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GESTÃO DO USO (Estratégias de gestão de uso de SPA que os sujeitos utilizam para manter o uso não-problemático e estarem enquadrados de acordo com as normas convencionais)

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS Caracterização da Amostra

A.6. GESTÃO DO USO (Estratégias de gestão de uso de SPA que os sujeitos utilizam para manter o uso não-problemático e estarem enquadrados de acordo com as normas convencionais)

Código Designação Descrição Exemplos dos dados Nrº

fontes

Nrº ref.

A.6.1. Controlo da regularidade Os participantes fazem uma gestão

do uso, controlando a frequência de uso de SPA, mantendo no geral uma frequência ocasional

“Faço isso, estás a ver, de longe a longe e com toda a consciência de que, ok, é desta vez, estás a ver? Não é eu meter hoje e amanhã já estar a pensar em ir buscar outra vez ou “este fim-de-semana meti e quero ir buscar noutro fim-de-semana”. Tenho mesmo essa consciência do “tudo bem, meti agora, agora porque está-se bem e vamos curtir e estar na boa”, estás a ver? E passados meses alguém se lembra e fala naquilo, percebes? Não é algo... constante.” (Feminino, 25)

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A.6.2. Controlo da tecnologia de ingestão Controlo do modo como consomem a SPA

“Não, sempre acompanhado, tanto é que eu não lhe sei dar na prata…nem quero aprender a lidar…há muitos anos, a primeira vez que consumi coca e heroína na prata tinha 18 anos, e durante…dos meus 18 aos 20 anos, ainda consumi bastante…e nessa altura já… se calhar foi um mecanismo que eu criei inconsciente para me auto-defender desse ritual…” (Masculino, 35)

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A.6.3. Controlo da quantidade Diz respeito à quantidade que é

utilizada num consumo

“Eu fumo em muito pouca quantidade, não sou de exagerar em quantidades, não sei, não sei,

eu acho que se houve um dia em que... hum... se comprar 10 euros ou 20 é uma coisa que me dura imenso tempo, por isso, 10 euros dura-me para um mês, é uma quantidade muito reduzida, 10 euros é quê, praí uma grama, mais ou menos. Consumo mesmo muito pouco, muito pouco.” (Masculino, 24)

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A.6.4. Vivências com pares consumidores A aproximação com pares

consumidores identificados com um consumo problemático faz com que os participantes não se queiram identificar com essa situação

“Esta substância não usava todos os dias, isso não, porque lá está, depois isso causa-te depressões e eu pensava, ora bem estou a usar este tipo de drogas e depois começava a investigar, a procurar os efeitos secundários, não é tudo ei que bom, não é?! Depois comecei a ter um bocado de receio em relação aquilo que me poderia acontecer, depois comecei a ver pessoas mais velhas que eu a ter depressões a ser internadas mesmo e até tenho um colega meu que, pah, chegou a ser internado no Magalhães Lemos.”(Masculino, 29)

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A.6.5. Contrariar efeitos Contrariar os efeitos da “moca” “A nível de potenciar não tinha nenhum em relação a nenhuma até, nunca potenciei uma moca, a única coisa que fiz foi mesmo tentar contrariar, por exemplo eu quando sentia que

44 precisava que acabar, entre aspas, com a minha moca, tentava comer, beber, ingerir açúcar,

porque quando ingeria açúcar ou comia qualquer coisa a minha moca realmente abrandava.” (Feminino, 24)

A.6.6. Circunstâncias contextuais Há circunstâncias que dizem

respeito ao próprio contexto, em que os participantes podem ou não utilizar a SPA naquele momento específico. Geralmente, o contexto onde está inserido no momento influencia o consumo ou não de SPA

“Os cogumelos...não era o nosso consumo básico nas festas. Os cogumelos, a gente ingeria-os quando havia, quando apareciam, não era uma escolha propositada, era uma escolha que surgia eventualmente e a gente...sim, procurávamos, de vez em quando procurávamos, para experimentar, sim.” (Masculino, 29)

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A.6.7. Gestão de acordo com as

possibilidades financeiras

O facto de a SPA ter um valor económico elevado, faz com que os participantes o ponderem

“...Com a frequência com que havia dinheiro extra. Era...não há frequência, mas posso dar-te uma frequência média, sei lá...num ano, 50 vezes. Num ano, quando havia dinheiro extra.” (Masculino, 29)

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A.6.8. Restrição do uso de SPA Diz respeito ao facto de não utilizar

outras SPA, ou restringir a sua trajetória de uso a uma única SPA

“Ok, eu só fumei haxixe e pólen, sempre tentei nunca passar disso.” (Masculino, 20) 6 8

A.6.9. Adiamento do uso Não consumir naquele momento,

controlando o desejo e consumir quando for possível

“….se tiver de fazer alguma coisa, não deixo de o fazer para consumir, consumo depois...” (Masculino, 21)

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A.6.10. Compatibilidade com o quotidiano Uso de SPA conciliável com as atividades do quotidiano, como o trabalho, faculdade.

“É normal conciliar a vida com esses tempos de lazer, eu sempre trabalhei na minha vida e sempre consumi. Lá está, são poucos os que consomem heroína e que conseguem trabalhar, não dá mesmo, o consumismo vai aumentando agora com o tipo de drogas que eu utilizei, para além de serem muito baratas, não usei para deixar de ir trabalhar, sempre tive uma vida normal e outra nunca faltei ao trabalho para ir a festas, cheguei a ir a festas durante o trabalho mas a meio das festas ia trabalhar, lá está, comigo passava-se assim, mas há muita gente que não vai trabalhar.” (Masculino, 26)

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45 participantes para utilizar a SPA e

também liberdade para não criar dependência

puder, não consumo... o haxixe, provoca alguma liberdade, faz-nos sentir com alguma liberdade...” (Masculino, 21)

A.6.12. Descontrolo Não há controlo do uso de SPA e o

uso começa a interferir com as áreas vivencias do participante e com ele próprio

“Chegou a uma parte que já não conseguia, só queria aquilo... chegou uma parte que já nem queria haxixe, comecei a afastar a haxixe e a cannabis e isso... só queria mesmo aquilo... todos os dias gastava 40 euros naquilo... todos os dias ia buscar, todos os dias...” (Masculino, 22)

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A.7. ACESSIBILIDADE

Código Designação Descrição Exemplos dos dados Nrº

fontes

Nrº ref.

Disponibilidade de SPA ilícitas para compra ou livre acesso às mesmas

“comprada e oferecida, as duas coisas…comprar acho que só comprei uma vez, é mais oferecido.” (Masculino, 27)

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