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Geração de Diferencial Competitivo na Logística Reversa

A INFLUÊNCIA DA LOGÍSTICA REVERSA NO MEIO SOCIOAMBIENTAL

ECONOMICA OBJETIVOS:

3.3. Geração de Diferencial Competitivo na Logística Reversa

A abrangência e o grau de importância relativa que a logística tem dentro do contexto empresarial, envolvendo de forma holística todos os tipos de processos existentes em conjunto com todas as fases do processo de manufatura, merecem destaque na medida em que represente fonte de vantagem competitiva, porque fatores como entregas no prazo ou redução da mesma, bem como produtos entregues em boas condições são de extrema relevância na satisfação e fidelização de clientes.

Conforme Leite (et al., 2005, p. 1):

Para enfrentar este ambiente, as empresas buscam, entre outras cosias, melhorar o gerenciamento do fluxo reverso de bens e ao mesmo tempo construir e preservar sua imagem corporativa.

O aumento de competitividade destacou-se entre os demais, o que nos leva a refletir sobre a consciência ecológica que os consumidores estão

formando e a influência que tal consciência está exercendo sobre as empresas. Outros fatores, tais como, econômicos, legislativos, logísticos e 38 tecnológicos são apontados por Leite (2003) como os fatores principais de influência na organização dos canais reversos de pós-consumo nas empresas.

A figura visualizada, demonstra a geração de diferencial competitivo ocasionado com a implantação da Logística Reversa. Em virtude da estabilidade, valor econômico, lucratividade e redução de risco de imagem.

Além do aumento da eficiência e da competitividade das empresas, a mudança na cultura de consumo por parte dos clientes também tem incentivado a logística reversa, devido à exigência dos consumidores por um nível de serviço mais elevado das empresas e para estas, como forma de diferenciação e fidelização dos clientes, estão investindo em logística reversa (CHAVES; MARTINS, 2005).

A empresa precisará ter as condições essenciais, os fatores necessários e os fatores modificadores para que a logística consiga funcionar em seus processos produtivos. Os fatores Econômicos, Tecnológicos e Logísticos são os que garantem interesses satisfatórios implicando em níveis mais altos de organização nas cadeias reversas e, como tal, são chamados de fatores necessários. Por outro lado, os fatores Ecológicos e Legislativos são chamados de fatores modificadores, pois alteram as condições naturais do mercado, nas diversas etapas reversas, permitindo que novas condições de

Figura 9 – Geração de diferencial competitivo. (Extraído de LEITE, CLRB- Palestra)

equilíbrio sejam estabelecidas. Uma síntese dessa proposta é visualizada na figura abaixo.

Ainda segundo o autor, as condições essenciais de organização e implementação da logística são:

• Remuneração em todas as etapas reversas. • Qualidade dos materiais reciclados

• Escala econômica de atividade.

• Mercado para os produtos com conteúdo de reciclados.

Os fatores citados acima, assim como, as condições essenciais para a implementação da logística reversas formam uma modelo de dependência entre tais fatores e os níveis de organização e dinamismo dos canais de distribuição reversos (Leite, 2003). Tais fatores atuando isoladamente ou em conjunto vão influenciar no equilíbrio entre a quantidade disponível no fluxo dos canais diretos e no fluxo dos canais reversos.

As organizações que se anteciparem quanto à implantação da logística reversa em seus processos irá se sobressair no mercado, porque passará para a sociedade uma imagem de empresa ecologicamente correta, inovando e revalorizando seus produtos, uma vez que podem atender seus

Figura 10 - Fatores de influência na organização dos canais reversos de pós- consumo. ( Extraido de LEITE 2009, p88)

clientes de forma melhor e diferenciada de seus concorrentes (BARBOSA et al.,2005).

No estudo realizado por Lacerda (2002) destaca-se três causas básicas na Logística Reversa:

• Questões ambientais: prática comum em alguns países, notadamente na Alemanha, e existe no Brasil uma tendência de que a legislação ambiental caminhe para tornar as empresas cada vez mais responsáveis por todo ciclo de vida de seus produtos. Isto significa ser legalmente responsável pelo seu destino após a entrega dos produtos aos clientes e do impacto que estes produzem ao meio ambiente;

• Diferenciação por serviço: os varejistas acreditam que os clientes valorizam mais, as empresas que possuem políticas mais liberais do retorno de produtos. Aliás, é uma tendência reforçada pela legislação de defesa do consumidor, garantindo-lhe o direito de devolução ou troca. Isto envolve uma estrutura para recebimento, classificação e expedição de produtos retornados.

• Redução de custo: iniciativas relacionadas à logística reversa têm trazido retornos consideráveis para empresas. Economias com a utilização de embalagens retornáveis ou com o reaproveitamento de materiais para a produção têm trazido ganhos que estimulam cada vez mais novas iniciativas de fluxo reverso.

A fidelização dos clientes obtidas com o uso da logística tornam-se importantes, por representar uma vantagem competitiva sustentável. A logística reversa torna-se ecologicamente mais eficientes por meio de reciclagem, reuso e redução da quantidade de materiais usados.

CONCLUSÃO

Conclui-se que a logística reversa possui uma grande importância, com impactos positivos para a empresa, tanto em aspectos económicos, quanto aspectos ecológicos e legais. Devido ao crescimento acelerado e desordenado da população mundial, o meio ambiente tem sido totalmente afetado. As empresas e governos tem priorizado a responsabilidade Social e a sustentabilidade, afim de obter revalorização econômica, ecológica e social.

A preocupação com o meio ambiente, difere na imagem das empresas, gerando competitividade no mercado empresarial com relação as suas concorrentes. Além do reconhecimento e certificação internacional, a empresa possuirá os produtos fabricados ecologicamente corretos. A legislação exige que as empresas ajustem seus procedimentos e implantem o sistema de logística reversa de maneira a contribuir para a preservação do meio ambiente, seja com a utilização de matéria-prima reciclada ou descarte adequado.

A preservação ecológica dirigirá esforços das empresas para a defesa de sua imagem corporativa e seus negócios, enquanto a sociedade se defenderão por meio de legislações e regulamentações específicas. Apesar de se tratar de um interesse crescente algumas empresas ainda não estão preparadas, ou não tem gestores qualificados para atuarem nesta área, ou ainda não possuem sistemas operacionais bem estruturados para implantá-la.

Os impactos da alta competitividade mundial já estão sendo percebidos, através de problemas como aquecimento global, desmatamento e poluição. É por esta razão, os consumidores estão cada vez mais exigentes quanto à responsabilidade social empresas, que não devem mais ter foco no curto prazo, e sim como o futuro.

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