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CAPÍTULO 3 CARACTERÍSTICAS DA MINA CUIABÁ 77

3.3 Aspectos climáticos 79

3.3.10 Gerenciamento da poeira mineral 81

De acordo com a Política de Segurança e Higiene do Trabalho da empresa, a cada ano são implementadas melhorias, acompanhando as práticas internacionalmente reconhecidas, a fim de eliminar, minimizar ou controlar os riscos relacionados ao trabalho. A fim de controlar a geração de poeiras nos postos de trabalho, onde rocha ou minério estiverem sendo perfurados,

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manuseados, detonados, carregados, descarregados ou transportados em toda mina, é utilizada água em abundância.

A seguir apresentam-se as práticas utilizadas na manutenção do ambiente seguro, segundo o Programa de Proteção Respiratória da empresa.

 Manter umidificação abundante nas frentes de perfuração e dos materiais desmontados no subsolo, como forma de evitar a suspensão de poeira no ambiente.

 Manter o programa de monitoramento periódico de poeira mineral (SiO2) em todos os

postos de trabalho passíveis de ocorrência desse agente, mormente nas atividades desenvolvidas no subsolo das minas.

 Manter o uso obrigatório de proteção respiratória contra eventuais surtos de poeira para todos os empregados, inclusive a supervisão, que atuam no interior das minas.

 Manter o funcionamento obrigatório do sistema de aspersão de água sempre que a planta de britagem for acionada.

 Assegurar a umidificação em todos os processos de limpeza. O uso do ar comprimido não é permitido.

 Manter nível de umidade constante no minério processado, desmontado e transportado.  Manter todas as frentes de perfuração, em desenvolvimentos, com aspersores, a ser

acionados quando da detonação.

 Ministrar palestras elucidativas sobre poeira, riscos inerentes e formas de prevenção para todos os trabalhadores potencialmente expostos a esse agente.

 Não permitir que nenhum empregado potencialmente exposto a poeiras deixe de comparecer ao ambulatório da empresa para ser submetido a exame médico periódico, o qual deve ser realizado, no mínimo, com a periodicidade estabelecida pela NR-7.

 Manter sistema de inspeção periódica nas fichas de EPI, visando identificar morosidade por parte do trabalhador na substituição de filtros e respiradores.

 Substituir, ao final da vida útil, equipamentos de perfuração e transporte de minério no subsolo, dotados de cabinas adequadas, que possam ficar fechadas enquanto o operador trabalha.

 Monitorar mensalmente os sistemas de ventilação das minas e, sempre que houver uma modificação de níveis de produção, aumento das metragens avançadas nos

desenvolvimentos, modificações no método de lavra, alterações no número de equipamentos.

 Ministrar periodicamente palestras e treinamentos sobre esses agentes nocivos para todos os empregados envolvidos.

A FIG. 3.2 mostra como as pistas de rolamento da mina são mantidas umidificadas. Caminhões pipa, no intervalo dos turnos de trabalho, umidificam sistematicamente as rampas e as galerias da mina, para evitar formação da poeira decorrente do tráfego intenso de veículos pesados.

FIGURA 3.2 - Aspersão de água nos acessos principais

Igualmente, a área de medicina do trabalho, através do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), mantém uma série de rotinas com o objetivo de promover e preservar a saúde do conjunto dos seus trabalhadores, e inclui, entre outros, a realização obrigatória destes exames médicos:

 Admissão;

 Exame periódico;  Capacitação;

 Metodologia utilizada;  Rotina diagnóstica;

84  Ocorrência da doença.

 Admissão

É realizada a anamnese ocupacional, visando detectar contato do concedido com outras poeiras, doenças pulmonares preexistentes, doenças autoimunes. Deverão ser realizados exames complementares como raios X de tórax pela técnica da Organização Internacional do Trabalho (OIT, 2000); espirometria, quando necessário, de acordo com orientação da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Toxicologia; Primeiro Consenso Brasileiro sobre Espirometria. Os parâmetros espirométricos a ser obtidos são: capacidade vital forçada (CVF), volume espirométrico forçado, primeiro segundo da curva da CVF (VEF1) e relação percentual do VEF1 sobre CVF (VEF1/CVF%).

 Exame periódico

Anualmente é realizado o exame periódico, que compreende exame clínico e raios X de tórax para todas as pessoas expostas ao pó com sílica livre cristalizada. Além disso, realiza-se bianualmente espirometria para todos os empregados potencialmente expostos.

Em caso de suspeita da doença os exames são cuidadosamente analisados e repetidos, se necessário. Confirmado o diagnóstico, é emitida a comunicação de acidente do trabalho (CAT), o empregado é afastado do local de ocorrência de poeira ou do subsolo e remetido à perícia do INSS, para estabelecimento do nexo causal. Depois disso, é realizada a revisão de saúde do paciente e, se for o caso, o empregado será contraindicado para o trabalho em locais com potencial de exposição à poeira ou no subsolo. Todas as informações são anotadas no prontuário médico.

 Capacitação técnica

Tanto os médicos quanto os técnicos de radiologia são obrigatoriamente familiarizados com os pedidos de exame e leitura das radiografias preconizados pela OIT (2000). Para isso, realiza-se orientação técnica aos médicos do trabalho e ao técnico de radiologia. Para a qualidade técnica das radiografias é utilizada a rotina de auditorias periódicas dos exames incluindo a análise de qualidade.

 Treinamento de membros do corpo de médico do trabalho em pneumoconiose dentro dos quadros propostos pela OIT (2000).

 Reciclagem periódica do pessoal técnico envolvido no exame desde a sua realização até a leitura final.

 Exame periódico sistematizado.  Rotina diagnóstica

Equipamentos

a. Aparelho de raios X - 300 miliamperes; b. Muralbuck grade móvel;

c. Ecrans de terras raras; d. Filme de base verde.

 Ocorrência de doença

Constatada a doença, é emitida a CAT para fins periciais; então, afasta-se o paciente do local de poeira ou subsolo. Após o nexo causal, é realizada a revisão de saúde contraindicando o trabalho em local com poeira ou em subsolo. Informa-se a chefia sobre as medidas administrativas pertinentes. O paciente ficará sob vigilância médica periódica, com o objetivo de surpreender ocorrência de complicações ou intercorrências às pneumoconioses. Procede-se a exames médicos periódicos, de acordo com a NR-7 da Portaria 3.214(1978), dando ênfase nas operações em subsolo, sujeitas à poeira de sílica livre cristalizada.

 Radiografias Padrão OIT 2000.