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Gerenciamento da oferta

No documento 2007LenisaMarisco (páginas 51-55)

2.5 Conservação da Água

2.5.3 Gerenciamento da oferta

O sistema de gerenciamento deve ser desenvolvido de maneira permanente e eficaz, cujo sucesso envolve duas etapas distintas:

Técnica – Engloba as ações de avaliação, medições, aplicações de tecnologias e procedimentos para enquadramento do uso da água;

Humana – envolve comportamento e expectativas sobre o uso da água e procedimentos para realização das atividades consumidoras (FIESP, 2005).

Um sistema de gerenciamento eficaz atua sobre as duas áreas, com atualização constante dos dados para que seja possível mensurar os progressos obtidos e o cumprimento de metas, bem como o planejamento das ações futuras dentro de um plano de melhoria contínua (FIESP, 2005).

Para a manutenção dos índices de economia obtidos é necessário que o sistema de Gestão compreenda ações de base e operacional, institucional, educacional e legal (FIESP, 2005).

Após as implementações das ações, deve ser implantado o Sistema de Gestão da Água para monitoramento e manutenção dos indicadores de economia obtidos (FIESP, 2005).

Para que um programa de Conservação e Reúso de água seja implementado com sucesso, é necessário que seja adotada uma política de Gestão da Água que possua como premissas básicas:

- Implementação da política de Conservação e Reúso de Água pela direção ou responsáveis pela edificação;

Integração do Plano de Gestão da água com os demais insumos, de forma que seja possível avaliar os impactos gerados, inclusive, após a aplicação do programa;

Sinergismo e alinhamento das áreas humanas e técnicas. Atualização constante dos dados. É necessário obter os dados da condição anterior à implantação do Programa para que seja possível mensurar os progressos obtidos e o cumprimento de metas, bem como o planejamento das ações futuras dentro de um plano de melhoria contínua. Divulgação de resultados e campanhas de conscientização;

Lógicas gradativas de aplicação das intervenções, iniciando-se pelas mais “óbvias”, ou as que geram maiores impactos da economia, dentro de períodos de retorno atrativos e menores investimentos;

Avaliação contínua não só da quantidade de água envolvida nas atividades, mas também da forma e com que qualidade a mesma é utilizada;

Estabelecimento de políticas permanentes de monitoramento do consumo e manutenção preventiva de sistemas, equipamentos e componentes;

Avaliação contínua dos custos envolvidos considerando o real custo da água; Avaliação do custo do ciclo de vida das opções de Conservação de Água;

Capacitação contínua dos profissionais de manutenção e daqueles envolvidos em processos/ atividades consumidoras;

A figura 3 demonstra sistema nacional de gerenciamento da água, podendo esse ser direcionado para regiões, municípios, empresas, etc.

Fonte: ANA (2005)

Figura 3: Gerenciamento Nacional da água

Em função de condições de escassez em quantidade e/ou qualidade, a água deixou de ser um bem livre e passou a ter valor econômico. Esse fato contribuiu com a adoção de um novo paradigma de gerenciamento desse recurso ambiental, que compreende a utilização de instrumentos regulatórios e econômicos, como a cobrança pelo uso dos recursos hídricos (FIORI, 2005).

O instrumento da cobrança pelo uso de recursos hídricos constitui-se num incentivador ao reúso da água instrumentos regulatórios e econômicos, como a cobrança pelo uso dos recursos hídricos (FIORI, 2005).

No quadro 3, observa-se as características da visão histórica de aproveitamentos da água, segundo TUCCI et al. (2001) apud FIORI (2005).

Período Países desenvolvidos Brasil

1945-60 Engenharia com pouca preocupação ambiental

Uso dos recursos hídricos: abastecimento, navegação,

hidreletricidade, etc. Qualidade da água nos rios.

Medidas estruturais de controle das enchentes

Inventário dos recursos hídricos; Início dos empreendimentos hidrelétricos e projetos de grandes

sistemas; Início da construção de grandes empreendimentos

hidrelétricos 1960-70

Início da pressão ambiental

Controle de efluentes; Medidas não estruturais para enchentes; Legislação para qualidade da água dos

rios

Inicio da construção de grandes empreendimentos hidrelétricos; Deteriorização da qualidade da água

dos rios e lagos próximos a centros urbanos 1970-80 controle ambiental Usos múltiplos; Contaminação de aqüíferos; Deteriorização ambiental de grandes áreas metropolitanas; Controle na

fonte de drenagem urbana; Controle da poluição doméstica e industrial;

Legislação ambiental

Ênfase em hidrelétricas e abastecimento de água; Início da pressão ambiental; Deteriorização

da Qualidade da água dos rios devido ao aumento da produção industrial e concentração urbana

1980-90

Interações do ambiente global

Impactos climáticos globais; Preocupação com preservação das florestas;

Prevenção de desastres; Fontes pontuais e não pontuais; Poluição rural; Controle de Impactos da

urbanização sobre o ambiente; Contaminação de

aqüíferos;

Redução do investimento em hidrelétricas devido à crise fiscal e

econômica; Piora das condições urbanas: enchentes, qualidade da água; Fortes impactos das secas do

Nordeste; Aumento dos investimentos em irrigação; Legislação ambiental. 1990-2000 Desenvolvimento sustentável Aumento do conhecimento sobre o comportamento ambiental causado pelas atividades humanas; Controle ambiental das grandes metrópoles; Pressão para controle da emissão de gases, preservação da camada de ozônio; Controle da contaminação de

aqüíferos e das fontes não pontuais

Legislação de recursos hídricos; Investimento no controle sanitário das grandes cidades; Aumento do impacto das enchentes urbanas; Programas de conservação dos biomas nacionais: Amazônia, Pantanal, Cerrado e Costeiro; Início da privatização dos serviços de energia e saneamento

Fonte: TUCCI et al. (2001) apud FIORI (2005).

2000 ênfase na água

Desenvolvimento da visão mundial da água; Uso integrado dos recursos hídricos; Melhora da qualidade da água das Fontes não pontuais: rural e urbana; Busca de solução para os gerenciamentos dos recursos hídricos dentro das bases sustentáveis

Avanço do desenvolvimento dos aspectos institucionais da água; Privatização do setor energético; Aumento das usinas térmicas para produção de energia; Privatização do setor de saneamento; aumento da disponibilidade de água no Nordeste; Desenvolvimento de planos de drenagem urbana para as cidades.

Fonte: TUCCI et al. (2001) apud FIORI (2005).

Quadro 3: Visão histórica do aproveitamento da água (continuação).

No momento em que se atingem resultados satisfatórios com o gerenciamento da água, pode-se lançar mão da implantação de programas de reúso de água.

No documento 2007LenisaMarisco (páginas 51-55)

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