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Fundamentação das hipóteses

No documento 2017AlineLiotto (páginas 41-44)

Para resolução do problema e atendimento dos objetivos são propostas hipóteses, replicadas do estudo de Mol e Birkinshaw (2009), fundamentadas e transcritas conforme o estudo em que se baseia esta pesquisa.

Segundo Fey e Birkinshaw (2005), Katila e Ahuja (2002), Laursen e Salter (2006) e Rosenkopf e Nerkar (2001) procurar novas fontes de informação e conhecimento é componente-chave da inovação tecnológica. Para os autores buscar novos conhecimentos e recombiná-los com os conhecimentos existentes gera inovação. A literatura considera que interagir com um conjunto diversificado de fontes de informação é propulsor da inovação (HARGADON, 2002; KATILA; AHUJA, 2002; LEIPONEN; HELFAT, 2005). A exposição dos empregados a novos conhecimentos pode estimular e ampliar sua visão, equipando-os com mentes e habilidades inovadoras (NONAKA, TAKEUCHI, 1997). Empregados com mais oportunidades de acesso a informações tem condições de fornecer mais insumos à organização, isso pode aumentar a diversidade e a riqueza de troca de conhecimentos e trazer novas ideias (ANDREWS; KACMAR, 2001; GRANT, 1996). O processo de inovação envolve a aquisição, divulgação e utilização de conhecimentos novos e existentes (DAMANPOUR, 1991; MOORMAN; MINER, 1998). Aquisição de conhecimento em fontes internas e externas de informação oferece oportunidades para as empresas de recombinar conhecimento atual e criar novos conhecimentos (YLI-RENKO et al., 2001). Davila, Foster e Oyon (2009) argumentam que os controles formais são relevantes para a inovação. Neste sentido, compreende-se que quanto maior variedade e amplitude de fontes de informação e conhecimento utilizado pela organização, maior o nível de inovação em práticas de gestão.

H1a: quanto maior a interação com fontes internas, maior o nível de inovação em práticas de gestão.

H1b: quanto maior a interação com fontes do mercado, maior o nível de inovação em práticas de gestão.

H1c: quanto maior a interação com fontes profissionais, maior o nível de inovação em práticas de gestão.

O tamanho influencia a inovação em práticas de gestão. Empresas maiores enfrentam uma variedade de desafios e um maior número de concorrentes de todos os tamanhos (KIMBERLEY; EVANISKO, 1981). De outro lado, empresas maiores mantêm um maior estoque de recursos, incluindo o conhecimento sobre práticas de gestão e capital humano, sendo

mais propensas a introduzir novas práticas (HITT et al., 2001; LEIPONEN; HELFAT, 2005). Dessa forma, em empresas maiores a pressão e a capacidade de inovação em práticas de gestão é maior quando comparado a empresas menores.

H2a: quanto maior a empresa, maior o nível de inovação em práticas de gestão.

Capital humano é um recurso valioso de empresas (LADO; WILSON, 1994; DELERY; DOTY, 1996; WRIGHT et al., 2001; COLLINS; CLARK, 2003). De forma que educação da força de trabalho, mensurada pelo grau de instrução dos trabalhadores, também é um atributo da empresa e representa um dos recursos chave da inovação. A capacidade de inovação de uma organização está intimamente ligada à sua capacidade de utilizar os seus recursos de conhecimento (SUBRAMANIAM; YOUNDT, 2005). Trabalhadores mais bem instruídos são susceptíveis a viajar com maior frequência, a filiar-se a organizações profissionais, buscando mais oportunidades para trocas de conhecimentos para contribuir com o avanço de suas empresas (ALVESSON, 1995; BLUNDELL et al., 1999). Chandler (1962 ) argumenta que os tipos de indivíduos que são mais susceptíveis de ser inovadores de gestão eram universitários recentemente graduados. Dessa forma, admite-se que as características da educação da força de trabalho das empresas indica uma propensão à inovação.

H2b: quanto mais qualificada a força de trabalho da empresa, maior o nível de inovação em práticas de gestão.

O âmbito de atuação geográfica da organização é um importante preditor de sua propensão à inovação organizacional. Na visão de Kogut e Parkinson (1993) a participação em mercados internacionais pode ser fonte de insights para a inovação organizacional, haja vista a exposição da empresa a um conjunto muito mais amplo de abordagens de gestão, além das oportunidades encontradas em contextos diferentes do mercado. Também, deve-se considerar que quanto mais amplo o mercado de atuação da empresa, maior o número de concorrentes que enfrenta. Diante do exposto fundamenta a hipótese:

H2c: quanto maior o âmbito geográfico do mercado que a empresa opera, maior o nível de inovação em práticas de gestão.

Finalmente, Mol e Birkinshaw (2008) examinam fatores situacionais que influenciam uma empresa com propensão a inovação em práticas de gestão. Segundo os autores, é possível identificar atributos ao nível da empresa que formam o contexto em que as decisões sobre inovação são tomadas. Por contexto organizacional os autores entendem conjunto de atributos

das empresas, identificando três atributos importantes: tamanho, a educação do força de trabalho e âmbito geográfico. Dessa forma, entendem-se que fatores do contexto organizacional correlaciomam-se uns com os outros, interagido com as dimensões fontes de informação e inovação em práticas de gestão.

Complementarmente, Leonard (1998) destaca que as oportunidades de aprendizagem com o ambiente ocorrem por meio de relacionamentos entre a empresa e atores externos. Para tanto, é fundamental que a empresa cultive fronteiras permeáveis, fundamentadas no estabelecimento de interações contínuas com fornecedores, clientes, usuários finais, institutos de pesquisa, entre outros. Ainda, segundo Powell (1998) a abertura de canais de obtenção de conhecimentos constituem etapas importantes do processo de aprendizado externo. Entretanto, a materialização destes passos se mostra insuficiente para que a organização incorpore efetivamente o know-how externo. Para o autor, muito do conhecimento sofisticado se apresenta altamente tácito e este fato faz do processo de aquisição de conhecimentos uma atividade complexa. Assim, é de suma importância que a empresa possua a habilidade necessária para absorver os conhecimentos desejados (POWELL, 1998).

Neste contexto, considerando que empresas maiores tem mais acesso a fontes de informação e se relacionam com um maior número de oportunidades de conhecimento (HARGADON, 2002; KATILA; AHUJA, 2002; LEIPONEN; HELFAT, 2005; MOL; BIRKINSHAW, 2009); mantêm um maior estoque de recursos e mais qualificado capital humano (LADO; WILSON, 1994; DELERY; DOTY, 1996; WRIGHT et al., 2001; HITT et al., 2001; COLLINS; CLARK, 2003; LEIPONEN; HELFAT, 2005) depreende-se as hipóteses que: H3a: Quanto maior o contexto organizacional da empresa maior será a importância atribuída às fontes de informação internas.

H3b: Quanto maior o contexto organizacional da empresa maior será a importância atribuída às fontes de informação de mercado.

H3c: Quanto maior o contexto organizacional da empresa maior será a importância atribuída às fontes de informação de profissionais.

No documento 2017AlineLiotto (páginas 41-44)