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Fundamentação teórica

No documento Relatório Maria do Céu Lopes (páginas 187-190)

CAPÍTULO 3 – Dispositivos de avaliação

3.1. Fundamentação teórica

A avaliação corresponde a uma parte fundamental do processo de ensino- aprendizagem, porque é uma forma de monitorizar o mesmo. É, sem dúvida, um elemento regulador da prática educativa nos diferentes níveis de educação, e implica princípios e procedimentos adequados às suas especificidades.

De acordo com Ribeiro e Ribeiro (1990), a avaliação corresponde “a uma análise cuidada das aprendizagens conseguidas face às aprendizagens planeadas, o que vai traduzir numa descrição que informa professores e alunos sobre os objetivos atingidos e aqueles onde se levantam dificuldades” (p. 337).

Desta forma, a avaliação tem uma intenção formativa o que, em situações onde o objetivo fundamental é descrever aprendizagens conseguidas, identificar dificuldades, proporcionar informação relevante para um maior sucesso na tarefa em vista, a avaliação, é a operação essencial a levar a cabo (podendo a classificação ser dispensável).

De acordo com a Circular n.º1 17/DSDC/DEPEB/2007, do Ministério da Educação:

A avaliação, na Educação Pré-Escolar, é de grandeza formativa, desenvolve-se continuamente e explicativamente. Procura ao máximo que a criança tenha um papel fundamental da sua aprendizagem, de forma a ganhar consciência da mesma. Isto faz com que compreenda as suas dificuldades e as vá ultrapassando.

172 Para que tudo isto seja possível, é necessário criar estratégias de acordo com

as características de cada criança e, mesmo, do grupo. Este tipo de processo incide numa construção progressiva das aprendizagens e de regulação da ação.

Desta forma, a avaliação tem como base a observação contínua dos progressos de cada aluno, para que se recolham informações relevantes, para puder sustentar o planeamento e o reajustamento do processo educativo. Sendo assim, a finalidade da avaliação, neste grau de ensino, funciona como elemento integrante e regulador da prática educativa, que promove a qualidade das aprendizagens. A avaliação contribui, ainda, para a adequação das práticas, para a reflexão sobre os efeitos da ação educativa, para a recolha de dados, monitorizando a eficácia das medidas a tomar, para promover e acompanhar processos de aprendizagens (contribuindo para o desenvolvimento de todas as crianças), para envolver as crianças de análise e construção conjunta e para conhecer a criança e o seu contexto, bem como os vários intervenientes na sua educação.

Para além do que foi referido atrás, a mesma circular, refere ainda que a avaliação assenta em diversos princípios: o caráter holístico e contextualizado do processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança; a coerência entre os processos de avaliação e os princípios subjacentes à organização e gestão do currículo nas Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar; a utilização de técnicas e instrumentos de observação e registo diversificados; o caráter formativo; a valorização dos processos da criança; e a promoção da igualdade de oportunidade e equidade.

Relativamente ao 1.º Ciclo do Ensino Básico, a avaliação também faz parte da prática educativa, permitindo uma recolha sistemática de informações, essencial para a tomada de decisões adequadas, com vista à melhoria da qualidade das aprendizagens dos alunos.

Nesta escolaridade, os objetivos da avaliação prendem-se por apoiar o processo educativo, de modo a promover o sucesso dos alunos, através da seleção de metodologias e de recursos adequados às suas necessidades educativas.

Deve certificar as diversas aprendizagens e competências adquiridas pelo aluno, no final de cada ciclo e à saída do ensino básico, através da avaliação sumativa, interna e externa; mas, também, contribuir para melhorar a qualidade do sistema educativo, possibilitando a tomada de decisões para o seu aperfeiçoamento.

Existem três tipos de avaliação, a avaliação de diagnóstico, a avaliação formativa e a avaliação sumativa.

Segundo Ribeiro e Ribeiro (1990), “a avaliação de diagnóstico tem como objetivo fundamental proceder a uma análise de conhecimentos e aptidões que o aluno deve

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possuir num dado momento para poder iniciar as novas aprendizagens.” (p. 342). Esta avaliação permite ao professor fazer um diagnóstico da situação atual e prescrever as medidas adequadas face aos objetivos em vista. Esta avaliação tem lugar no início de uma unidade.

De acordo com os mesmos autores:

A avaliação formativa acompanha todo o processo de ensino- aprendizagem, identificando aprendizagens bem sucedidas e as que levantaram dificuldades, para que se possa dar remédio a estas últimas e conduzir a generalidade dos alunos à capacidade desejada e ao sucesso nas tarefas que realizam. (p.348)

Esta avaliação é usada no decorrer da unidade e deve ser praticada sistematicamente, de acordo com o plano de avaliação estabelecido.

Ainda, como definem Ribeiro e Ribeiro (1990):

A avaliação somativa procede a um balanço de resultados no final de um segmento de ensino-aprendizagem, acrescentando novos dados aos recolhidos pela avaliação formativa e contribuído para uma apreciação mais equilibrada do trabalho realizado. (p.359)

Este tipo de avaliação fornece apenas visões parcelares do progresso do aluno. O nível de consecução dos objetivos determina aprendizagens mais e menos duradouras. Desta forma, verifica-se se, os objetivos que parecem atingidos na avaliação formativa, foram ou não adquiridos, como acaba de revelar a avaliação sumativa.

Existem inúmeros dispositivos e formas de avaliar. Todas elas válidas, uma vez que justificadas. Eu optei por usar a escala de Likert. Esta escala foi criada por Rensis Likert, sociólogo e psicólogo americano, em 1932, e tinha como finalidade avaliar as respostas a determinados questionários. Assim, acabou por criar uma escala, graduada, com cinco níveis de escolha, na qual o 0 é chamado ponto neutro. Depois, a graduação varia entre o positivo (+) e o negativo (-), como mostra o quadro 20.

Quadro 20. - Escala de Likert

Pontos negativos Ponto neutro Pontos positivos

-2 -1 0 +1 +2

Esta escala foi adotada em todo o mundo, tendo sofrido adaptações, de acordo com aquilo que se pretende avaliar. Seguidamente, no quadro 21, apresento a escala que adotei, baseada na escala de Likert.

174 Quadro 21. - Escala de Likert utilizada na avaliação das atividades

Fraco Não Satisfaz Satisfaz Bom Muito bom

0 – 4 5 – 9 10 – 13 14 – 17 18 – 20

É, com base nesta escala de avaliação, que apresento as minhas grelhas de correção referentes às propostas de atividades que elaborei em sala de aula.

No documento Relatório Maria do Céu Lopes (páginas 187-190)

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