• Nenhum resultado encontrado

“(...) é pela descrição e pela variação imaginária dos aspectos acidentais que se chega à essência ou ao invariante, ou ao ser enquanto esse se manifesta tal como ele é em sua essência”. Capalbo

3.1. TIPO DE PESQUISA

A Metodologia tem como função mostrar um caminho, ou seja, a trajetória, a direção da pesquisa e ajudar, assim, a refletir e instigar um novo olhar sobre o mundo: um olhar curioso, indagador e criativo (SILVA E MENEZES 2001).

Neste sentido, realizou-se uma pesquisa de cunho descritivo, a um nível exploratório com uma abordagem qualitativa, que busca uma realidade que não pode ser quantificada e que, por apresentar aspectos subjetivos de interpretação e a atribuição de significados, acredita-se ser esta a abordagem mais adequada.

Segundo Baruffi (2004), a pesquisa de cunho descritivo tem como objetivo descrever, registrar, analisar, interpretar e correlacionar fatos ou fenômenos. Esta não deve manipular variáveis, ou seja, os dados são expostos conforme são apresentados, procurando descobrir, com a precisão possível, a freqüência com que o fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros fenômenos, sua natureza e suas características. Conforme Gondim (2002), o texto é uma obra de totalidade singular, o que impede sua redução a uma seqüência de frases inteligíveis individualmente. Para o autor, o que deve ser interpretado em um texto é a proposição de mundo e, essa proposta é, apenas, insinuada, nunca descrita. “É nessa tensão entre o expresso e o não expresso que a interpretação, propriamente dita, vai se colocar também, sugerindo uma construção que tem em vista a apropriação do sentido oculto, mas latente do discurso” (p. 8).

Desta forma, tem-se uma pesquisa de caráter qualitativo em que a abordagem apóia- se na descrição, no entendimento, na busca de significado, na interpretação, na linguagem e no discurso, gerando um tipo de conhecimento válido a partir da compreensão do significado do contexto particular. São os significados que os sujeitos atribuem à sua experiência vivida que se revelam a partir das descrições desses sujeitos, o que dá à pesquisa, ainda, o caráter fenomenológico.

Este referencial não implica somente compreendê-lo enquanto uma maneira de pesquisar, mas, como cita Corrêa (1997), “(...) fundamentalmente, compreendê-lo enquanto um pensar que fundamenta um „ver‟ o mundo, pensar esse que necessariamente tem que fazer sentido para o pesquisador, não se tratando apenas de um entendimento intelectual” (p. 83).

Assim, tem-se o intuito de conhecer, interpretar e tentar compreender a percepção dos acadêmicos de Educação Física sobre consciência, postura, corporeidade entre outras concepções, para abrir caminho à uma reflexão acerca das dimensões humanas.

A seleção da amostra foi realizada de forma aleatória, com restrição apenas de ser exclusivamente por acadêmicos do curso de Educação Física da Universidade Federal de Santa Catarina, durante o primeiro semestre letivo de 2009, de diferentes fases do curso.

Foram selecionados cinco alunos de diferentes fases, correspondentes à primeira, terceira, quinta e sétima fase, compreendendo assim, desde as fases iniciais as fases finais do curso, compondo um total, portanto, de vinte acadêmicos.

3.3. INSTRUMENTO E PROCEDIMENTO DE PESQUISA

Considerando, conforme Baruffi (2004), que a pesquisa descritiva trabalha sobre dados ou fatos colhidos da própria realidade, se faz necessário a utilização de instrumentos que facilitem e aproximem o pesquisador desta realidade. Para melhor captar e compreender a essência do que os enunciados pretendiam transpassar sem induzir ou reprimir idéias, foi elaborado um questionário com o intuito de verificar a percepção dos acadêmicos de Educação Física sobre consciência, postura e estados corporais e, conseqüentemente, sua possível relação, e ainda sobre a importância do conhecimento na área, segundo os acadêmicos. Goldenberg (1992), confirma:

A utilização de questionário em uma pesquisa traz algumas vantagens, como por exemplo: ser menos dispendioso, exigir menor habilidade para aplicação, pode ser enviado pelo correio, pode ser aplicado num grande número de pessoas ao mesmo tempo, as frases padronizadas garantem maior uniformidade para a mensuração, os pesquisados se sentem mais livres para exprimir opiniões que temem ser desaprovadas ou que poderiam colocá-los em dificuldades e menor pressão para uma resposta imediata, podendo o pesquisado pensar com calma (p.87).

Com relação à estrutura de um questionário, pode-se escolher entre fazer um questionário com perguntas fechadas ou abertas. No primeiro caso as questões já trazem alternativas de respostas prontas, onde as pessoas escolhem aquelas que mais se aproximam de sua realidade. Nesta pesquisa optou-se pelo segundo caso, no qual as respostas são

livres, sem limites, dando espaço para o pesquisado falar à vontade sobre suas aspirações com relação à questão feita.

O questionário foi elaborado durante o mês de abril de 2009, estando composto por seis questões abertas sobre o tema exposto, sendo submetido à apreciação, observação e sugestão, não deixando de estar relacionado e coerente com os objetivos da pesquisa.

3.4. PROCEDIMENTO DA COLETA DE DADOS

Inicialmente, foi feita uma seleção dos cinco alunos de cada uma das quatro turmas escolhidas para a amostra, através da lista de freqüência da turma. A escolha foi de forma aleatória não tendo sido escolhido nenhum aluno específico intencionalmente, contando com a participação voluntária dos mesmos.

Selecionados as turmas e os respectivos alunos, foi solicitado a alguns professores das turmas um espaço em aula para a divulgação do trabalho e a aplicação dos questionários. Com isto, a temática do trabalho e seus objetivos foram expostos e além disto, assegurou-se aos participantes que os dados não seriam expostos para outros fins que não a pesquisa em questão, e que os mesmos não precisavam se identificar uma vez que os nomes não necessários aos interesses da pesquisa nem tampouco divulgados.

Com a aplicação dos questionários, obtivemos dezessete amostras das vinte propostas, aonde faltaram três alunos propostos à participação da pesquisa. A coleta de dados aconteceu durante o mês de maio de 2009, em horários alternados, conforme a disponibilidade dos professores e da pesquisadora.

Documentos relacionados