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Tecnologicamente o material que é explorado é definido como uma areia com teor variável médio de caulino de 7%, constituída essencialmente por areia silíciosa caufinítica. Após um trabalho preliminar que conduziu à realização de uma campanha de 10 sondagens, numa malha de 200 metros, definiram-se numa área com cerca de 18 hectares, cerca de 2.000.000 toneladas de reservas de caulino, repartidas em duas camadas irregulares, em espessura e em teor de caulino, encontrando-se separadas por um nível de argilas vermelhas e amarelas, inclinando para Norte cerca de 10°.

2.3.2 - Geologia da zona de Mosteiros a) Estratigrafia do Sector de Alcanede

A passagem do Jurássico ao Cretácico, é marcada pela presença de calcários Oxfordianos ou argilas vermelhas e grés do Kimmeridgiano superior e possivelmente Portlandiano, directamente para os, grés brancos do Valanginiano. Os 10 a 15 metros de grés branco (Valanginiano) com estratificação entrecruzada, matriz argilosa, seixos de quartzo e quartzito, encontram-se sob siltes brancos a azulados e com ritmos limoníticos. As litologias do Hauteriviano, comparadas com as do Barremiano, resultam em diferenças de granulometria, em que as mais antigas são tipicamente argilosas e as mais recentes gressosas. As primeiras sugerem, uma sedimentação calma e profunda, seguida de descargas fluviais. Durante o Barremiano e Aptiano, os materiais que sedimentaram eram gradualmente mais grosseiros, mal calibrados, de materiais mais variados e menos seleccionados, formando lentículas variadas de matérias de todos os tipos desde quartzo, rochas metamórficas, micas, argilas de cores variadas e com sequências positivas, passando a topo ao calcário do Cenomaniano (Rey, 1972). Sobre estas rochas foram depositadas sedimentos de areias cauliníticas de idade Pliocénico e Quaternários.

IV - Geologia Regional e Local\~J b) Geologia de Mosteiros

Os depósitos de caulino estão situados no sector de Alcanede orientado NE-SW e

seccionada a Norte e a Sul por dois acidentes N1200, um na proximidade da vila de

Alcanede e outro a Este de Rio Maior. As duas principais direcções de acidentes, N20° e N120°, são directamente resultantes da reelevação de toda a margem Noroeste do maciço de Porto de Mós com a formação do anticlinal díapírico de Batalha - Porto de Mós - Rio Maior e da consecutiva descida da berma Sudeste do maciço. Durante o Cretácico e Oligocénico esta bacia foi preenchida por formações fluvio continentais. Nos vales, os níveis de areias cauliníticas apresentam inclinações 10 a 15° para Sudeste e apresentam-se recobertas por aluviões recentes de espessura e extensão reduzida.

No caso de Mosteiros, podemos encontrar na parte inferior uma camada de arcose que passa a uma camada de argila vermelha. Seguidamente encontra-se uma camada de areias cauliníferas com boas características plásticas em que na parte superior deste nível, encontramos uma camada de argilas vermelhas com propriedades suficientes para a produção de telha. Na parte superior, encontra-se um novo nível de areias cauliníticas limitadas superiormente por uma fina camada de argilas vermelhas e uma nova camada de areias cauliníticas (Figura.40).

Pliocénico

Areias cauliníferas intercaladas com bancadas de argilas vermelhas e amarelas

Cretácico

Grés de cor clara e camada de óxidos de ferro

Figura 40 - Os níveis de areias cauliníticas e argilas vermelhas do depósito de Mosteiros. Observando as litologias concluímos que:

A camada de arcose é constituída por areias feldspáticas, fortemente alteradas numa matriz caulinítica de cor branca. Esta camada é a inferior, base das litologias exploradas neste jazigo.

v_yiV -Geologia Regional e Local

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As camadas de areias cauliníticas apresentam uma cor branca e uma boa plasticidade. Fragmentos de rochas ou seixos, com algum rolamento de dimensão 20- 50 mm de origens alóctone, encontram-se dentro destes níveis.

As amostras recolhidas mostram uma sedimentação hidrodinâmica com numerosas intercalações de seixos e estratificações entrecruzadas, a camada inferior testemunha chegadas mais brutais de sedimentos no leito do rio ou na planície de inundação. Os períodos de calma são marcados por um depósito de argilas finas cinzentas a vermelhas, dependendo das condições de drenagem e de oxidação do meio de sedimentação. Da prospecção, nomeadamente das sondagens verifica-se que há uma nítida variação de espessura das areias brancas que se adelgaçam e intercalam com argilas de Noroeste para Sudeste.

As camadas de argilas vermelhas são intercaladas entre camadas de areias cauliníticas. Elas apresentam uma baixa quantidade de areias e uma relação entre as argilas presentes que contribui com uma homogeneidade, de cada camada.

IV - Geologia Regional e Local^w

A caulinização deve ter decorrido posteriormente ao depósito, através de uma areia feldspática. Localmente nas formações a céu aberto, o caulino pode ter sido recomposto e recristalizado dentro de lentilhas de pequenas dimensões ricas em caulinite. Posteriormente à formação de caulinite, devido à circulação de água, a oxidação do Ferro e a precipitação dos óxidos de ferro, provocaram uma coloração vermelha a amarela, este fenómeno é frequente na camada superior, a camada inferior encontra-se protegida por uma camada de argilas impermeáveis (Foto. 18).

Tecnologicamente o material que é explorado é definido como areia caulinítica, com teor médio de 17% de caulino. A fracção <40 um é constituída essencialmente por areia silíciosa e por argilas pobres em ferro de cor branca. Após um trabalho preliminar que conduziu à realização de uma campanha de sondagens, definiram-se numa área com cerca de 22 hectares, cerca de 1.000.000 toneladas de reservas de caulino, repartidas em duas camadas irregulares, em espessura e em teor de caulino, encontrando-se separadas por um nível de argilas vermelhas, inclinando para Sudeste.