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Gestão de dados históricos

No documento Ferramenta de gestão de dados históricos (páginas 49-53)

Após a entrada das aplicações em produção, o número de registos na base de dados começa a aumentar de forma linear ou exponencial. Por exemplo, pode pensar-se na base de dados de um banco, de um hipermercado, de uma operadora de comunicações, que pode ter milhares, ou até mesmo, milhões de registos por dia.

Consequentemente, com este aumento exponencial de dados, vem a ineficiência na procura, pois o processamento de dados torna-se mais lento.

Com este aumento, se se pensar no uso dos dados após a sua inserção na base de dados, chega-se à conclusão que inicialmente são acedidos com muita frequência. Contudo, à medida que a idade dos dados aumenta, a frequência com que são acedidos diminui, chegando a ser insignificante ou mesmo nula.

Por exemplo, num sistema que engloba faturação, é provável que faturas com mais de um ano comecem a não ser acedidas com tanta frequência como faturas com um mês, possivelmente pelo motivo de ter passado a altura de reclamar algum assunto relacionado com um possível engano.

Portanto a maioria das organizações encontra-se nesta situação, em que a maior parte dos seus utilizadores acedem a dados atuais, e muito poucos utilizadores acedem a dados mais antigos.

Assim, segundo a Oracle, os dados podem ser descritos como sendo: ativos, menos ativos, históricos e prontos param serem arquivados.

Figura 3.1 - Ciclo de vida dos dados Activos Menos

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Podemos contrastar o aumento dos dados ao longo do tempo ao mesmo tempo com a diminuição da sua atividade, como se pode ver na Figura 3.2.

Figura 3.2 - Aumento do volume de dados versus atividade [Hobbs, 2007]

Face ao constante aumento de dados e em contrapartida à diminuição da sua utilização ao longo do tempo, são necessárias técnicas que garantam sempre a disponibilidade dos mesmos com eficiência.

Uma das técnicas usadas por muitos sistemas é o particionamento de dados, a qual é abordada na secção seguinte.

3.1 Particionamento de dados

Particionamento de dados é uma técnica que visa melhorar o desempenho das consultas sobre as bases de dados, permitindo que uma tabela, índice ou tabela organizada por índices seja subdividida em partes menores [Baer, 2007].

Cada parte do objeto de base de dados (tabela, índice ou tabela organizada por índices) é uma partição, que possui um nome próprio, e opcionalmente características próprias de armazenamento.

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Figura 3.3 - Tabela particionada na perspetiva de uma aplicação

O mecanismo de particionamento determina a divisão dos dados em partições com base no critério estabelecido sobre os valores de uma ou mais colunas de um objeto de base de dados, conjuntamente denominadas de chave de particionamento.

Por exemplo, a tabela de vendas mostrada na Figura 3.3 está particionada por intervalos de datas de venda, em que o critério de particionamento é por mês, mas aparece a qualquer aplicação como uma tabela, pois os objetos particionados são totalmente transparentes para os sistemas de informação e instruções DML - Data Manipulation

Language16 padrão.

Existem vários métodos de particionamento pelos quais podemos optar:

Particionamento por intervalo (Range Partitioning): as partições são criadas de acordo com um intervalo de valores. Seguindo o exemplo Figura 3.3 o intervalo de particionamento é o mês;

Particionamento por lista (List Partitioning): a distribuição de dados é realizada por uma lista de valores da chave de particionamento. Por exemplo, poderia particionar-se a tabela de vendas da Figura 3.3, não por mês mas por regiões de venda;

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Particionamento por hash (Hash Partitioning): é aplicada à chave de particionamento uma função hash17. Ao contrário dos dois métodos anteriores, neste não permanece qualquer lógica entre uma partição e os seus dados.

Uma tabela pode ser particionada recorrendo a particionamento composto, em que se utiliza a combinação de dois dos métodos acima descritos, podendo ser combinados da seguinte forma: intervalos-hash, intervalo-lista, intervalo-intervalo, lista-intervalo, lista-lista e lista-hash. Nestes casos, primeiro, a tabela é particionada pelo primeiro método, sendo depois cada partição ainda dividida em subpartições, aplicando o segundo método

Quanto às operações de consulta sobre tabelas particionadas, quando uma é efetuada, o optimizador determina a partição envolvida – característica denominada de Partition

Pruning –, desde que a operação esteja condicionada pela chave de partição.

Quando uma operação de consulta não é realizada pela chave de particionamento, a mesma será feita em todas as partições da tabela correspondente, tendo assim que ser efetuado o mesmo tempo de processamento que se efetuaria se os dados não estivessem particionados, ou seja, estivessem todos numa só tabela.

Aliás, nesta situação o tempo de processamento será ligeiramente superior ao de uma tabela não-particionada, devido ao acréscimo de processamento necessário, que passa por exemplo por ser necessário um acesso mais complexo ao dicionário de dados da base de dados, ou até mesmo pelo facto de que num modelo particionado as partições podem estar distribuídas fisicamente por diferentes ficheiros de dados, o que traz um maior peso de processamento ao nível de uso do disco (com as operações I/O – input/output).

Ainda assim, a técnica de particionamento traz grandes vantagens para a maioria das aplicações, pois melhora a capacidade de gestão, o desempenho e a disponibilidade.

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Segundo [Horstmann, 2010], uma função hash é uma função que calcula um valor inteiro, o código hash, a partir de um objeto, de tal forma que diferentes objetos possivelmente reproduzirão códigos hash diferentes.

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No documento Ferramenta de gestão de dados históricos (páginas 49-53)

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