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Há um ditado popular que diz: “Não coloque todos os ovos na mesma cesta”.

O ditado é válido para as operações, ou seja, com o passar do tempo, à medida que acumula- se o capital realizando um investimento, em vez de concentrá-lo em uma mesma ação ou mercado, é aconselhável que se coloque um pouco de dinheiro no mercado de renda variável, e, neste dividir em várias ações e, ainda, uma quantidade em renda fixa para o longo e curto prazo. Ou seja, deve-se diversificar.

Muitos defendem a importância da diversificação, enquanto outros preferem usar um outro ditado para fazer suas operações no mercado: “Coloque todos os ovos na mesma cesta e cuide da cesta. ”.

Para melhor compreensão, verifique o gráfico:

Este gráfico é do Banco Pan-Americano. Em uma determinada data a Instituição teve problema, fechou a R$ 6,80, e abriu a R$ 5,00, caindo 33%.

Imagine-se seguir o segundo ditado, onde colocamos todos os ovos na mesma cesta e deixamos nosso capital completamente alocado nesse Banco, que amanheceu caindo 33%.

E isso é recorrente no mercado, segue exemplo recente de outubro de 2015 com o banco BTG:

O Banco BBTG11, estava em tendência de alta, abriu caindo 17% e chegou a cair neste dia quase 40%. Ou seja, quem estava operando com esse banco, teve um prejuízo de 17% em uma noite, e caso não tenha saído muito rapidamente da operação, teve um prejuízo muito maior.

Assim, fica demonstrado que não é aconselhável colocar todos os ovos na mesma cesta quando se fala de operação que não acaba no mesmo dia. No day trade não há intervalo de uma noite na negociação, onde várias coisas podem acontecer e na abertura perder muito capital. No índice, no day trade, é possível até alavancar o capital, o que mesmo sendo arriscado não vai

Adequando-se o ditado popular: não coloque todos os ovos na mesma cesta, ou pode haver o risco de comprar em um papel, amanhecer com um grande gap de baixa, pular o stop e perder 15, 20, 30% do seu capital.

Portanto, é importante visualizar na planilha de gerenciamento o capital de investimento:

No exemplo, o capital total, está em R$ 100.000,00. Observa-se também qual a porcentagem do total do capital está em uso em uma única operação, sendo que, caso ultrapasse de 15% do capital total em um único ativo acontece o que segue:

Verifica-se que caso se faça uma operação com 1000 papéis de BBAS3, a parte de porcentagem de capital total ficaria vermelha, mostrando que ultrapassa dos 15%.

O limite aceitável de concentração de dinheiro em uma única operação para um capital de R$ 100.000,00 ou mais, é 15%. Para um capital um pouco menor, de R$ 30.000,00 por exemplo, é de 20% em uma única operação.

Recapitulando: o primeiro filtro da planilha de gerenciamento de risco é a relação risco/ganho e o segundo filtro é verificar se a porcentagem do capital investido no ativo é menor do que 15% do capital total.

O terceiro filtro é: o risco máximo da carteira, por operação, é de 1%. Essa afirmação significa que em cada operação feita, pode-se perder no máximo 1% do capital total.

O filtro é melhor visualizado no seguinte exemplo:

Na operação de BBAS3, a primeira linha da planilha, o que se perderia, na hipótese de dar errado, seria 0,74% do capital total. Então, se tivesse R$ 100.000,00, perderia R$ 740,00, que é administrável.

Segue outro exemplo:

Se na mesma operação do exemplo anterior, houvesse mudança do alvo e do stop loss, o risco da carteira poderia ficar vermelho. Na hipótese acima, a relação de 1/3 está sendo respeitada, bem como a porcentagem de capital total, entretanto o risco da carteira está em 2,42%. Embora se possa cogitar que 2% do capital não é uma perda muito grande, esta pode abalar o psicológico, e consequentemente estimular uma série de decisões ruins.

Observe que alterando a quantidade de papéis, de 800, para 300, o risco da carteira muda, e é possível realizar a operação. Com a diminuição da quantidade de papéis o risco cai para 0,91%, atendendo o terceiro filtro do gerenciamento de risco.

Todo o estudo sobre aspectos operacionais e gerenciamento de risco é realizado para que se mantenha equilíbrio emocional.

O quarto filtro é a exposição máxima do capital de 10%. Ou seja, se tudo der errado em todas as operações em aberto, perde-se no máximo 10% do capital. Essa também é uma regra importante.

Nos estudos semanais ministrados por este autor1, há a indicação de uma série de operações para acompanhar ao longo da semana. E havia um gráfico da rentabilidade, que mostrava um ganho de cerca de 80% do capital entre janeiro de 2013 até novembro de 2015. Toda semana somos questionados se não há receio de um dia dar tudo errado. E a resposta é: não apenas há receio, há certeza que acontecerá, e sabemos exatamente como será.

Neste mesmo programa semanal algumas operações de compra e de venda são selecionadas, para indicar para os clientes, e sei que há probabilidade de indicarmos 7 operações de compra e 7 operações de venda e a semana começar com muita volatilidade. Dar venda em todas as indicadas, mas depois o mercado começa a subir, e todas as vendas são stopadas e serão startadas as operações de compra, o preço vai acabar voltando e tomando stop, por conseguinte, as operações acabarão no prejuízo. Em uma semana como essa, provavelmente, haverá perda de 5, 6% do capital, mas há preparação para isso. E a preparação resume-se a ter o stop de um tamanho, que na hipótese de tudo dar errado, o prejuízo não seja maior do que o capital, ou seja, perder em uma única tacada no máximo 10% do capital. É ruim perder 10%? Claro! Já levantamos o sofá para procurar uma moeda de R$ 0,05!!! Mas caso aconteça algo extremo, é o máximo que perderemos.

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Estudos de domingo: disponível no canal do YouTube:

Conforme dito, o quarto filtro nas operações de swing trade é a disposição total do capital:

Nesta planilha, é possível visualizar todo o tempo o que de pior pode acontecer com a carteira, ou seja, mesmo estando posicionado em todos esses ativos, sabe-se que o pior que pode acontecer é perder 6,92% da carteira. Se, excepcionalmente errar tudo, com a informação desse filtro, conseguirá assimilar e limitar as perdas, considerando que será, no máximo, 10% do capital. À medida que as operações vão caminhando, muda-se os stops, pois se o trade for a favor, a exposição total do capital diminui automaticamente.

Apresentados, portanto, os quatro filtros de gerenciamento de risco para swing trade, que são essenciais para ter sucesso no mercado.

Caso questione-se da necessidade real de elaborar essa quantidade de planilhas, conhecer com precisão todos os pontos, usar tantas variáveis, lembre-se que logo de início é imprescindível decidir: ou se é disciplinado, utiliza estes métodos e permanece no mercado; ou tem prejuízo.

Para o day trade, a parte mais importante é a relação risco/ganho e conhecer a liquidez do mercado que está operando para saber quanto de dinheiro pode colocar para conseguir stopar com segurança.

Lembrando, é imprescindível ter regras rígidas de gerenciamento de risco para conseguir vencer no longo prazo.

Epílogo

— Fala Baixo! Manda o Igor falar baixo também!

Estamos em 2006 e esses são os gritos que escuto pela janela da minha edícula, onde sobre uma porta que sobrou de uma obra, pousei meus 2 monitores, um computador comprado à prestação e um notebook velhinho, cheio de gráficos e telas.

Vermelho e verde, candlestick, joystick. Este eu usava para não ter que ficar no teclado continuamente, apertar a barra de espaço e falar no Skype. Entre o pé de jabuticaba e a piscina de bolinhas da minha filha, me instalei no rancho da lavanderia, onde minha vontade de aprender parecia cada vez maior que a de ensinar. Muita leitura, matemática, tutoriais, gráficos e simuladores. Informação. Ao som da máquina de lavar e do canto dos bem-te-vis, meu mundo girava em torno da rua XV de Novembro, no centro de São Paulo. Como eu, daqui do meu ranchinho, posso ser uma peça que ajuda a movimentar uma estrutura tão grandiosa quanto a Bovespa? Como eu participo disto tudo? Aqui na minha edícula? E o pior: tem cada vez mais gente comigo!

Larguei tudo. Emprego, obra, carreira. Lá na janela, um bebezinho com menos de um ano tentava dormir com uma mãe que adora o silêncio. Mas o som da minha voz e da voz dos meus parceiros virtuais era contínua, diária. Começava às 8h00 e nunca tinha hora para acabar. A noite virava dia e virava noite de novo, falando, falando, analisando, conversando, vibrando, falando, rindo, falando, chorando e falando...

Igor, Bo e eu nunca nos vimos ainda, só virtualmente. Mas a ideia da parceria era algo latente, inevitável. Viver da bolsa! Surgiu nesta minha edícula, na edícula da casa da mãe do Igor e na sala de jantar do Bo, o Trade ao Vivo.

O sonho de juntar pessoas que tinham o mesmo interesse: COMPARTILHAR. Nossos erros, nossos acertos, nossas estratégias ainda tomando forma, nosso jeito de encarar o mercado brasileiro. E assim, a cada dia, vimos a necessidade de tornar o Trade ao Vivo uma comunidade com regras, estrutura e suporte aos traders que iam se juntando a nós, crescendo e organizando nossas salas virtuais, nossa equipe técnica e equipe de suporte, na orientação deste novo modelo de acompanhamento on-line do mercado durante todo o pregão.

Nesta caminhada, nunca estive só. Mais do que meus parceiros da empresa Trade ao Vivo, aprendo todos os dias com os traders que me acompanham nas salas virtuais, palestras e cursos,

através de suas estratégias, sucessos e fracassos. Aprendo sobre suas metas e compartilho seus objetivos e sonhos.

Por este motivo, eu estou aqui, contando para vocês, como ser alguém que corre atrás do que quer, que aceita as provações da vida e não se intimida com os obstáculos e erros do dia a dia. Este livro é o meu sonho, a minha forma de agradecer a cada um que esteve comigo nesta jornada. Espero que ele seja útil, uma ferramenta que ajudará você na sua corrida diária para atingir o seu sonho, se destacar da multidão, a se afastar da manada... e ser feliz.