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EIXOS VISÃO EMANCIPATÓRIA 46 VISÃO CONSERVADORA OU

4 A IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E AS SUAS CONTRADIÇÕES: EM CENA O

4.2 A POLÍTICA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL A Política Municipal de Educação Ambiental (PMEA) de

4.2.1 Fundação Municipal do Meio Ambiente (FLORAM)

A FLORAM é uma entidade pública, sem fins lucrativos, de personalidade jurídica própria, com sede e foro em Florianópolis, sendo partícipe da Administração Indireta da PMF. Sua atuação dá-se em 100% do território municipal e com base na Lei de criação nº 4.645 de 21 de junho de 1995, a Fundação deve executar a Política Ambiental do Município, auxiliando a Prefeitura a promover ações voltadas ao bem- estar social, à qualidade ambiental no que diz respeito à preservação dos recursos naturais visando o desenvolvimento sustentável com responsabilidade socioambiental (FLORIANÓPOLIS, 1995).

Conforme Relatório de Gestão da FLORAM no ano de 2010, seu objetivo geral consistia em executar a Política Ambiental em Florianópolis. Seus objetivos específicos são:

Promover a Educação Ambiental, realizar estudos e projetos para preservação do Meio Ambiente, supervisionar a Poluição Sonora, controlar as atividades relacionadas a Praças, Áreas verdes e Hortos Municipais, bem como, ao Licenciamento e Fiscalização Preventiva e Corretiva, em especial, nas Unidades de Conservação (PMF/FLORAM, 2010, p. 3).

Considerando os objetivos dessa dissertação, a FLORAM, de acordo com artigo 19 do Regimento Interno da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (SMDU)64, possui, dentre outras finalidades:

XI - Promover a conscientização política para a proteção do meio ambiente, criando instrumentos adequados para a educação ambiental como processo permanente, integrado e multidisciplinar em todos os níveis de ensino, incluindo a criação de espaços formais e informais para a construção

64 A SMDU, uma Secretaria da PMF, possui as atribuições de coordenar e gerir o processo relativo ao Planejamento e Desenvolvimento Urbano, Meio Ambiente e Serviços Públicos de Florianópolis, sendo responsável, de acordo com art. 3º do seu Regimento Interno, pela Coordenação Estratégica das Políticas de: “I- Meio Ambiente, por meio da FLORAM; II- Desenvolvimento e Planejamento Urbano e Sistema Viário, por meio do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis – IPUF; III- Serviços Públicos, por meio da Secretaria Executiva de Serviços Públicos – SESP; IV- Arquitetura e Urbanismo, por meio da Diretoria de Arquitetura e Urbanismo da SMDU” (PMF/SMDU, 2009, p. 1).

de uma cidadania ambiental, especialmente em crianças e adolescentes, em conjunto com outros Órgãos (PMF/SMDU, 2009, p. 1).

Conforme PMF/FLORAM (2010) a FLORAM possui quatro (04) Diretorias, um (01) Superintendente Adjunto e três (03) Assessorias: 1) Diretoria de Gestão Ambiental (DIGAM) que conta com dois (02) Departamentos distintos: a) Departamento de Educação Ambiental (DEPEA), b) Departamento de Praças e Arborização Pública; 2) Diretoria de Fiscalização que tem três (03) Departamentos: a) Departamento de Fiscalização Ambiental, b) Departamento de Controle de Emissões Sonoras, c) Departamento de Unidade de Conservação; 3) Diretoria de Licenciamento que conta com um (01) Departamento: a) Departamento de Licenciamento Ambiental; 4) Diretoria de Captação de Recursos que possui dois (02) Departamentos: a) Departamento de Estudos e Projetos, b) Departamento de Supervisão e Acompanhamento de Projetos. Possui um (01) Superintendente Adjunto que conta com três (03) Gerências Distintas: a) Gerente Financeiro, b) Gerente Administrativo, c) Gerente de Acompanhamento e Gestão. Possui, ainda, três (03) Assessorias: Assessoria Jurídica, Assessoria de Comunicação e Assessoria Técnica.

A FLORAM, conforme já enfatizado, foi fundada em 21 junho de 1995, sendo que até 1996 a Fundação organizou sua estrutura física e humana. Com informações obtidas na entrevista realizada com a responsável pelo Departamento de EA no dia 27 de junho salienta-se que em 1996, uma vez que não tinham quadro de profissionais65, duas Professoras de Ciências da Rede Municipal de Ensino foram solicitadas para trabalhar com a EA na FLORAM. O trabalho era realizado dentro do Parque Ecológico do Córrego Grande – onde está a sede do DEPEA

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A Fundação até o mês de junho de 2011 tinha 196 servidores, sendo 72 efetivos da FLORAM, 10 à disposição da FLORAM (PMF), 10 comissionados, 88 terceirizados (71 ORBENK e 17 EMBRASP) e 16 estagiários (PMF/FLORAM, 2011). Em 2010 contava com 199 servidores, sendo estes: 77 efetivos da FLORAM; 09 à disposição da FLORAM (PMF); 10 comissionados; 88 terceirizados (das empresas mencionadas em 2011), 15 estagiários (PMF/FLORAM, 2010). Em 2009 somavam-se 187 servidores: 75 efetivos; 09 à disposição; 08 comissionados. 79 terceirizados (65 ORBENK e 14 EMBRASP) e 16 estagiários (PMF/FLORAM, 2009a).

Cabe salientar que o Conselho Estadual do Meio Ambiente (CONSEMA) aprovou no dia 05/08/2011, a habilitação para que o município de Florianópolis realize o Licenciamento Ambiental Pleno, responsabilidade esta que estava a cargo da FATMA e do IBAMA. Com isso, a FLORAM realizará concursos públicos para suprir a necessidade de pessoal no órgão.

Mais informações disponível em <

–, porém, como não era um parque aberto à visitação, as funcionárias agendavam atividades com as escolas municipais. Mas, em 1997 em função da mudança de gestão, as Professoras foram realocadas para as escolas. De acordo com a entrevistada:

Então elas tiveram pouco tempo na realidade, porque em 97 trocou a gestão e nessa troca de gestão elas foram realocadas pra escola novamente, porque em virtude da troca de partido, existe isso uma descontinuidade, justamente por causa dessa relação que a FLORAM não tinha quadro. Então todos eram emprestados, então trocava a política trocava as pessoas (Entrevistada FLORAM).

Com relação à continuidade e descontinuidade de serviços, políticas, funcionários em governos municipais pode-se dizer que este é um paradoxo democrático, ou seja, ainda que a descontinuidade seja considerada, em alguns casos, “indesejável” – por poder implicar desperdício de recursos públicos, resultados ineficazes, mudanças radicais nas prioridades e menosprezo dos planos futuros em função do viés político-partidário –, ela é um dos pressupostos básicos da alternância de poder. Nesse âmbito, com mais intensidade nos períodos eleitorais, identifica-se um discurso por um lado dos que estão no poder advertindo os eleitores que as obras e projetos podem ser paralisados caso a oposição vença as eleições e, por outro lado, os oponentes garantem a continuidade aos bons programas, comprometendo-se a melhorar os que já vêm sendo executados. Nessa questão, esvazia-se, de certa forma, o debate crítico sobre a gestão administrativa e das políticas públicas, uma vez que não se discute propostas concretas para se obter uma gestão mais transparente e eficaz.

No caso específico da FLORAM, a entrevistada salienta a descontinuidade como um aspecto negativo, pois a PMF cedia as funcionárias para o DEPEA em função da Fundação não ter quadro próprio de funcionário. Porém, a partir do momento que a gestão muda, o gestor pode novamente requisita-las não questionando por vezes a necessidade da Fundação.

O DEPEA é responsável pelo Programa de EA que contempla doze (12) projetos com objetivo de sensibilizar, informar e formar multiplicadores para conscientizar a população para a importância do

meio ambiente, com vistas a proporcionar a melhoria da qualidade de vida no município, a saber:

1) Projeto FLORAM vai à Escola: Criado em 1997 foi o