6.7 Efeitos de 2ª Ordem
7.1.6 Fundações
O cálculo das fundações deve ser efectuado de acordo com um conjunto de critérios existentes no EC2 e no EC8.
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Deve-se referir que no caso das escadas foi considerada na sua largura uma média dos valores de armadura, obtidos pelo programa de cálculo automático.
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Devem-se utilizar varões de diâmetro igual ou superior a 8 mm, tanto nas sapatas de pilares como nas de paredes (art.º 9.8.2.1(1) do EC2).
O EC8 define que os esforços nos elementos da fundação devem ser determinados com base no cálculo pela capacidade real, utilizando-se a seguinte expressão para a obtenção dos esforços na base dos elementos (art.º4.4.2.6(4) do EC8):
(7.68)
Sendo:
Rd – Coeficiente de sobrerresistência, considerado igual a 1,0 para q 3 ou igual a 1,2 nos restantes casos;
EF,G – Efeito da acção devido às acções não sísmicas incluídas na combinação de acções para a situação sísmica de cálculo;
EF,E – Efeito da acção resultante da análise para a acção sísmica de cálculo;
- Coeficiente que relaciona o valor de cálculo da resistência da zona ou do elemento i, com o esforço de cálculo actuante na zona ou no elemento i, para a situação de projecto sísmica.
Para a estrutura em estudo foi aplicada a combinação de acções anterior considerando os coeficientes Rd e iguais a 1,0, tal como é indicado no EC8, e obtiveram-se valores semelhantes à combinação rara. De modo a simplificar os cálculos e respectivas análises, consideraram-se os esforços provenientes da combinação rara para o dimensionamento das sapatas dos pilares e das paredes.
Deve-se realçar que estas sapatas foram calculadas apenas para a reacção vertical (apoios fixos), uma vez que os momentos existentes na base dos pilares são absorvidos pelas vigas de fundação.
Inicialmente efectuou-se o pré-dimensionamento das sapatas32 utilizando a expressão (5.6), com o valor de N majorado em 10% (Ncorrigido), obtendo-se assim uma área mínima, tendo em atenção o valor adm = 0,2 MPa. Seguidamente obtiveram-se as dimensões das sapatas dos pilares, considerando-as como aproximadamente homotéticas das secções daqueles.
Relativamente à altura das sapatas, esta deve ser suficiente de modo a garantir um funcionamento rígido em meio elástico (solo), eliminando os problemas relacionados com
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Deve-se referir que se adoptou um valor mínimo de 0,8 m para o comprimento, largura e altura das sapatas. No caso da armadura mínima optou-se por se considerar ø10 // 0,15
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o punçoamento. Logo, a altura mínima a considerar para as sapatas deve ser obtida a partir do seguinte condição:
(7.69)
Sendo:
b´ - Maior distância entre a face do elemento vertical e a face da sapata.
Figura 7.12 – Exemplificação das dimensões de uma sapata para funcionamento rígido
No caso dos muros laterais, estes foram pré-dimensionados através da soma de todas as cargas e respectiva divisão pelo comprimento do muro, obtendo-se assim um carregamento por metro. Este carregamento foi então majorado (Ncorrigido), e calculada a área mínima necessária da sapata por metro que coincide com a respectiva largura (L = Amin). Relativamente à altura mínima foi adoptado o esquema anterior.
Efectuados os cálculos anteriores verificou-se se as tensões admissíveis eram superiores às tensões geradas, com a utilização da seguinte condição:
(7.70)
Sendo:
Nb = N + pp sapata;
A e B – Dimensões em planta da sapata.
É importante referir que para o cálculo das sapatas dos pilares laterais e muros M1,M2 e M5, foram retirados os valores de Nraros directamente do modelo de cálculo, uma vez que se deslocaram os pontos onde descarregavam os elementos para o centro da sapata pré- dimensionada.
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No caso dos muros laterais M3 e M4 teve-se de ter em conta as excentricidades, e o seu cálculo foi efectuado com a utilização do seguinte esquema:
Figura 7.13 – Esquema de cálculo para os muros laterais M3 e M4
(7.71)
(7.72)
Através da situação anterior podem obter-se as seguintes condições de equilíbrio:
(7.73)
(7.74)
Por sua vez as tensões em 1 e 2 podem ser obtidas pelas expressões:
(7.75) (7.76)
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Sendo o valor de calculado pela expressão:
(7.77)
Sendo:
E – Módulo de elasticidade do betão;
Is – Momento de inércia do elemento vertical;
C – Constante de Winkler (Coeficiente de Balastro).
A constante de Winkler (C) pode ser obtida pela seguinte expressão:
(7.78)
Sendo:
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- Coeficiente de poisson do solo;
b – Comprimento da sapata (l1), (Fig.7.13);
Es – Módulo de Elasticidade do solo34;
- Coeficiente relacionado as dimensões da sapata (largura e comprimento).
Segundo a expressão anterior deve-se realçar que o valor de é definido através da seguinte tabela:
Tabela 7.44 – Tabela de relação das dimensões das sapatas (Método de Winkler)
a/b 1,00 1,50 2,00 3,00 5,00 10,00 20,00 30,00 50,00
1,05 0,87 0,78 0,66 0,54 0,45 0,39 0,33 0,30
Por fim a área de armaduras em cm2/m foram obtidas através das expressões que se
apresentam seguidamente.
Para o cálculo das armaduras das sapatas foi adoptado o método das bielas. Segundo este método a armadura necessária para as sapatas com cargas centradas pode ser obtida pelo seguinte esquema:
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Para as areias =0,20 e para as argilas =0,40.
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Figura 7.14 – Esquema de cálculo das armaduras para as sapatas, com cargas centradas
(7.79) (7.80) (7.81) Sendo:
Ftsd – Força de cálculo no tirante de armaduras horizontais junto à base da sapata;
Nb = N + pp sapata;
= 1,5.
Das expressões anteriores podem obter-se as respectivas armaduras em cm2/m, em que b
traduz a dimensão da sapata na direcção perpendicular ao cálculo:
(7.82)
No caso das sapatas dos pilares laterais e muros M1, M2 e M5, estas foram calculadas também com o recurso ao método das bielas utilizando o seguinte esquema:
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Figura 7.15 – Esquema de cálculo das armaduras para as sapatas laterais
(7.83) (7.84) (7.85)
Tal como na situação anterior, as áreas de armaduras em cm2/m são calculadas pela
seguinte expressão:
(7.86)
Sendo:
b – Dimensão da área activa na outra direcção.
Os cálculos relativos às sapatas anteriores encontram-se no Anexo 18.
No processo de dimensionamento das vigas de fundação, se os esforços das sapatas não tiverem sido calculados segundo a expressão (7.68), as vigas de fundação devem ser calculadas para a classe de ductilidade considerada (art.º 5.8.1(3)P do EC8).
De acordo com o art.º 5.8.2(3), os valores da largura mínima (bw,min) e a altura mínima (hw,min) a considerar para as vigas de fundação, devem ser superiores a 0,25 m e 0,40 m, respectivamente. No caso da percentagem de armadura longitudinal (b,min), esta deve ser superior a 0,4 %, tanto na face superior como na face inferior.
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Deste modo as vigas de fundação foram dimensionadas de um modo semelhante às restantes vigas da estrutura. Todos os cálculos e respectiva armadura destes elementos podem ser consultados no Anexo 18.