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3.1 REVISÃO DA LITERATURA

3.1.6 Gestão da inovação

Muito se ouve falar de inovações e o quanto é importante para as empresas serem inovadoras, mas, é necessário entender o real conceito desta palavra. Diversos autores como os citados nos parágrafos a seguir, trazem ilustres contribuições para esclarecer bem este conceito.

Dosi (1988, apud Conceição, 2000, p. 54), conceituando inovações afirma que “as inovações se referem essencialmente à procura, descoberta, experimentação, ao desenvolvimento, e adoção de novos produtos, aos novos processos de produção e às novas formas de organização”.

“Em um ambiente organizacional, inovação é frequentemente expressa através de comportamentos ou atividades que são em última análise ligados a uma ação ou resultados tangíveis”, afirma Dobni (2008, apud Faria e Fonseca, 2015, p. 7).

O Instituto de Inovação (2018), considera que inovação é a exploração com sucesso de novas ideias, e que esse sucesso para as empresas, implica em aumento de faturamento, acesso a novos mercados ou aumento das margens de lucro. Morgado (2011), também reforça esta afirmação enfatizando que à medida que se aprofunda nos conceitos de inovação, começa a ficar mais claro a diferenciação entre a possibilidade de inovar com base em produtos ou processos e as possibilidades de inovar com base no uso criativo de tecnologias existentes.

"A inovação é o instrumento específico dos empreendedores, o processo pelo qual eles exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio diferente ou um serviço diferente" (DRUCKER, 1987, p.107).

Reforçando a visão de Drucker, referente a inovação e as mudanças que as organizações devem aplicar em seus métodos de trabalho, para o seu crescimento, FINEP (2005), apresenta um conceito interessante sobre o assunto:

Uma empresa pode realizar vários tipos de mudanças em seus métodos de trabalho, seu uso de fatores de produção e os tipos de resultados que aumentam sua produtividade e/ou seu desempenho comercial o mesmo define quatro tipos de inovações que encerram um amplo conjunto de mudanças nas atividades das empresas: inovações de produto, inovações de processo, inovações organizacionais e inovações de marketing (FINEP, 2005, p. 22).

O quadro 9 apresenta os tipos de inovações e a definição de cada um destes:

Quadro 9 - Tipos de inovação e suas características

Tipo de Inovação Definição

Inovações de produto

Envolvem mudanças significativas nas potencialidades de produtos e serviços. Incluem-se bens e serviços totalmente novos e aperfeiçoamentos importantes para produtos existentes.

Inovações de

processo Representam mudanças significativas nos métodos de produção e de distribuição Inovações

organizacionais

Referem-se à implementação de novos métodos organizacionais, tais como mudanças em práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas da empresa

Inovações de marketing

Envolvem a implementação de novos métodos de marketing, incluindo mudanças no design do produto e na embalagem, na promoção do produto e sua colocação, e em métodos de estabelecimento de preços de bens e de serviços

Fonte: FINEP (2005, p. 23).

Neste contexto, a inovação tecnológica, também é muito citada, mas o que dizem outros autores sobre o que vem realmente a ser inovação? Autores como Terwiesch e Unich (2009), definem inovação como “um novo encontro entre uma necessidade e uma solução” e salientam ainda que a novidade ou inovação pode estar tanto na solução, como na identificação da necessidade. Os mesmos reforçam ainda que “a inovação está no casamento entre uma necessidade existente e uma solução também existente”, desta forma a necessidade passa a ser o “motor” das inovações, pois são elas que motivam as empresas a procurar soluções internas ou externas.

Complementando este conceito vejamos a seguir a visão do Manual de Oslo sobre o assunto:

Uma perspectiva schumpeteriana tende a enfatizar a inovação como experimentos de mercado e a procurar mudanças amplas e extensivas que reestruturam fundamentalmente indústrias e mercados. A economia da corrente dominante ou os neoclássicos vêem a inovação em termos de criação de ativos e de experimentos de mercado. Nessa visão, a inovação é um aspecto da estratégia de negócios ou uma parte do conjunto de decisões de investimentos para criar capacidade de desenvolvimento de produto ou para melhorar a eficiência (FINEP, 2005, p. 37).

As inovações tecnológicas compreendem a introdução de produtos ou processos tecnologicamente novos e melhorias significativas que tenham sido implementadas em produtos e processos existentes. Considera-se uma inovação tecnológica de produto ou processo aquela que tenha sido implementada e introduzida no mercado, inovação de produto ou utilizada no processo de produção e inovação de processo (FINEP, 2005, p. 35).

De acordo com Schumpeter (1934, apud FINEP, 2005, p.38), as inovações podem ser radicais que engendram rupturas mais intensas, incrementais que dão continuidade ao processo de mudança ou disruptivas que pode lançar novas indústrias ou transformar as indústrias existentes.

Quando se trata de inovações organizacionais que é o foco deste trabalho, pode-se entender que se trata de mudanças efetivas na organização visando a melhoria da produtividade e/ou otimizando os recursos já existentes

Chibás, Pantaleón e Rocha (2013) apresentam algumas inovações de diferentes organizações brasileiras, conforme quadro 10.

Quadro 10 - Tipo de inovação em diferentes organizações

Fonte: Chibás; Pantaleón e Rocha (2013, p. 19).

Quando se trata de inovações corre-se o risco de pensar somente em inovações de produtos, porém a inovação organizacional também é muito importante. Chibás, Pantaleón e Rocha (2013), apresentam três cases de inovações

organizacionais muito bem-sucedidos e que podem ser observados como exemplo em inovação:

• O case da empresa Gol Linhas Aéreas.

• O case da empresa Alpargatas fabricante de sandálias. • O case da empresa Renova, portuguesa, fabricante de papel.

O processo de abertura de um empreendimento não é tarefa fácil uma vez que requer decisões assertivas e desafiadoras, porém a manutenção do mesmo é uma tarefa árdua uma vez que precisa se reinventar e investir constantemente em inovações. Para Ringel et al. (2018), as 50 empresas que se destacam no ano de 2018, consideradas as mais inovadoras do mundo foram as descritas por ordem de classificação na figura 10.

Figura 10 - As 50 empresas mais inovadoras 2018

Fonte: Ringel et al. (2018, p. 4).

Sem dúvidas tanto as empresas citadas acima quanto a empresa Alpha, empresa, cursos profissionalizantes, informática, idiomas e outras profissões fruto do estudo, opera em mercados muito competitivos, porém Porter (2008), afirma que a natureza da competição está materializada em cinco forças competitivas que são: novos entrantes; poder de barganha dos fornecedores; poder de barganha dos clientes; produtos substitutos; e concorrentes. Desta forma pode-se entender que a escolha de cada organização de onde deve canalizar seus esforços vai posicioná-los

perante o mercado, para tornar-se caso de referência no seu ramo de atuação e no caso da empresa Alpha referência de ensino no Brasil.

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