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3 GERAÇÕES

3.2 Grupos Geracionais

3.2.4 Geração Y

3.2.4.1 Geração Y e o Ambiente Organizacional

As relações dos jovens com as organizações e seus comportamentos já aguça a atenção dos profissionais e pesquisadores das Relações no Trabalho. Apesar de recentes, as pesquisas revelam que a Geração Y recebe muito estimula, dessa forma, apresenta características como um talento diferente dos já conhecidos pelas gerações antecessoras. São criativos, antenados, buscadores de conhecimento e cientes de suas aptidões e qualidades, assim como, esperam serem reconhecidas por suas performances. (OLIVIEIRA, 2009).

Lombardia (2008), em suas pesquisas, verificou situações que criam estereótipos na nova geração, discursos como: “Olhe, diga o que tenho que fazer e não queira saber como vou fazer; respeite minha vida e me informe quanto vou ganhar” são comuns.

Apesar de apresentarem muitos pontos de destaque e relevância no contexto organizacional, percebe-se que os indivíduos apresentam alguns atributos que interferem na socialização e ambientação na organização. Por terem ciência de suas capacidades e se supervalorizar, apresentam dificuldades em reconhecerem seus erros, em lidar com fracassos, em escutar críticas e aceitar os feedbacks, além de não conseguirem focar no presente (OLIVEIRA, 2009).

Com uma conduta ansiosa, inesperada e repentina, os jovens acabam por inibir ou a gerar estranheza entre alguns gestores. Furucho et al (2015) citam que eles esperam crescer

38 rapidamente, mesmo que seja a passos curtir, desde que consigam perceber um crescimento considerável em um curto espaço de tempo. Para os gestores, a percepção é de ser preciso assumir papeis de pai e mãe da nova geração no trabalho, pelas suas necessidades por retorno quanto as expectativas geradas.

Para os jovens da Geração Y, o principal conflito pessoal e profissional está em saber conviver com as dificuldades que são corriqueiras no dia a dia, Brum (2011), apesar de ser a geração mais preparada quando compara-se habilidades, são mais vulneráveis, pois acreditam que a felicidade é essencial e de direito, isso torna-os mais suscetíveis a frustrações frente aos desafios que surgem. Não passaram por períodos que precisaram usar suas resiliências, dessa forma, passam a se penalizar e a se torturarem por não usufruírem da felicidade e satisfação na qual acreditam ser instantânea.

Brum (2011) prossegue que, alguns indivíduos não amadureceram o suficiente para desligarem-se dos comportamentos na qual foram acostumados no ambiente familiar, acreditando que o trabalho é uma continuação da sua vida fora dela, onde os gestores devem ter comportamentos similares ao dos seus pais e avós, sendo flexíveis e tolerantes as suas atitudes, quando são contrariados sentem-se desrespeitados e cogitam largar suas atividades na organização.

São muitas vezes estereotipados no contexto organizacional, como pessoas que não esperam, precisam de tudo no exato momento na qual solicitam algo, sendo percebidos como ansiosos e impacientes na espera pelo crescimento na carreira, apego aos projetos e não à empresa, além de desconsiderarem os padrões e tradições ligadas a hierarquia e história da empresa, pois são adeptos de ambientes e situações informais e de maior proximidade com seus gestores. (CHIUZI et al., 2011).

Lemos, Dubeux e Soares (2009) e Reis, Santos e Marinho (2010) salientam que a Geração Y é a geração que está recebendo maior atenção na atualidade pelos profissionais e pesquisadores de gestão de pessoas e relações no trabalho, por suas características distintas, que deslocam dos comportamentos da Geração X e por ser a atual geração que está ingressando nas organizações como estagiários, trainees, empregados nas modalidades formais e por ser a maior em quantidade de pessoas aptas a exercerem atividades laborais.

São típicos da Geração Y e que são buscadas e bem vindas nas organizações as características de maior intimidade e experiência com a internet e com as novas tecnologias, alto nível de interesse em qualificação, ambientação e compatibilidade com transformações, ânimo frente aos desafios, aplicados em buscar soluções, aptidão a novas modalidades de trabalho, flexíveis, engajados em ações de cunho social, com facilidade em manter networking

39 em busca desenvolvimento pessoal e profissional (MARTIN, 2005; HURST; GOOD, 2009; DWYER, 2009).

Martin (2005) acrescenta que, os novos estudos e conceituações presentes na literatura indica as características e comportamentos desses jovens que poderá ser apontada como os principais desafios para a liderança dos gestores, tais como:

a) Individualismo: desde seus pais, foram influenciados indiretamente pelos processos de downsizing que ocorreu no passado nas organizações, conseguem criar elos e vínculos com uma organização quando encontra nela uma oportunidade de aliar sua energia a vontade de trabalhar em busca de um propósito, quando frustrados, tendem a preferir seus interesses em relação aos da empresa;

b) Quase sempre são aversos ao conceito de emprego estável, ofertado em sua maioria pelo serviço público, muito característico do comportamento citado anteriormente, pois não tem por aptidão vincular-se a apenas uma organização durante toda sua carreira, buscam acima de tudo o desenvolvimento individual da sua carreira independente da empresa na qual faça parte. Não são obstinadas a mudarem de emprego constantemente, mas podem tomar a decisão de sair com maior facilidade em relação as demais gerações;

c) Tem o reconhecimento como um dos principais fatores de motivação e satisfação, gostam de serem reconhecidos pelo desempenho, pelas entregas e pelos resultados que trazem as empresas, valorizam a meritocracia e se incomodam quando o crescimento na carreira não é compatível com seu talento e entrega de resultados; d) São adeptos a busca pela qualidade de vida e equilíbrio entre as atividades

pessoais e profissionais, apesar de também terem prestígio pelo status profissional. São questionadores da forma como foram criados, pela ausência dos seus pais, por estes terem se dedicado muito as organizações, dessa forma, buscam formas de flexibilizar a vida profissional e pessoal já no início da carreira. Por parte das organizações, se percebe um aumento na gestão do ritmo de trabalho a fim de manter-se competitiva no mercado, o que acaba aguçando algumas características presentes na Geração Y.

e) São questionadores do entendimento de hierarquia, foram estimulados pelos seus pais Boomers e os mais velhos da Geração X a sempre dialogarem e terem liberdade para expor suas ideias, o que por conseguinte os tornaram desinibidos para tratar de questões tradicionais como poder relacionado com tempo de serviço

40 em uma organização;

f) São abertos aos gestores e sempre procuram saber deles seus posicionamentos quanto ao desempenho e se estão satisfazendo as expectativas das organizações, o quanto tem de habilidades a melhorar e quais os próximos passos para crescer na carreira.

Fica evidente a retenção de talentos da Geração Y não dependerá somente dos conhecimentos de gestão de pessoas e do nível hierárquico dos gestores. Dessa forma, faz-se necessário o maior aprimoramento dos quesitos ligados a liderança e percepção dos novos contextos e comportamentos das novas gerações a fim de traçar estratégias que mitiguem os principais problemas evitando o turnover.

Além do aprimoramento dos processos de liderança, faz –se necessário dentro dos processos internos de gestão de pessoas das organizações, a utilização de instrumentos de gestão estratégica de pessoas oficializada pelos pesquisados. Tais instrumentos são apropriados para mensurar qual o posicionamento da empresa quanto a assuntos polêmicos que são levantados pelos jovens, como plano de remuneração, qualidade de vida na organização, carreira, permitindo um ajuste das perspectivas do colaboradora e da organização.

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