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Proposta de Unidade Curricular “Criatividade e Pensamento Crítico”

1. Fundamentos Teóricos Figura 2 Nome da Unidade Curricular

170 Evolução do conceito de Criatividade, observando a evolução das diferentes conceções, perspetivas e modelos teóricos que emergiram ao longo do tempo, com maior foco na segunda metade do séc.XX, filiada em autores de referência como Rogers, Wallas, Orborn, Rhodes, Gardner, Csikszentmihalyi, Lubart, Sternberg, Runco, Cropley, Kaufman, Beghetto, Amabile, Alencar, Fleith, Morais, Woodman e Schoenfeld, Seltzer & Bentley, Craft ou Glăveanu.

Os primórdios da ideia de criatividade; a criatividade ascendendo a categoria estética: Criatividade como construção cultural; conceito multifacetado e plural, sob os pontos de vista de onde é analisado.

Figura 4 - Início do estudo da evolução do conceito de Criatividade. Características das perspetivas enunciadas.

171 2. Processo criativo

O modelo de Wallas (1926), que, considerando a dimensão cognitiva da criatividade, pressupõe quatro estágios ou etapas no processo criativo: a Preparação; o período de Incubação; a Iluminação e a Verificação.

O Brainstorming, proposto por Osborn em 1956 e vulgarmente denominado por «tempestade de ideias», uma técnica para explorar a potencialidade criativa.

O esquema conceptual dos 4P’s, introduzido por Rodhes, em 1961, como uma das primeiras estruturas de criatividade, no qual cada “P” representa uma dimensão, considerando a Pessoa criativa, o Processo criativo, o Produto Criativo e a influência do contexto, aqui denominada de Press, numa organização que permite perceber quem, o que, quando, onde e como, a criatividade acontece. Novas abordagens a esta estrutura conceptual, Simonton (1991) e Runco (2007).

172 3. Abordagens Sistémicas da Criatividade

A perspetiva sistémica de Criatividade – que além das habilidades de personalidade dos indivíduos, considera também a influência dos fatores sociais, culturais e históricos do meio no qual se encontra, integrando variáveis internas e externas.

173 3.1 Modelo Componencial de Amabile

O Modelo Componencial de Amabile - Integrado nas perspetivas sistémicas, compreende fatores cognitivos, motivacionais, sociais e de personalidade e assume três componentes considerados essenciais ao trabalho criativo: a Habilidade de Domínio, os Processos Criativos Relevantes e a Motivação, considerando que só na sua interseção poderemos encontrar a criatividade. O modelo desenvolve-se em cinco estágios: a Identificação; a Preparação; a Geração de Resposta; a Comunicação e Validação da resposta e o Resultado.

Este modelo, inicialmente datado de 1983, sofreu nos anos seguintes e fruto dos diversos estudos realizados neste campo de investigação, uma considerável evolução. O atual Modelo Componencial Dinâmico introduz três novos fatores psicológicos importantes, o ciclo de progresso, o trabalho significativo e o afeto [os quais estão interconectados entre si] e acrescenta a motivação extrínseca sinérgica à componente de motivação, numa estrutura em que todos os fatores psicológicos mencionados se relacionam também com a componente de motivação, de forma significativa (Amabile & Pratt, 2016).

174 3.2 Teoria do Investimento em Criatividade, de Sternberg e Lubart

Teoria do Investimento em Criatividade (de Sternberg e Lubart 1991) - o comportamento criativo como resultado da interação dos seis fatores apresentados.

Figura 8- Conceito e conceções: finais do séc.XX - Teoria do Investimento em Criatividade (Sternberg e Lubart).

175 3.3 Perspetiva dos Sistemas, de Csikszentmihaly

A Perspetiva dos Sistemas de Csikszentmihaly - a criatividade como uma interação entre Indivíduo, Campo e Domínio. Considera que o Indivíduo traz consigo a bagagem genética e as experiências pessoais, o Campo representa o sistema social e o Domínio diz respeito aos conhecimentos em determinada área e todos eles se contaminam e interligam.

176 3.4 Perspetiva Sistémica de Woodman e Schoenfeld

A perspetiva sistémica de Criatividade, por Woodman e Schoenfeld (1990) – a criatividade como resultado de uma interação complexa entre três componentes essenciais: os antecedentes, as características pessoais e as influências sociais do contexto.

Figura 10- Conceito e conceções: finais do séc.XX - Novas perspetivas sobre a visão sistémica de Criatividade . . . . .

177 4. Perspetivas Teóricas

4.1 Abordagem múltipla da Criatividade

A abordagem múltipla da Criatividade, por Tod Lubart (1994) – visão fenomenológica que considera os fatores cognitivos, os fatores conativos [como personalidade, estilo cognitivo e motivação], os fatores emocionais e os fatores ambientais.

178 4.2 – Dicotomia Little c / Big C

litlle C - criatividade comum, reconhece que todos os indivíduos têm potencial criativo. Big C - alta ou elevada criatividade, associada à criatividade dos grandes génios.

A expansão desta dicotomia, por Kaufman & Beghetto - o modelo de criatividade quatro C(s), que adiciona a ideia de mini-c, a criatividade inerente ao processo de aprendizagem e a Pro-C, relacionada com o conhecimento mais profundo ao nível profissional (que possibilita a inovação no trabalho).

179 4.3 Perspetiva de Criatividade, de Fátima Morais

A perspetiva de Criatividade, por Fátima Morais (2011), como resultado da confluência de seis fatores: Aptidões, Motivação, Conhecimento, Personalidade, Processos Cognitivos e o Olhar do Outro.

Figura 133 - A compreensão do conceito no contexto Nacional, na perspetiva de Fátima Morais (séc. XXI).

180 4.4 Perspetiva de Criatividade da Fundação Creativity, Culture and Education

As diferentes construções do conceito observadas pela Fundação Criatividade, Cultura e Educação (CCE), numa revisão de literatura apresentada, em 2010 – a criatividade no contexto académico, de investigação, político e educativo, assim refletida em nove retóricas.

181 5. Perspetivas de aplicação social da Criatividade

5.1 Tendência globais

A introdução de novas políticas públicas de ensino e a forma como esses discursos abordam a criatividade – desde um extremo em que se enfatiza a sua exclusividade ou se considera como uma alavanca para a prosperidade e sucesso da economia, a outro extremo em que a criatividade é considerada como um veículo privilegiado para a inclusão, a democratização e a capacitação .

182 5.2 Transversalidade do conceito

A importância de considerar a criatividade nos diferentes domínios, reconhecendo o seu carater transversal (Bahia, 2008; Cropley A. , 2001; Cropley A. , 2016; Gardner, 1996; Morais, 2011a; Morais, 2011b; Robinson, et al., 1999; Runco, 2007; Torre & Violant, 2006).