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CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.7 GESTÃO DA PRODUÇÃO

Gestão da produção é o conjunto de atividades que visa fabricar os produtos oferecidos pela empresa dentro das especificações estabelecidas, utilizando, da melhor maneira possível, os recursos produtivos disponíveis. Isso significa produzir rigorosamente o que foi determinado, dentro da maior eficiência possível, o que exige sistemas adequados de planejamento e controle da produção e uma adequada gestão de estoques.

Os últimos 45 anos (1957-2002) constituíram uma época de grandes mudanças na gestão e organização do sistema produtivo das empresas industriais em todo o mundo. Dois grandes grupos de mudanças foram marcantes nesse período. O primeiro foi o grande desenvolvimento tecnológico ocorrido em termos de máquinas, sistemas de informações, automação, robótica, telecomunicações, entre outros, que tornaram possível um planejamento e controle mais eficiente das operações. O segundo está relacionado às transformações relativas às novas filosofias, conceitos e métodos de gestão de recursos humanos. Estes passaram a ser vistos, principalmente a partir da década de 1980, como a principal fonte de vantagem competitiva das empresas.

Até o final da década de 1970, a gestão industrial nas varias empresas no Brasil baseava-se no sistema de produção em massa. A produção enxuta teve grande divulgação a partir da década de 1980. Vários livros sobre o assunto foram lançados, muitos técnicos estrangeiros vieram ao país e algumas missões foram ao Japão para aprender o máximo possível sobre aquela nova filosofia de produção, que trazia ganhos tão elevados na eficiência da gestão industrial e na qualidade dos produtos. Parte das empresas, porém, procederam a uma implantação parcial do sistema de produção enxuta, uma vez que esta se mostrou bem mais complexa do que parecia a priori.

Por envolver aspectos tácitos (implícitos) do conhecimento, essa nova tecnologia gerencial precisa ser bem entendida nos seus aspectos humanos, nos valores que embute e na visão de mundo que traz, para ser efetivamente incorporada e possibilitar os ganhos almejados. A simples cópia de seus métodos e procedimentos técnicos (conhecimento explícito) não é suficiente para a sua eficaz transferência para outras empresas. Mesmo assim, alguns dos princípios operacionais do sistema de produção enxuta foram eficazmente implantados nas

empresas nacionais, em decorrência das duras condições de competição presentes no país, havendo melhorias dos indicadores correspondentes.

Outro movimento de mudança importante iniciado na década de 1980 foi a terceirização de grande parte das atividades realizadas pelas empresas, fossem industriais ou de serviços, para outras organizações especializadas na produção de peças, subconjuntos, conjuntos, módulos ou prestadores de serviços de segurança, alimentação e transporte entre outros. Tal mudança buscava inicialmente uma redução de custos para as médias e grandes empresas. Liberadas de atividades não relacionadas diretamente com seu core business, estas poderiam concentrar-se no seu negócio principal.

Destacam-se nele os principais tópicos que norteiam o desenvolvimento de um Sistema de Planejamento e Controle da Produção. São eles: conceito, objetivos e breve histórico sobre a Gestão da Produção, além das principais atividades do processo de planejamento e controle da produção, classificação e medidas de desempenho dos sistemas de produção.

A classificação dos Sistemas de Produção visa facilitar a compreensão sobre as características inerentes a cada sistema e relacioná-las com a complexidade das atividades do PCP. O tipo de sistema de produção determina como deverá ser parametrizado o PCP, para oferecer o suporte à decisão.

Dentre as atividades do PCP apresenta-se a definição da estratégia de produção, o Planejamento de Vendas e Operações (S&OP), o Planejamento da Capacidade de Produção, a Previsão da Demanda, o Plano-Mestre de Produção (MPS), o Planejamento das Necessidades de Materiais (MRP), a Programação da Produção, o Controle da Produção. Apresenta-se também um dos tipos de Sistema de Programação da Produção com Capacidade Finita, o OPT.

Favaretto (2001) relata que “um conjunto de atividades, cuja seqüência possa ser estabelecida e sua abrangência delimitada, será chamado de processo. Um conjunto destes processos é a Gestão da Produção (GP), responsável por todas as atividades da produção, desde a compra da matéria-prima até a expedição”.

Gaither e Frazier (2002) afirmam que, “administração da produção e operações (APO) é a administração do sistema de produção de uma organização, que transforma os insumos nos produtos e serviços da organização”.

Diversos fatos históricos marcaram o desenvolvimento da Gestão da Produção e influenciaram para que ela chegasse a ser o que é hoje. Gaither e

Frazier (2002) relatam que “a Revolução Industrial envolveu dois elementos principais: a difundida substituição da força humana e da água pela força mecanizada e o estabelecimento do sistema fabril. O motor a vapor, inventado por James Watt em 1764, forneceu a força motriz para as fábricas e estimulou outras invenções da época”.

Embora pudéssemos alegar que a administração da produção existia desde o início da civilização, quando o homem polia pedras para transformá-la em utensílios, a fim de atender as suas necessidades, a Administração Científica foi, provavelmente, o primeiro marco histórico na área, uma vez que representou pela primeira vez uma abordagem sistemática à manufatura (DAVIS et al, 2001).

Gaither e Frazier (2002) relatam que “Frederick Winslow Taylor além do título de pai da administração científica, é conhecido como pai da Engenharia de Produção”. Ele estudou os problemas fabris de sua época cientificamente e popularizou a noção de eficiência, que consiste em obter o resultado desejado com o menor desperdício de tempo, esforço e materiais, governando o tempo de produção diário de um trabalhador.

No início do século XX, Henry Ford (1863-1947) projetou o Ford Modelo T para ser construído em linhas de montagem. As linhas de montagem da Ford incorporavam os elementos principais da administração científica – de desenhos de produtos padronizados, produção em massa, baixos custos de manufatura, linhas de montagem mecanizadas, especialização de mão-de-obra e peças intercambiáveis” (GAITHER; FRAZIER, 2002).

Prosseguindo com a história, a partir do início dos anos 80, o mundo da gestão da produção sofreu um imenso abalo: “princípios e técnicas empregados pelos praticantes da Engenharia de Produção, solidamente consolidados desde os anos 20, foram desafiados por uma lógica e um conjunto de práticas vindas do oriente, que chamaram a atenção de todos os agentes que, de uma maneira ou de outra, operam neste campo” (ZILBOVICIUS, 1999)

O principal objetivo da Gestão da Produção é assegurar que o sistema produtivo exerça suas funções básicas de marketing, produção e finanças de forma integrada. Gaither e Frazier (2002) relatam que, “embora produção, marketing e finanças atuem independentemente para atingir suas metas funcionais individuais, eles trabalham em conjunto para realizar as metas da organização”.

As principais atividades do processo de Gestão da Produção são o planejamento, a programação e o controle da produção (CORRÊA et al, 2001).

Rezende e Abreu (2001) relatam os objetivos do Sistema de Planejamento e Controle de Produção (PCP):

- planejar as atividades de produção e as respectivas necessidades de materiais (produção e compras), contemplando os pedidos de vendas; - calcular o Plano-Mestre de Produção como parte integrada do

Planejamento de Controle de Produção, com base na disponibilidade de máquinas, pedidos e PCP em andamento, apontando gargalos, falta de matéria-prima e previsões; controlar o processo fabril e/ou de serviços.

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