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4. RELATÓRIO DE GESTÃO CONSOLIDADO

4.8 GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS

A política de gestão dos riscos financeiros levada a cabo pelo Grupo Martifer está alicerçada no pressuposto da continuidade das suas operações e na maximização do retorno para todos os seus stakeholders através da optimização da sua estrutura de capitais.

A estrutura de capital do grupo é composta de capitais alheios, que englobam o endividamento, a caixa e seus equivalentes e ainda o capital próprio atribuível ao Grupo, desagregado em capital emitido, reservas e resultados retidos.

A incerteza, característica dominante dos mercados financeiros, comporta em si uma variedade de riscos, aos quais as actividades do Grupo Martifer se encontram expostas, designadamente, risco de preço, risco de taxa de câmbio, risco de taxa de juro, risco de liquidez e risco de crédito.

i. Construção metálica e equipamentos para a energia

As alterações do preço do aço e do alumínio têm um impacto significativo nos resultados operacionais do Grupo , uma vez que são matérias-primas sujeitas a problemas de escassez e a oscilações de preço repentinas.

O Grupo Martifer tem procurado mitigar este risco através de três formas distintas:

i) celebração de contratos com fornecedores de matérias-primas nas datas de formalização de contratos para projectos de grande dimensão;

ii) realização de armazenamento de algumas quantidades destas matérias-primas quando existe expectativa de subida de preço; e

iii) repercussão do aumento do preço da matéria-prima no cliente final.

ii. Biocombustíveis

Tendo presente que os preços de referência mundiais das sementes oleaginosas são afectados, nomeadamente, pela oferta e procura internacionais desta matéria-prima para diversas indústrias, desde a produção de biodiesel aos óleos alimentares e rações para animais, pela ocorrência de anos agrícolas de carácter excepcional e por diferenças cambiais, conclui-se que estamos perante uma matéria-prima caracterizada por uma enorme volatilidade de preço.

Com o objectivo de reduzir este risco de oscilação do preço das sementes oleaginosas, o Grupo tem investimentos previstos na produção agrícola deste tipo de sementes, tendo estabelecido como objectivo atingir a médio prazo uma capacidade de auto-satisfação para as suas unidades de produção de biodiesel de 25%. Paralelamente, e sempre que possível e aconselhável, recorre a instrumentos derivados de cobertura, designadamente a contratos de futuros para fixação do preço do óleo vegetal, em particular de colza e de soja.

O Grupo procura, ainda, mitigar este risco estando presente em toda a cadeia de valor, desde a agricultura à distribuição de combustíveis passando pela extracção de óleos, sua logística e trading e pela produção de biodiesel. Desta forma, procura-se minimizar a dependência de terceiros ao longo de todo o processo.

Adicionalmente, a criação de uma unidade de trading e de capacidade de armazenamento, permite uma gestão integrada das matérias-primas, uma maior flexibilidade na negociação das condições da sua aquisição e a redução do risco de haver falhas no seu abastecimento.

Além disso, existem países com exigências legais na área de negócio do biodiesel obrigando à sua utilização, o que possibilita a criação de um mercado garantido por imposição legal, tornando-se mais fácil repercutir o custo das matérias-primas no preço final.

b) Risco de taxa de câmbio

As actividades do Grupo estão expostas a variações das taxas de câmbio do Euro face a outras moedas, nomeadamente ao dólar norte-americano. Os preços do aço, do alumínio, do crude e das sementes oleaginosas são geralmente expressos ou indexados ao dólar, o que pode ter um impacto significativo na actividade do Grupo.

Acresce que, tendo em consideração os diversos países onde o Grupo desenvolve a sua actividade, a sua exposição ao risco de taxa de câmbio decorre do facto das suas subsidiárias localizadas fora da zona Euro, designadamente, Polónia, Eslováquia, Roménia, República Checa, Suécia, Ucrânia, Angola, Brasil, Austrália, Estados Unidos da América e Moçambique, relatarem em moeda diferente do Euro, sendo imaterial o risco

associado à actividade operacional.

A política de gestão de risco de taxa de câmbio seguida pelo Grupo tem como objectivo último diminuir ao máximo a sensibilidade dos resultados do Grupo a flutuações cambiais. Neste contexto, e sempre que possível, o Grupo procura realizar coberturas naturais dos valores em risco, compensando montantes a pagar e a receber expressos na mesma moeda.

O montante de activos e passivos (em Euro) do Grupo registados em moeda diferente do Euro, materialmente relevantes, pode ser resumido como se segue:

31-12-2007 31-12-2006 31-12-2007 31-12-2006

Zloti (Polónia) 100.916.746 38.275.343 97.091.010 30.434.726

Leu (Roménia) 116.988.015 43.758.796 121.883.534 26.880.893

Activos Passivos

Os eventuais impactos gerados nas demonstrações financeiras do Grupo pela transposição das demonstrações financeiras das suas subsidiárias que relatam em moeda diferente do Euro, caso ocorresse uma variação de 1% nas taxas de câmbio acima referidas, pode ser resumido como se segue:

Variação Resultados Capital Prório Resultados Capital Póprio

Zloti (Polónia) 1% 11.820 38.261 759 78.414

Leu (Roménia) 1% (96.105) (48.960) 10.098 168.796

2007 2006

c) Risco de taxa de juro

O Grupo recorre a instrumentos financeiros derivados de taxa de juro no sentido de gerir a sua exposição a alterações nas taxas de juro vigentes nos seus contratos de financiamento. O objectivo do Grupo ao seguir esta política de gestão de risco de taxa de juro é reduzir a volatilidade dos custos financeiros associados ao seu endividamento bancário, e reduzir a exposição às taxas de juro variáveis, designadamente através da contratação de swaps.

O montante dos empréstimos, prazos de vencimento dos juros e planos de reembolso dos empréstimos subjacentes aos swaps de taxa de juro contratados, são em tudo idênticos às condições estabelecidas para os empréstimos contraídos, pelo que configuram relações perfeitas de cobertura.

d) Risco de liquidez

Teoricamente, a estrutura financeira de uma empresa está equilibrada quando o grau de liquidez das aplicações iguala o grau de exigibilidade das origens. Consequentemente, não se deve financiar a aquisição de activos fixos com um financiamento reembolsável a curto prazo, bem como a aquisição de bens e serviços destinados a ser incorporados no processo de produção, deve ser feita preferencialmente com recurso a financiamentos de curto prazo.

A política de gestão de risco de liquidez levada a cabo pelo Grupo procura:

i) garantir o acesso permanente e da forma mais eficiente a fundos suficientes para fazer face aos pagamentos correntes nas respectivas datas de vencimento;

ii) minimizar a probabilidade de incumprimento no reembolso de qualquer aplicação de fundos;

iii) garantir que o Grupo maximiza o valor e/ou minimiza o custo de oportunidade da detenção de liquidez excedentária no curto prazo.

Levada à prática, esta política procurará fazer coincidir a maturidade das aplicações a realizar com os pagamentos previstos, incluindo uma margem para cobrir eventuais erros de previsão (por exemplo, para fazer face a liquidações urgentes não programadas).

e) Risco de crédito

O agravamento das condições económicas globais ou adversidades que afectem as economias a uma escala local, nacional ou internacional podem originar a incapacidade dos clientes do Grupo Martifer para saldar as suas obrigações, com eventuais efeitos negativos nos resultados do Grupo.

Cientes desta realidade, o Grupo procura avaliar o risco de crédito de todos os seus clientes como racional para o estabelecimento do crédito a conceder, sendo objectivo último assegurar a efectiva cobrança dos créditos nos prazos estabelecidos.

Com este objectivo, o Grupo recorre a agências de avaliação de crédito e efectua regularmente controlo de crédito, cobrança e gestão de processos em contencioso, procedimentos essenciais para gerir a actividade creditícia e minimizar a ocorrência de incobráveis.

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