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4. Metodologia

5.2. Dados por categorias

5.2.4. Gestão e organização dos dados

Para a categoria de primeiro nível “Gestão e organização dos dados”, quando pedimos informação acerca da organização e gestão dos dados as respostas variam entre organização em computador e utilização de plataformas colaborativas que preveem a partilha de dados entre elementos do grupo de investigação. Esta categoria tem três subcategorias:

Responsabilidade dos dados, esta subcategoria revela que os investigadores entrevistados ainda não estão familiarizados com o conceito. Verifica–se que é reconhecida a necessidade de gerir ao mesmo tempo que os investigadores também afirmam que não têm tempo para se dedicarem a estudar como gerir os seus dados. Uma outra reflexão prende–se com uma preocupação quanto ao processo de gestão: os investigadores questionam se

se tratará de mais um processo burocrático acrescentando tarefas ao longo processo de gestão de um projeto.

E15 – “Claro que ainda temos os questionários em papel e os questionários em papel têm pelo menos uma identificação de uma pessoa. Claro que vamos ter que ter na altura em que são recolhidos na base de dados. Agora vamos ter que fazer alguma coisa. Estamos a precisar de alguém que saiba gerir. Confesso que qualquer coisa é relativamente recente não é pelo menos não tinha grande conhecimento. Mas cada vez mais ouvimos falar da necessidade de pensar na forma como nós gerimos estes dados. Temos cada vez mais constrangimentos e que fazem todo sentido que existam, mas na verdade não temos tido tempo para investir para pensar que isso deve ser feito. Se isto se pudéssemos ter um auxiliar de facto dominasse como é que isto. é que nós podemos pensar. Acho que seria uma ótima mais valia para os nossos projetos.”

E16 – “Ou melhor se começa a acontecer também com a questão dos dados uma excessiva burocratização era até crescentemente administrativo que já existe no reporte financeiro que já existe no reporte técnico científico. Agora se começamos a estender isso também para outra parte só dos dados em bruto na altura passamos mais tempo a dizer o que fizemos o que foi o que iremos fazer. O que fizemos com o que estamos a fazer e o que fizemos propriamente a fazer qualquer coisa. Essa começamos depois num processo de define feedback circular. Estamos sempre a dizer coisas sobre as coisas que estamos a fazer e cansativa. Isso é cansativo e é excessivo. Mas eu entendo o que está a dizer e apesar de tudo eu julgo que é uma coisa importante e que a universidade é um sítio para pensar para pensar é preciso algum tempo.”

E19 – “Acho fundamental haver um trabalho colaborativo e de equipa logo faria sentido haver alguém que desse apoio na definição de um plano de gestão de dados.”

Armazenamento de dados, conseguimos identificar as formas de armazenamento dos dados, e como podemos verificar nos excertos selecionados apenas para um projeto ocorreu o depósito de dados em

repositório de dados. A experiência relatada é de depósito no Zenodo. Todos os outros participantes referem locais de armazenamento mais individuais ou restritos. Os exemplos recolhidos são o uso do computador de trabalho, do computador pessoal, cloud, Docolab (software colaborativo de gestão de projetos) e a Dropbox. Percebemos que o armazenamento de dados em repositórios ainda não é uma prática instituída.

E2 – “No computador de trabalho.”

E15 – “Normalmente trabalhamos no mesmo computador com a base de dados.”

E10 – “Só no computador pessoal assim ninguém tem acesso à base de dados completa e, portanto, é preferível isso do que estar acessível no Dropbox por exemplo.”

E3 – “Numa cloud física que o laboratório tem, também está protegida por uma password, estão depositadas numa sala da faculdade e nós podemos aceder através da rede de internet e todos os dados vão para cloud. …” E4 – “Também seria possível imaginar dentro da Universidade do Porto os dados de projetos do CPC estarem obviamente numa cloud, mas estarem também noutras universidades esclarece… Neste momento nós usamos o Dropbox. Isto é a partilha de dados entre os colaboradores da equipa do projeto. Os dados são armazenados e a base de dados é partilhada. Nós temos pastas com os nomes dos projetos…”

Organização de dados, relativamente à organização dos dados as respostas apresentam–se simples o que nos remete para os processos de trabalho quanto à recolha e análise de dados sendo referido o uso do SPSS, tabelas Excel, Docolab e pastas no computador. Não é referido nenhum software de suporte à organização dos dados. mas já são referidas iniciativas como Open Science Framework para projetos que estão agora a iniciar.

E11 – “As bases sejam em SPSS e Excel só eu é que as tenho… eu não destruo os meus dados.”

E19 – “A ferramenta mais fácil continua a ser o SPSS.”

E1 – “Tabela Excel com amostra de controlo e a amostra clínica, com códigos de identificação.”

E3 – “Há uma página web que é docolab que é uma aplicação que nós usamos como logobook do projeto, em que é registado tudo, por exemplo, ontem iniciei a minha recolha de dados, é como se fosse um diário no fundo, serve como diário e repositório de materiais.”

E12 – “Um plano de gestão de dados faz–me sentido. O que é eu faço com os dados ao longo do projeto. Para mim há aí duas dimensões a considerar. Por um lado, a segurança na utilização desses dados. Mas há outra coisa que vai um bocadinho além disso, que é interessante com o Open Science Framework, nós começamos a publicar desde o início, é uma maneira de dar a conhecer o protocolo do projeto, que também nos vais comprometer para o futuro. Aqui a questão não é bem de gestão, mas sim de transparência na execução do projeto. Faltam todo o enquadramento político para que os investigadores sejam apoiados na tomada de decisão.”