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4. Realização da Prática Profissional

4.1. Área 1 – Organização e gestão do ensino e aprendizagem

4.1.4. Realização

4.1.4.3. Gestão – A gestão dos treinos

Para Metzler (2011), a gestão do tempo de aula é um dos recursos mais importantes ao nível do ensino, do qual o professor pode usufruir para potenciar a aprendizagem dos seus alunos. Concordo perfeitamente com este autor pois, infelizmente, o tempo disponível para a EF nas escolas não é o maior, nem o mais indicado, logo, do pouco tempo que há, o professor tem de ter a capacidade de o gerir e de o rentabilizar ao máximo.

Felizmente, algo que reconheço e que sempre foi reconhecido pelos meus colegas de NE e PC foi a minha boa gestão do tempo de aula e o meu bom cumprimento dos horários da aula em relação ao previsto. Considero que esta minha boa gestão da aula foi conseguida desde o início do ano, mas, com os conselhos dados pelo PC e pelos meus colegas de NE, e com as experiências vivenciadas nas aulas, esta minha gestão foi melhorando. Acredito que o facto de ao realizar os planos de aula e ponderar tudo o que pudesse acontecer sempre foi uma mais valia para mim. Sou da opinião que mais vale um exercício durar mais tempo, e mesmo que se torne cansativo, pelo menos os alunos estão a praticar, do que durar menos tempo e acabar por privar os alunos da sua prática, correndo o risco de os conteúdos ainda não estarem bem assimilados. Por ter esta opinião e por achar que cada exercício aplicado na aula deve dar tempo para os alunos o assimilarem e depois o executarem é que sempre pensei muito bem acerca do tempo atribuído para cada exercício, pois mais vale que os alunos façam poucos exercícios mas que esses poucos sejam bem aproveitados, do que fazerem muitos e desses muitos não aproveitarem nenhum.

Metzler (2011) refere ainda que todos os tempos de aula (organização, gestão e transição) são importantes em EF e os professores que conseguem minimizar esses tempos são mais eficientes. Por concordar com este autor é que sempre em todas as aulas tive essa preocupação de minimizar estes

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tempos de aula. No que diz respeito à organização, sempre tentei chegar mais cedo às aulas de modo a organizar os materiais todos que eram precisos, e sempre tentei seguir uma estrutura ao longo da aula, ou seja, ao dividir os alunos por equipas, por duplas ou até mesmo fazerem algo individualmente, tentava ao máximo seguir essa organização ao longo da aula para não perder tempo em cada exercício a tratar dessa organização. Em relação à transição, o seu tempo diminui desde logo se a organização não alterar muito de exercício para exercício, ou se for facilmente ajustável consoante as necessidades de cada exercício. Também tive sempre esse cuidado, de não fazer grandes trocas de exercício para exercício, de modo a que o tempo de transição fosse o mais rápido. Uma estratégia que sempre fui utilizando ao longo do ano foi a de atribuir tarefas úteis aos alunos enquanto dava a instrução para o próximo exercício, acabando o tempo de transição por ser menor. Por exemplo, após um exercício em que os alongamentos eram importantes ser feitos, atribuía a responsabilidade de liderar os alongamentos a um aluno, fazia os ajustes para o próximo exercícios e fazia a instrução enquanto os alunos alongavam, juntando o útil ao agradável.

Algo que sempre me ajudou na boa gestão da aula foi a criação de rotinas e regras com os alunos. Eles já sabiam quanto tempo tinham para estar na aula e que se chegassem atrasados, esse tempo era reposto no final da aula, ou seja, quanto mais tarde chegavam, mais tarde saiam. Claro que isto acontecia mais vezes nas aulas de bloco pois os alunos tinham mais tempo de intervalo e mais tempo para tomar banho. Nas aulas de tempo não podia fazer muito isso pois eles depois chegavam atrasados à aula seguinte. Para além disso, sempre que eu terminava um exercício, eles sabiam que era para terminar mesmo e não continuavam a jogar ou a fazer o que estavam a fazer, o que facilitava e muito no aproveitamento do tempo. Por último, outra estratégia que sempre utilizei e esta teve sempre grande insistência por parte do PC, e bem, foi o aproveitamento dos alunos que não realizavam aula nas tarefas de gestão, nomeadamente em recolher material e colocá-lo onde eu pedisse.

No que respeita o tempo das aulas na turma em que lecionei, esta tinha uma aula de bloco (100´ - 85´ úteis) e uma de aula de tempo (50´- 35´ úteis). Na aula de bloco, o tempo era o normal e o tempo até chegava, mas na aula de

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tempo, o tempo era muito escasso e passava a voar. Portanto, uma estratégia que tentei utilizar sempre ao longo do ano, e que respeitei quase sempre, foi nas aulas de tempo realizar exercícios que tinha realizado na última aula de bloco, de forma a não perder tempo na explicação e no processo de assimilação por parte dos alunos, e visto que a aula era curta, pelo menos era útil e os alunos continuavam a colocar em prática o que já tinham colocado na aula passada, tentando então que nestas aulas a função didática fosse exercitação ou consolidação. Poderia introduzir uma ou outra variante nova no exercício, mas tentava não desfazê-lo para não correr o risco de os alunos não o perceberem e acabar por ser tempo perdido.

“Seguindo e respeitando as ideias do 1º período, nas aulas de 50´ continuarei sempre a tentar não introduzir conteúdos e aproveitar os exercícios da aula de 100´ de maneira a não perder muito tempo na explicação e na assimilação dos exercícios por parte dos alunos. Portanto, o 1º exercício desta aula e que serviu de aquecimento foi 1 exercício já feito na aula passada mas com algumas alterações.”

(Excerto da reflexão da aula 43 – janeiro de 2018)