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CAPÍTULO 5 METODOLOGIA

5.1 Fundamentos metodológicos da pesquisa

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O presente estudo parte da premissa de que a pesquisa científica é voltada para uma investigação minuciosa, que requer do pesquisador o máximo de postura ética com relação aos aspectos encontrados. Sendo assim, essa pesquisa numa abordagem qualitativa, é realizada num movimento contínuo de fases interligadas.

Segundo Minayo (1998), uma pesquisa passa por três fases: a) fase exploratória, na qual se amadurece o objeto de estudo e se delimita o problema de investigação; b) fase de coleta de dados, em que se recolhem informações que respondam ao problema; e c) fase de análise de dados, na qual se faz o tratamento, por inferências e interpretações, dos dados coletados. Nesse contexto é de extrema importância que “o trabalho de pesquisa seja devidamente planejado, que os dados sejam coletados mediante procedimentos rigorosos, que a análise seja densa e fundamentada e que o relatório descreva claramente o processo seguido e os resultados alcançados” (ANDRÉ, 2001, p.57).

No caso dessa pesquisa, o objeto de estudo parte da experiência da pesquisadora em encontros promovidos pela Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco através da GRE/AM para professores do ensino médio e ProEMI, bem como de sua experiência de formação. Empiricamente, os professores se queixavam acerca das dificuldades na hora de planejar e desenvolver práticas pedagógicas inovadoras com apoio da pesquisa e iniciação científica no eixo de seu componente curricular e nas aulas do macrocampo Iniciação Científica e Pesquisa, levando-nos ao seguinte questionamento: quais as concepções dos professores de Ciências da Natureza e Matemática sobre a inovação pedagógica e as práticas pedagógicas inovadoras no macrocampo de Iniciação Científica e Pesquisa do ProEMI?, sendo este o problema de investigação.

Para dar resposta a essa inquietação, adotou-se nesse estudo, a abordagem qualitativa de pesquisa, por esta centrar-se na compreensão dos significados atribuídos pelos sujeitos às suas ações. Essa abordagem possui um enfoque indutivo e analisa o fenômeno em seu ambiente natural, “(...) defendendo uma visão holística dos fenômenos, isto é, que leve em conta todos os componentes de uma situação em suas interações e influências recíprocas” (ANDRÉ, 2008).

Nesse sentido, “a pesquisa qualitativa é apropriada quando se sente a necessidade de estudar um grupo ou população, identificar variáveis que não podem ser medidas facilmente ou escutar vozes silenciadas” (CRESWELL, 2014, p.50).

É fato que, a pesquisa qualitativa ao ser considerada um “meio para explorar e para entender o significado que os indivíduos ou os grupos atribuem a um problema social ou humano” (idem), traz ricas possibilidades para o estudo do problema de investigação dessa pesquisa. Primeiro, devido aos principais procedimentos qualitativos de pesquisa ter como foco de estudo uma amostragem intencional, a coleta de dados abertos, a análise de textos ou de imagens e interpretação pessoal dos achados. E por outro lado, por serem as características mais comuns da pesquisa qualitativa,

o “Habitat Natural onde os pesquisadores qualitativos coletam os dados no campo, no ambiente onde os participantes vivenciam a questão ou problema em estudo. Não mandam instrumentos para os indivíduos preencherem como uma pesquisa estatística, mas preferem interagir com as pessoas para ver como elas se comportam e agem dentro do seu contexto. O pesquisador como um instrumento chave onde coletam dados através de observações e análise de documentos, entrevistas com os participantes. Os múltiplos métodos, ou seja, os pesquisadores qualitativos reúnem múltiplas formas de dados como entrevistas, documentos, observações ao invés de se basearem apenas em uma fonte de dados. Depois examinam todos os dados e procuram entender seu significado, organizando-os em categorias ou temas que perpassam todas as fontes de dados. E outra característica é o raciocínio complexo por meio da lógica dedutiva e indutiva, onde os pesquisadores montam padrões, categorias e temas de cima para baixo, organizam os dados indutivamente (ibidem,p.56).

A pesquisa qualitativa também foi escolhida por ter como característica peculiar “a diversidade metodológica”, o que permite extrair dados da realidade a fim de serem contrastados a partir do prisma do método. Nesse caso, “possibilita realizar exames cruzados de dados obtidos, angariar informação por meio do processo de triangulação, chegar a contrastar e validar as informações obtidas através de fontes diversas sem perder a flexibilidade” (GÓMEZ, 1999 apud PIMENTA et. al.2006, p.70).

Desse modo, a pesquisa de campo alocou-se num contexto de estudo em que se averiguou as concepções dos professores de Ciências da Natureza e Matemática sobre inovação pedagógica e práticas inovadoras de iniciação científica e pesquisa na perspectiva do objeto de estudo. Diante das concepções levantadas e concordando com Creswell (2014, p.48) quando, em algumas notas explicativas, ressalta que “os pressupostos gerais e as estruturas interpretativas sustentam a pesquisa qualitativa. Sendo necessário atribuir atenção às questões éticas, a coleta de dados, ao relato dos “achados” e as questões filosóficas do projeto de pesquisa”, este estudo, buscou apreender “o objeto da pesquisa” através de informações diversas. Nesse caso, utilizou-se o princípio metodológico da complementaridade

de procedimentos metodológicos, o qual possibilitou uma maior flexibilidade no desenho da metodologia e, consequentemente, na credibilidade dos resultados.

Acrescenta-se a isso, que para responder as questões norteadoras da pesquisa, recorreu-se também a um estudo de natureza descritivo, exploratório na medida em que não se limitou só à descrição das situações, mas fez análises que possibilitaram inferências sobre o objeto de estudo.

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