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2.3 Boas práticas em projetos da construção civil na gestão de fornecedores

2.3.5 Gestão de Contratos na Construção Civil

Os contratos de construção desempenham um papel vital nos projetos da construção civil, e, em muitos aspectos, a sua gestão têm o poder de promover e recompensar comportamentos que apoiem a execução de projetos, envolvendo os participantes na busca do que é melhor para o projeto e não apenas para a individualidade das partes, definindo como os projetos serão executados durante o processo da construção civil Wang et al. (2018); Chan et al. (2011a). Sendo observados os critérios de boas práticas aplicados na gestão de contratos conforme quadro 8.

Quadro 8: Critérios de boas práticas aplicados na gestão de contratos

Fonte: do autor

Boas Práticas Autor(es)

Mapear ciclo de vida do contrato

Ronald (2015); Trinkūnienė; Trinkūnas, (2014);

Identificar questões conflitantes no contrato

Jaffar; Abdul Tharim; Shuib (2011); Chan et al. (2011b); Chan et al.(2011a); EL-Adaway et al. (2013); Realyst, (2015).

Identificar os tipos de

contratados

Antoniou et al.(2013); Kan; Le (2014); Realyst, (2015);

Benchmarking de melhores

práticas de gestão de

contratos

Jaffar; Abdul Tharim; Shuib (2011); Palazzo, (2013); Realyst (2015);

De acordo com Ronald (2015), a gestão do ciclo de vida do contrato é um processo sistematicamente eficiente em gerenciar a criação, execução e análise de contratos para maximizar o desempenho operacional e financeiro, e minimizar os riscos.

Sendo assim, cada contrato tem seu próprio processo e acompanha todo ciclo de vida de cada documento, desde sua criação, passando pela execução e chegando até o término de sua vigência/utilidade, e os principais elementos podem ser apresentados em diferentes maneiras nos processos de contratação, oferecendo aos gestores uma importante ferramenta para acompanhamento de todos os processos durante a execução de obras da construção civil, para tanto, Trinkūnienė; Trinkūnas (2014), propôs um modelo para nortear o ciclo de vida de um contrato aplicável na construção civil, conforme Figura 7.

Figura 8: Modelo do ciclo de vida do contrato da construção civil Fonte: adaptado de (TRINKŪNIENĖ, TRINKŪNAS, 2014)

Ao longo do processo de contratos são necessários que a gestão desenvolva vários modelos, criando formas independentes e concebidas para resolver diferentes tarefas da construção civil, no entanto, não existe um modelo

certo conforme Trinkūnienė, Trinkūnas (2014), que sujere um modelo com diferentes lados fortes e fracos, o qual o denominou de multicamadas conforme figura 8.

Figura 9: Modelo de contrato multicamada.

Fonte: adaptado de (TRINKŪNIENĖ, TRINKŪNAS, 2014).

Dentre os vários estudos em diferentes aplicações nos projetos da construção civil, o ciclo de vida do contrato, segundo o Realyst (2015) inclui as etapas mostradas na figura 9 abaixo:

Figura 10: Etapas do ciclo de vida do contrato. Fonte: adaptado de (REALYST, 2015).

Em relação as controvérsias contratuais, podem provocar conflitos na participação em diferentes partes do projeto, e um dos principais problemas é a violação dos deveres legais por parte dos contratantes (JAFFAR, ABDUL THARIM, SHUIB, 2011).

Ainda Jaffar, Abdul Tharim, Shuib (2011), em seus estudos destacou três tipos de fatores de conflito: comportamentais, contratuais e técnicos, sendo que os fatores de conflitos comportamentais incluem relutância em verificar construtibilidade, clareza e integridade e má comunicação entre a equipe do projeto; enquanto isso, os fatores de conflitos contratuais são devidos a atrasos na entrega de posses, pagamentos intermediários do cliente e falta de clareza nos termos contratuais; já no fatores conflitantes técnico o contratante procede de forma tardia as instruções ou alterações dos projetos elaboradas pelos arquitetos ou engenheiros.

No âmbito prático, se existirem erros, omissões ou discrepâncias no documento do contrato no início do projeto, eles ocasionarão um grande número de

disputas ou conflitos intratáveis e variações desnecessárias do contrato durante a fase pós-contrato, (CHAN et al., 2011b).

No entanto, se envolver todas as partes interessadas relevantes no projeto, o planejamento pré-construção para o desenvolvimento do projeto, pode reduzir os conflitos e as disputas que frequentemente afetam os contratos, (CHAN et al., 2011a).

Não obstante, os conflitos, as reclamações e as disputas ocorrem em projetos da construção civil devido à alocação incorreta de risco, projetos incompletos ou flutuantes, violação de obrigações contratuais e extensões de tempo (EL-ADAWAY et al., 2013).

Oportunamente, a compreensão das percepções de cada membro da equipe participante do projeto pode facilitar as decisões sobre a seleção do tipo de contrato, mais apropriado para as tratativas do projeto, antecipando as ideias que podem ajudar as negociações sobre o melhor tipo de contrato, reduzindo, assim, a complexidade da intuição dos tomadores de decisão, (ANTONIOU et al., 2013).

No entanto, Kan, Le (2014) enfatiza a importância do contrato para os projetos da construção civil e que devem ser combinado e elaborado especificamente para cada tipo de projeto de acordo com as necessidades do cliente.

Segundo Realyst (2015), existem três tipos básicos de contratos com variações baseadas em diferentes níveis de riscos e no tipo de gerenciamento de trabalho realizado por cada uma das partes, que são:

• Preço fixo - o comprador paga ao vendedor uma quantia fixa, independentemente dos custos do vendedor; o vendedor assume o risco de qualquer excesso de custos;

• Reembolso de custos - o comprador paga ao vendedor os custos reais, mais uma taxa que normalmente representa o lucro do vendedor; o comprador assume o risco de qualquer excesso de custos;

• Tempo e Material (T & M) - estritamente falando, um contrato de reembolso de custos, são tratados como um caso especial de custo, geralmente usado para atividades como serviços profissionais.

No que diz respeito a Benchmarking de melhores práticas de gestão de contratos, nas operações de projetos, os documentos contratuais padrão proferido com os conceitos de organizações, códigos e regulamentos, segundo Jaffar, Abdul

Tharim, Shuib (2011), até certo ponto, orienta tão somente as operações em direção ás práticas padrão, assim sendo, o contrato padrão fornece somente uma base comum suficiente para definições contratuais, esclarecimentos das operações de construção e requisitos específicos de projetos, onde todos os envolvidos na construção, desde o proprietário, fornecedores e demais stakeholders, reconhece nesses termos que não existem conjuntos perfeitos para assegurar um bom documento contratual.

Por seguinte, as empresas de construção civil em geral operam dentro de um quadro de contratos específicos assinados com seus clientes, que estão sujeitos a códigos detalhados em nível nacional e internacional baseados, com base nos princípios técnicos, econômicos e jurídicos (PALAZZO, 2013).

Sob a perspectiva conceitual, os contratos formam a base sobre a qual a maioria dos projetos são executados de forma legalmente vinculativo e acordados entre duas ou mais partes, seja ele explícito ou implícito, e geralmente consistem de termos e condições apresentados em linguagem e terminologia juridicamente vinculativas (REALYST, 2015).

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