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Capítulo III A Família e as competências parentais

3.2. Relacionamentos familiares

3.2.1 Genogramas

Sendo os genogramas uma ferramenta de trabalho de vários profissionais que lidam com grupos de indivíduos, consideramos importante abordar esta temática para melhor entendermos os tipos de relacionamentos nas famílias, assim e segundo McGoldrick e Gerson (1985) referem que o genograma é o desenho da árvore genealógica e estrutura de uma família. Contém informações dos elementos da família e suas relações. O objetivo dos genogramas é fornecer uma imagem rápida do modelo de famílias complexas. São representações tangíveis e gráficas da família permitindo ao técnico elaborar hipóteses dos problemas que estão presentes na mesma. A informação e a manutenção do genograma melhora se for analisada do ponto de vista sistémico, como parte da avaliação geral do sistema.

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Os genogramas são associados à teoria dos sistemas familiares de Murray Bowen. Os genogramas são utilizados por vários técnicos como os terapeutas familiares, de forma a obter a informação sobre o sistema emocional da família. São utilizados por médicos e outros técnicos da área da saúde para perceber o histórico das doenças na família.

É importante agora expôr a teoria dos sistemas familiares. O conceito é explicado como sendo um grupo de pessoas que interagem como um todo, sendo que os seus problemas não existem num vazio, havendo interligações mais amplas. A família é o sistema mais poderoso ao qual o individuo está associado.

Desta forma, a família é composta por uma rede de parentesco de pelo menos três gerações. Os seus elementos funcionam de forma interdependente, funcionam entre si ao nível social, emocional, etc. Quando existe uma mudança num elemento da família, essa vai afetar uma parte do sistema familiar e outras partes do mesmo sistema.

As interações e as relações familiares tendem a ser muito semelhantes em cada geração. Nos genogramas, poder-se-á confirmar essas repetições, assim como as tentativas de previsão de repetições na família a partir da interpretação dos genogramas.

Os autores expõem um princípio básico da teoria dos sistemas familiares que é o seguinte: Os problemas e os sintomas refletem uma adaptação dos elementos da família ao sistema num dado momento. Os esforços dos elementos na adaptação são refletidos nos vários níveis do sistema, ou seja ao nível da família nuclear, alargada e a comunidade.

Existem muitos tipos de padrões de relacionamentos na família, sendo os genogramas, um instrumento útil para fazer avaliação da mesma.

A construção dos genogramas, segundo McGoldrick e Gerson implica três níveis:

1. Desenhar a carta da estrutura da família;

2. Recolher as informações sobre a família;

3. Delimitar as relações familiares.

Desenhar a carta da estrutura da família pressupõe uma descrição gráfica das diversas linhas biológicas dos elementos que a compõem. Unindo todas as relações entre os seus membros e as gerações que a compõem com linhas e atribuindo a cada membro símbolos de género e tipo de relacionamento.

Relativamente à fase da recolha de informação, esta deverá ser no sentido da dinâmica na construção dos tipos de relacionamentos entre os membros da família nas três gerações que são representadas no genograma.

Quanto à terceira e última etapa da construção dos genogramas, as delimitações nas relações familiares, são obviamente entre os seus membros. Registam-se os testemunhos de familiares e faz-

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se observação direta. São utilizados diferentes traços para simbolizar os diferentes tipos de relação entre os membros da família. (McGoldrick e Gerson, 1985:17-24)

A construção dos genogramas poderá ser feita de várias formas; manualmente, através de software não específico como sendo o Microsoft Word e mediante software desenhado para o efeito, como sendo o Genopro16, tendo sido previsto para o desenho de árvores genealógicas, podendo conter símbolos, relacionamentos familiares, emocionais, tendo a possibilidade de guardar os dados.

Mediante a representação por símbolos dos indivíduos que compõem os subsistemas da família, a partir do sexo, filhos por género, adotivo, gravidez, aborto, gémeos, falecimentos. A forma de representar as relações dos indivíduos entre si é feita por linhas. Estas podem ainda ser representadas de forma especifica como apresentando relações familiares e ou conjugais, como sendo as várias formas de união conjugal, separação, os tipos de coabitação, relações temporárias ou apenas casuais.

Para a construção de um genograma é necessário a apresentação de três gerações. Deve-se identificar a pessoa sobre a qual incide o estudo ou análise. Deve ser feita a apresentação de género da esquerda para a direita, sendo o masculino à esquerda. Assim como a família paterna à esquerda. A idade dos elementos é registada do mais velho para o mais novo. Sendo o mais velho à esquerda. Devem ser identificados por uma linha os agregados em coabitação.

O genograma deve ser datado pelo dia da recolha de dados ou pela elaboração. Outras informações poderão ser incluídas nos genogramas tais como os primeiros nomes e apelidos, data de nascimento e falecimentos, datas de casamentos, separações. Também pode conter informações sobre a saúde, tais como doenças crónicas, mentais, consumos de substâncias. Ainda pode conter informações sobre o grau de escolaridade e a área profissional. (Costa, 2013: 727-730)

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C

APÍTULO

IV-

AE

CONOMIA

S

OCIAL E A

E

CONOMIA

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OLIDÁRIA

COMO MECANISMOS DE LUTA CONTRA A POBREZA E EXCLUSÃO SOCIAL

,

CONCEITOS

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ABORDAGENS E REFLEXÕES

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Capítulo IV - AE

CONOMIA

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OLIDÁRIA

COMO MECANISMOS DE