistema kanban (fonte: autoria própria).

Tubino (1999, p. 99) sugere uma particularidade na utilização do sistema kanban ao afirmar que “em algumas aplicações, o operador está autorizado a recolher de uma só vez todos os cartões de um mesmo item visando aproveitar o set-up da máquina”.

De forma semelhante, foi criada uma orientação de que é possível o operador do centro fornecedor (PI) preparar a produção de vários cartões ao mesmo tempo. No caso prático, no entanto, não se trata de itens iguais, mas devido ao seu tipo de processo, é mais eficiente, pelo menos na situação atual, que o operador do PI ainda transcorra o processo de pesagem para vários tipos de materiais juntos, ao invés de fazer um tipo de cada vez. O ganho ainda será obtido pela limitação da quantidade de itens fabricados pelo PI (ou de cargas pesadas) para a quantidade que estiver no quadro kanban. Vale lembrar que, antes da

implantação do sistema, este centro de trabalho fazia a pesagem de todos os pequenos ingredientes para todos os tipos de produtos que seriam rodados na semana, ocasionando o já referido problema de carga cortada e todas as implicações geradas por ela.

Neste caso, é possível que ocorra o descrito no quadro 3, a seguir.

PASSO 1: O operador do PI vai até o quadro

kanban e anota todas

as cargas estipuladas pelos cartões da coluna da S02, como demonstra a figura 41, ao lado.

Figura 41. Funcionamento alternativo do sistema kanban – passo 1 (fonte: desenvolvido pela autora juntamente com equipe da fábrica).

PASSO 2: O operador volta ao PI, prepara as cargas e as leva até o quadro, como mostra a figura 42, ao lado.

Figura 42. Funcionamento alternativo do sistema kanban – passo 2 (fonte: desenvolvido pela autora juntamente com equipe da fábrica).

PASSO 3: O operador do PI retira os cartões e coloca cada um sobre a carga à qual se refere, como mostra a figura 43, ao lado.

Figura 43. Funcionamento alternativo do sistema kanban – passo 3(fonte: desenvolvido pela autora juntamente com equipe da fábrica).

PASSO 4: O operador do PI, então, leva as cargas com seus respectivos cartões até o supermercado, como mostra a figura 44, ao lado.

Figura 44. Funcionamento alternativo do sistema kanban – passo 4 (fonte: desenvolvido pela autora juntamente com equipe da fábrica). Quadro 3. Funcionamento alternativo do sistema kanban (fonte: autoria própria).

Como se pode observar, apesar de sugerido algo similar por Tubino (1999, p. 99), esta prática não fornece todas as vantagens que o sistema kanban pode oferecer, pois, enquanto o PI está fabricando todas as 4 cargas da S02, é possível que a carga da S03 seja

consumida e o processo pare por falta de material. Outro possível problema é não reduzir tanto a possibilidade de carga cortada pela superprodução por antecipação do PI, pois, fabricando as 4 cargas de uma vez, resiste a possibilidade de, por uma mudança de programação, a carga ter que esperar a volta do item à lista de programação. O excesso de cargas no supermercado, pelo menos, continuará eliminado, pois fazendo uma carga de cada vez ou as 4 ao mesmo tempo, o máximo de cargas no supermercado da S02 continuará sendo 4. Como o procedimento de trabalho do PI é muito complexo para ser realizado para cada carga individualmente, a equipe achou por bem abrir esta possibilidade e, em um próximo ciclo de melhoria, aprimorar as atividades do PI para que eles possam fabricar uma carga por vez sem reduzir a eficiência do setor.

É importante ressaltar que, como foi utilizada apenas uma coluna para toda a família de produtos, haverá ao lado do quadro um suporte para armazenar todos os cartões kanban. Serão confeccionados 4 cartões de cada tipo de produto, pois é possível que durante todo o turno só seja produzido o mesmo tipo de shampoo, havendo necessidade de 4 cartões para ocupar o quadro inteiro. A programação da produção continuará sendo passada ao centro de processo (centro consumidor) pela coordenação de produção em acordo com o plano do PCP, seguindo sugestão de Moura (1989, p.59).

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