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1. INTRODUÇÃO

2.3. Fundos de Investimentos de Renda Fixa

Os fundos de Renda Fixa existentes no mercado são assim denominados por aplicarem seu patrimônio em títulos públicos e/ou privados de Renda Fixa (RASSIER, 2004). O mercado de Renda Fixa compreende as operações com títulos que têm um prazo de vencimento pré-estabelecido e sua rentabilidade é conhecida no momento da operação. No vencimento, há o retorno do principal acrescido do rendimento da operação.

Segundo Assaf Neto (2006) existem no mercado financeiro, inúmeros títulos de Renda Fixa, os quais se diferenciam essencialmente pela maturidade (prazo de resgate do título) e natureza do emitente. As emissões de Renda Fixa com maturidade inferior a um ano são geralmente identificadas como instrumentos de curto prazo do mercado monetário, como títulos públicos, comercial papers e certificados de depósitos bancários. Títulos com maturidade superior a um ano são denominados de bônus.

Segundo Cavalcante et al. (2005), as decisões do administrador na Renda Fixa podem ser classificadas por período (aplicados a curto ou longo prazo) e estar em títulos pré ou pós- fixados. Seu posicionamento dependerá do cenário econômico projetado. Se em seu cenário as taxas de juros apresentam tendência descendente, deverá se posicionar a longo prazo em taxas prefixadas, garantindo o retorno que estas estão rendendo. Por outro lado, se a previsão for de taxas de juros em alta, deverá manter suas aplicações com vencimentos de curto prazo em títulos pós-fixados para acompanhar a alta.

Um título de Renda Fixa é pré-fixado quando o rendimento e o valor de resgate do título no vencimento são conhecidos no momento inicial da operação. No caso de um título de Renda Fixa pós-fixado, o rendimento é conhecido no momento da aplicação, mas o valor de resgate só poderá ser calculado na data do vencimento do título. Nestes títulos o rendimento normalmente é representado por dois componentes: um indexador e uma taxa pré-fixada, conhecida como cupom.

A avaliação desses títulos é processada por meio de fluxo de caixa prometido a investidor, descontado a uma taxa que reflete o risco do investimento. Outras variáveis como liquidez do mercado, indicadores econômicos e aspectos tributários, também costumam influir sobre o preço de mercado do bônus. Os principais riscos que os investidores estão expostos ao adquirirem estes títulos são: oscilações nas taxas de juros de mercado; inadimplência do emitente; liquidez do mercado; oportunidades de reinvestimentos pelo investidor. O risco é uma função crescente do prazo do título, indicando que, quanto maior for o tempo de vencimento, mais alto é o risco apresentado.

A formação dos títulos no mercado encontra-se relacionada com o comportamento da taxa de juros. Como o preço de mercado é obtido descontando-se os fluxos de rendimentos pela taxa de juros requerida, o título desvaloriza-se conforme os juros sobem e apresenta valorização quando as taxas declinam.

2.3.1 Principais Títulos de Renda Fixa

Segundo a Associação Nacional de Bancos de Investimentos (2007) os principais títulos de Renda Fixa são:

Títulos Públicos

Os títulos públicos têm como objetivo prover recursos necessários à cobertura dos déficits orçamentários do governo. Também são importante instrumento para a implementação da política monetária, uma vez que: quando o governo vende títulos, está retirando dinheiro de circulação e quando o governo recompra os títulos, está colocando dinheiro em circulação. Dessa forma quando o governo recompra os títulos públicos, aumenta o dinheiro em circulação, por conseqüência a taxa de juros diminui e o consumo aumenta, abrindo espaço para a inflação. Por outro lado, quando o governo emite títulos, diminui o dinheiro em circulação, por conseqüência os juros aumentam, cai o consumo e se abre caminho para uma deflação ou até uma recessão. Saber dosar quanto de liquidez deve estar em circulação é a chave para uma política monetária equilibrada, o que possibilita o controle adequado da inflação e permite um crescimento econômico compatível com o crescimento da população. São negociados os seguintes títulos públicos: Letra do Tesouro Nacional (LTN), Letra Financeira do Tesouro (LFT) e Nota do Tesouro Nacional (NTN).

Letra do Tesouro Nacional é um título pré-fixado, com valor de resgate pré-definido, sem pagamento de juros intermediários. Letra Financeira do Tesouro é um título cujo valor é atualizado diariamente pela taxa Selic. Nota do Tesouro Nacional são títulos de prazo mais longo, com pagamento de juros intermediários durante a sua vigência. As NTNs mais importantes são as das séries B (IPCA), C (IGP-M), D (Variação do dólar) e F(pré-fixada).

Certificado de Depósito Bancário (CDB)

São títulos emitidos por bancos comerciais, de investimento, de desenvolvimento ou múltiplos com o objetivo de gerar captação de recursos (funding) para que o banco aplique em vários ativos. Os CDBs podem ser emitidos em taxas pré-fixadas ou pós-fixadas como TR, TBF, TJLP, DI, Selic. Não podem ser emitidos com variação cambial.

Debêntures

As debêntures são títulos emitidos pelas sociedades anônimas (S.A.) não financeiras de capital aberto, com o objetivo de captar recursos de médio e longo prazo. As sociedades de arrendamento mercantil e as companhias hipotecárias estão também autorizadas a emitir debêntures. A debênture é legalmente formalizada por uma escritura de emissão registrada

em junta comercial. Essa escritura deve ser previamente aprovada pelos acionistas da empresa numa assembléia geral extraordinária convocada para esse fim.

Commercial Papers – Notas Promissórias Comerciais

O commercial paper ou nota promissória comercial é um título privado de emissão exclusiva de empresas sociedades anônimas (S.A.) Ele não possui pagamentos de juros intermediários e o rendimento está implícito no deságio em relação ao valor de face (valor no vencimento) na época de sua negociação. Porém, o valor de face pode ser corrigido por taxas flutuantes (como o DI e a Selic), pela TR e a TJLP.

Letra Hipotecária (LH)

A letra hipotecária é um instrumento de captação de recursos emitido por instituições financeiras autorizadas a conceder créditos hipotecários, ou seja, Caixa Econômica Federal, sociedade de crédito imobiliário, sociedade de poupança e empréstimo, banco múltiplo com carteira de crédito imobiliário e companhias hipotecárias. Este instrumento é garantido por créditos hipotecários de primeira hipoteca. A letra hipotecária é nominativa e endossável, ou seja, pode ser negociada livremente no mercado.

Fundo Garantidor de Crédito (FGC)

Este fundo é destinado a administrar um mecanismo de proteção aos titulares de créditos contra instituições financeiras. Ou seja, quem possui depósitos à vista em conta corrente, depósitos em poupança, depósitos a prazo (CDB e RDB), letras de câmbio, letras imobiliárias ou letras hipotecárias possuem uma proteção limitada contra a inadimplência de instituições financeiras.

2.3.2 Tributação sobre Aplicações Financeiras de Renda Fixa

Os investidores que aplicam em fundo de Renda Fixa estão sujeitos a algumas tributações, tais como: Imposto sobre operações financeiras (IOF) e Imposto de Renda (IR).

é o resgate ou a venda do título; a base de cálculo é o valor de resgate e alíquotas são 1% ao dia sobre o resgate, limitado a um percentual do rendimento, em função da tabela 2:

RENDIMENTO DIÁRIO

DIAS %LIMITES DIAS %LIMITES DIAS %LIMITES

1 96% 11 63% 21 30% 2 93% 12 60% 22 26% 3 90% 13 56% 23 23% 4 86% 14 53% 24 20% 5 83% 15 50% 25 16% 6 80% 16 46% 26 13% 7 76% 17 43% 27 10% 8 73% 18 40% 28 6% 9 70% 19 36% 29 3% P R A Z O 10 66% 20 33% 30 0%

Tabela 2 – IOF: tabela de alíquotas para Renda Fixa (Fonte: ANBID, 2007).

No caso das aplicações financeiras de Renda Fixa, o fato gerador é a transmissão do título (liquidação ou vencimento, resgate, cessão, repactuação, etc.). A base de cálculo é o total dos rendimentos obtidos da data da compra até a data da venda (cessão, repactuação) do título, deduzido o IOF, se houver. As alíquotas aplicadas seguem o quadro 3.

22,5% em aplicações com prazo de até 180 dias

20% em aplicações com prazo de 181 dias até 360 dias 17,5% em aplicações com prazo de 361 dias até 720 dias 15% em aplicações com prazo acima de 720 dias

3. INDICADORES DE DESEMPENHO DE FUNDOS DE

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