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CAPÍTULO IV O QUADRO DO ESTÁGIO CURRICULAR NA EMPRESA INTERNATIONAL

1. Génese da Entidade Empresarial

A Empresa International Group Corporation Portugal SGPS S.A., sedeada em Portugal desde o início do ano de 2012 é detentora de capital norte-americano. Tal como a grande maioria das sociedades gestoras de participações sociais, no âmbito do regime legal, desde 1988 apresentam com objectivo primeiro a administração de um grupo mais vasto de empresas, no sentido de fazer face às mudanças do Mercado Único Europeu. A necessidade de fortalecimento do tecido empresarial português torna-se imperativa. Esse fortalecimento empresarial e o aumento da sua capacidade para enfrentar a concorrência externa é a chave para contrariar a ‘pressão’ vinda da abolição das fronteiras incitando à criação de novos grupos económicos.

Tanto quanto deixa transparecer, a IBA Portugal SGPS S.A. enquadra-se no quadro jurídico das Sociedades Gestoras de Participações Sociais (SGPS), uma iniciativa legalmente aprovada em 1988, resultado das sucessivas mudanças provenientes do Mercado Único Europeu. Com um grande número de empresas agregadas a esse conceito jurídico, o seu objecto primeiro passa, inequivocamente, pela gestão de participações sociais de outro(s) grupo(s) de empresa(s) orientada(s) para o exercício de actividades económicas de forma indirecta. Subentende-se que a forma indirecta de exercício de actividades económicas é tida em consideração, quando não expresse um carácter ocasional, isto é, sempre que uma entidade empresarial assume uma participação por um período superior a um ano e detenha dez por cento do capital, sendo-lhe conferido o direito de poder de voto na sociedade participada por si só, mas também no conjunto das participações de outros grupos, na qual a mesma detenha um claro domínio enquanto principal. É de evidenciar que podem adquirir e conservar quotas ou acções de quaisquer sociedades nacionais, bem como adquirir e conservar quotas ou acções de qualquer sociedade estrangeira, seja na forma indirecta ou na forma directa, porém, essa última admite que as Sociedades Gestoras de Participações Sociais nesse regime, somente adquiram partes sociais e somente detenham partes sociais correspondentes a menos de dez por cento do

88 capital, com direito de veto nalgumas situações em concreto, tal e qual como Borges e Macedo96

(2007) o aludem. Regra geral, esse tipo de entidade pode assumir duas posturas completamente contrastantes – Sociedades Anónimas ou Sociedades por Quotas ou, ainda uma conjugação de ambas. Neste exercício analítico daremos uma especial ênfase à Sociedade Anónima, bem como à Sociedade por Quotas, por serm aquelas que se enquadram neste caso em específico, sendo concebidas as considerações gerais de cada uma: a Sociedade Anónima97 e

a Sociedade por Quotas98. De destacar, que esta empresa assume uma singularidade susceptível

de citar, em razão, desse tipo de associação admitir, por norma, duas modalidades distintas: a pura99 e a mista. Neste caso efectivo, essa comporta uma natureza, segundo Borges e Macedo100

(2007), puramente mista, ou seja, manifesta um evidente propósito social direccionado para a participação no capital de outras sociedades empresariais e, concomitantemente, exerce um papel activo, no exame de uma determinada actividade empresarial.

Esta nova natureza jurídica empresarial surge no sentido de fortalecer o tecido empresarial português, dado que é imperioso acrescer a sua capacidade no que concerne à concorrência externa e, no que concerne o contrariar à ‘pressão’ que se fez sentir com a abolição das fronteiras. A associação dessas duas consequências incitou ao surgimento de

96 BORGES, António; MACEDO João Carlos Monteiro em SOCIEDADES GESTORAS DE PARTICIPAÇÕES SOCIAIS Aspectos Jurídicos, Fiscais e

Contabilísticos, p. 13.

97 Forma jurídica de constituição de empresas, em que o capital social não está atribuído a um nome em particular, mas sim está dividido em

acções, susceptíveis à livre transacção, sem obrigar a uma escritura pública ou a uma acção notorial, sendo prevista a distribuição dos lucros, em função dos seus accionistas, uma vez que o valor do capital social deverá pelo menos ser de cinquenta mil euros, repartido por acções de igual valor nominal e a responsabilidade dos sócios é limitada, isto é, encontra-se de acordo com o limite do valor das acções que subescreveu. Exige no mínimo cinco sócios, todavia é possível constituir este tipo de forma jurídica, desde que um accionista constitua uma sociedade, assim a empresa pode ser composta pelo nome de um dos sócios ou pelo nome de todos os sócios orientando-se para uma denominação particularista ou uma reunião colectiva, obrigatoriamente seguida do aditamento ‘Sociedade Anónima’ por extenso ou por ‘S.A.’ abreviada.

98 Forma jurídica de constituição de empresas com responsabilidade limitada, ou seja, natureza jurídica de uma entidade empresarial constituída

como uma sociedade composta por dois ou por mais sócios, sem a admissibilidade de contribuições industriais. O capital encontra-se dividido em quotas, sendo cada um dos sócios responsáveis ainda que, solidariamente, por todas as entradas acordadas no contrato social, pois esse capital social é fixado livremente no contrato dessa sociedade, fazendo correspondência ao somatório das quotas subscritas pelos seus sócios. Regime que não é aplicável às empresas regulamentadas por uma legislação especial. Essa responsabilidade ao nível de cada sócio, está limitada ao capital social, à excepção daqueles casos, em que a lei preveja uma situação contrária. Somente o património da sociedade poderá responder aos credores pelas dívidas da mesma. O contrato deverá referenciar o montante de cada uma das quotas de capital, bem como a identificação do respectivo titular e também o montante investido por cada um dos sócios no contrato da sociedade. A empresa será obrigada a contrair um aditamento da expressão ‘Limitada’, sob a forma extensa ou sob a forma abreviada e não poderá manter vocábulos que identifiquem um objecto social que não esteja especificamente previsto na respectiva cláusula do contrato da sociedade.

99 Manifesta um evidente propósito social, somente direccionado para a participação, no capital de outras sociedades empresariais.

100 BORGES, António; MACEDO João Carlos Monteiro em SOCIEDADES GESTORAS DE PARTICIPAÇÕES SOCIAIS Aspectos Jurídicos, Fiscais e

89 novos grupos económicos, como forma de fortificar o domínio nacional e como forma de fortificar o domínio internacional das empresas. Será exposta toda a legislação extensiva a esse regime jurídico no quadro empresarial, como poderá ser perceptível e como poderá ser confirmado pelo Anexo I – Legislação Aplicável, segundo o Decreto-Lei nº 495/88, de 30 de Dezembro com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei nº 318/94, de 24 de Dezembro e Decreto-Lei nº 378/98, de 27 de Novembro –, a fim de conferir uma elucidação visivelmente mais extensa e dissipar quaisquer dúvidas.