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Genetic enhancement – Melhoria da performance genética

Como já salientei, as pesquisas efectuadas antes da etapa de tradução foram de importância crucial na resolução de dificuldades de ordem conceptual e terminológica. Este termo foi, seguramente, um dos casos em que essas pesquisas se revelaram indubitavelmente profícuas. Mais uma vez, o sítio do National Human Genome

Figura 7 - Representação da pesquisa efectuada para o termo “Genetic Enhancement”.

Uma vez conhecida a sua definição, não foi difícil pesquisar um equivalente adequado para o termo. Dado que a definição conjugava a menção à transferência genética e à melhoria da performance, optei por, na pesquisa a que procedi no Google, combinar os termos “genética + performance”. De entre os resultados obtidos, constava um documento em PDF que, para além de facultar um equivalente, apresentava igualmente o termo inglês original.

53 6- A tradução de siglas

Como sublinhou Ana Martins, num artigo intitulado "O código da sigla"7, “as siglas têm a grande vantagem de poupar espaço (na folha de papel ou no tempo da elocução). A junção das iniciais de cada palavra de uma expressão abrevia e compacta formulações mais ou menos extensas. Parece, pois, ser um processo de formação simples e cómodo, mas não é.”

Como efeito, no presente projecto de tradução, a restituição das siglas na língua de chegada colocou inúmeros problemas de resolução nem sempre evidente. Se, por um lado, várias siglas correspondem, no âmbito da comunicação médico-científica em língua portuguesa, à sua forma original e são, por isso, adoptadas sem alteração, outras são adaptadas, conservando-se, neste caso, as iniciais do termo traduzido. Esta dupla estratégia coloca o tradutor especializado perante o dilema de manter ou adaptar as siglas no texto-meta.

Esta questão reveste, naturalmente, maior acuidade no caso da neologia científica, como acontece com o domínio do diagnóstico genético pré-implantação. No caso concreto da sigla DGPI, contudo, o problema não residiu em manter ou adequar a sigla, mas antes no uso concorrencial, em língua portuguesa, de duas alternativas - DGPI e DGP. Optou-se assim por, através do motor de busca Google, averiguar o número relativo de ocorrências de cada sigla e seleccionar a de emprego mais frequente.

No caso da sigla PCR (Polimerase Chain Reaction, termo traduzido por reacção

em cadeia da polimerase), verificou-se que os textos da especialidade em língua

portuguesa mantinham invariavelmente a sigla inglesa original. Depois de uma pesquisa exaustiva, conduzida em vários sítios fidedignos, concluiu-se que não se encontrava, em contexto clínico, vulgarizada nenhuma sigla alternativa formada a partir da tradução portuguesa do termo.

O recurso ao empréstimo, no caso da abreviação vocabular e da formação de siglas, revelou-se, pelas razões aduzidas, um procedimento adequado, sob o ponto de vista tradutológico, tendo-se verificado igualmente no caso de outros termos constantes dos textos-fonte, designadamente em injecção intracitoplásmica de espermatozóides –

7 O texto foi originalmente publicado no semanário Sol, de 7 de Abril de 2007, e encontra-se disponível no sítio Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

ICSI (sigla formada a partir das iniciais do termo inglês intracytoplasmic sperm

injection) e hibridação genómica comparativa – CGH (sigla formada a partir do termo

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A elaboração de um glossário, no âmbito de um projecto desta natureza, era, como se compreende, tarefa incontornável. Para além de constituir um garante essencial de consistência terminológica, espera-se que o glossário venha a revelar-se útil em futuros projectos de tradução. O glossário relativo a este projecto é apresentado em apêndice (8.5| Glossário). Optei por nele incluir exclusivamente termos de uso específico técnico- científico - e, portanto, de considerável complexidade - relativos às áreas da genética e, em particular, da reprodução medicamente assistida e do diagnóstico genético pré- implantação.

Uma vez que parte significativa dos problemas com que um tradutor se confronta é atinente à complexidade terminológica, a organização de um glossário rigoroso e dirigido a um domínio científico/disciplinar específico condiciona decisivamente o sucesso da tarefa de tradução. Como sublinham Vicent Montalt i Ressurrecció e Maria González Davies, em Medical Translation step by step: learning by drafting, “becoming familiar with the particular terminology in the languages involved and being able to solve all sorts of terminological problems – neologisms, synonyms, polysemy, register mismatches – are not only central activities in medical translation but key aspects in the life-long education of professional translators” (2007, 20-21).

Para além de constituir um repertório mais ou menos vasto de termos, um glossário cumpre, no âmbito do processo de tradução, outros objectivos. São ainda os mesmos autores que acentuam que "Glossaries are used to ensure that terminology is consistent 1) internally with the solutions adopted in a particular assignment, and 2) externally with the client‟s norms and preferences"(2007, 23).

A elaboração deste glossário revelou-se crucial, no âmbito do presente projecto de tradução, tanto para a dilucidação de certos termos, como na preservação da coerência terminológica do texto de chegada. Privilegiaram-se, assim, palavras/expressões que apresentavam uma elevada densidade terminológica.

Na tabela a seguir reproduzida, encontram-se elencados os campos previstos na elaboração deste glossário:

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TERMO

LP

DEFINIÇÃO CONTEXTO SIGLA(S) SINÓNIMO(S) TERMO

LC

OCORRÊNCIA

EM TEXTOS

PARALELOS