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3. A GESTÃO DEMOCRÁTICA E O IDEB NO CONTEXTO ALAGOANO

3.2. O olhar do gestor sobre e o Ideb

O estabelecimento do processo eleitoral do cargo do gestor escolar tem como base legal o Artigo 206, IV, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, Artigo 3º, VIII, da Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, em conformidade com Lei Estadual nº 6.628, de 21 de outubro de 2005, no Decreto nº 2.916, de 24 de novembro de 2005, alterado pelo Decreto nº 4.033, de 18 de julho de 2008, que regulamenta as eleições dos

diretores gerais e adjuntos das escolas da rede pública estadual de ensino em Alagoas, pois na maioria das redes municipais, o cargo de gestão escolar ainda é um cargo de confiança.

O processo eleitoral é coordenado pela Superintendência de Gestão do Sistema Educacional, que organiza e orienta comissões eleitoras nas instâncias: central, intermediária e escolar. Estas comissões são formadas com representantes dos segmentos da comunidade escolar (pais, alunos, professores e funcionários administrativos e de apoio) tendo como competência a organização, deliberação, monitoramento, fiscalização, e execução de todo o processo eleitoral.

Além da eleição existem outras formas de escolhas, dos dirigentes escolares que são: nomeação, concurso, carreira, e esquema misto, nas quais os representantes são escolhidos por diferentes combinações. Por exemplo, mesclando provas de conhecimento com a capacidade de liderança e administração, ou então decidido em conselhos menores da escola. Nesses esquemas mistos, é comum a comunidade participar em alguma parte do processo, o que possibilita um maior vínculo dos dirigentes com a escola.

Um estudo intitulado: “A Avaliação Externa como Instrumento da Gestão Educacional nos Estados”, conduzida pelos pesquisadores Nigel Brooke e Maria Amália de A. Cunha32

do GAME/FAE/UFMG33 em 2006, indicou que 42% dos diretores no país são nomeados por indicação política. Segundo esse, existe uma mescla na seleção e a indicação é uma das etapas. Embora recente, a gestão democrática com a escolha do gestor é um avanço no cenário nacional, onde em muitos Estados ainda se faz, oficialmente, da escola um balcão de interesses “politiqueiros”.

Em geral, na gestão democrática o diretor só pode ser escolhido depois da elaboração do PPP, pois ele deve “pô-lo em prática”, desenvolvê-lo. Mas, qualquer que seja o processo de escolha do diretor, este ainda permanece sendo uma figura central no esquema de poder que envolve o funcionamento da instituição escolar. Em Alagoas, a instituição da gestão democrática não veio acompanhada da eleição para diretor, que somente se instituiu seis anos depois a partir da Lei Nº 6.628, de 21 de Outubro de 2005:

Art. 2º Os Diretores e Diretores Adjuntos das Escolas Públicas Estaduais serão eleitos pela comunidade escolar, através de voto universal em escrutínio direto e

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Este estudo foi realizado pelo GAME sob encomenda da Fundação Victor Civita (FVC). Participou do planejamento desta pesquisa como consultora técnica, Paula Louzano.

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Grupo de Avaliação e Medidas Educacionais – GAME da Faculdade de Educação – FAE da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG.

secreto, nomeados pelo Secretário Executivo de Educação, através de Portaria, para um mandato de 2 (dois) anos, podendo ser reeleitos por mais 1 (um) mandato.

Lembrando que o diretor é sempre membro nato do conselho, mas sua função não é determinada, tem de ser acordada por eleição no conselho, no entanto o Decreto nº. 2.916, de 24 de novembro de 2005, alterado pelo Decreto nº. 4.033, de 18 de julho de 2008, dispõe sobre a regulamentação das novas regras para as Eleições Diretas para Diretor e Diretor Adjunto das Escolas de Educação Básica, onde o diretor geral da escola deve ter sua responsabilidade alterada mesmo não exercendo o cargo de presidente ou tesoureiro do conselho escolar:

“Art. 2º A função de Diretor Geral e Diretor Adjunto de escola tem caráter executivo, cabendo-lhe a coordenação do funcionamento geral da escola e da execução das deliberações coletivas do Conselho Escolar, da Coordenadoria de Ensino e da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte.” (Redação dada pelo Decreto n° 4.033, de 18.07.2008.) § 1º O Diretor Geral é o articulador direto da execução e co-responsável como membro nato do Conselho Escolar pela prestação de contas de todos os recursos destinados à escola. (Redação acrescentada pelo Decreto n° 4.033, de 18.07.2008.)

No serviço público estadual, o diretor escolar exerce uma função gratificada, e atualmente essa gratificação é irrisória, um valor de R$ 350,00 para o diretor geral e R$ 250,00 para o diretor adjunto . Sobre a forma de escolha do diretor, certamente a eleição é a maneira mais democrática e justa de escolha. No entanto, existem pontos negativos neste tipo de escolha hoje nas escolas estaduais do Estado, pois são requisitos, ser professor do quadro de professores ou coordenadores efetivos da rede estadual, mas não existe formação específica para o exercício da função de diretor apenas o título de licenciado.

O que foi observado, em conversas informais com outros gestores em encontros e reuniões, é que o candidato entra na disputa eleitoral cheio de planos de transformar para melhor a escola, contudo, este se depara com uma gama imensa de responsabilidades burocráticas que tem de dar conta e o fato é que, em geral, o gestor é punido caso esses tramites burocráticos não sejam atingidos, mas se o desenvolvimento pedagógico não é efetivado ele não sofre sansões diretas, talvez a escola. Não estamos afirmando que o gestor deva ser punido, mas que o segmento pedagógico é bastante negligenciado em função do contexto burocrático e tecnicista inerentes a esse cargo.

O papel do diretor mudou muito nas últimas décadas. A até duas décadas atrás, ser diretor significava administrar uma rotina ordenada de aulas e intervalo. Hoje é exigido do

diretor escolar, além da liderança, a gestão de recursos humanos e financeiros, além da gestão pedagógica. As responsabilidades do gestor escolar giram naturalmente, sob todos os aspectos da escola, (secretaria, cozinha, coordenação, conservação, limpeza e integridade da mesma), além de toda carga burocrática de documentos que estabelecem oficialmente as relações entre as escolas, suas redes e quaisquer órgãos.

No documento Alagoas (1999), existe uma divisão entre diretor geral, diretor pedagógico e diretor administrativo, no entanto, na prática, esta divisão não acontece. De acordo com a pesquisa, os dados do Ideb não são utilizados no trabalho do gestor dentro da escola. E qual a causa dessa não relação? De acordo com o documento Alagoas/MEC/PNUD/SEE/AL– Eixo 3 (2009, p. 25) são atribuições da direção pedagógica:

coordenar e acompanhar a elaboração dos relatórios dos dados educacionais da unidade de ensino; acompanhar o rendimento dos alunos, avaliando e pesquisando as causas da aprendizagem não satisfatórias e utilizando medidas eficazes de ordem pedagógica na solução dos problemas constatados em relação ao processo ensino aprendizagem; participar e acompanhar o trabalho técnico-pedagógico da escola, zelando para que sua execução transcorra segundo as normas preestabelecidas.

Esse direcionamento deveria ocorrer se de fato houvesse eleição para os três tipos de diretores (geral, pedagógico e administrativo), no entanto, a eleição ocorre apenas para diretores gerais e adjuntos, certamente a generalidade de obrigações interfere negativamente no trabalho do gestor. Em outros países o gestor é muito mais independente sendo responsável por contratações de funcionários da escola, inclusive professores. O conselho escolar poderia ser bem mais autônomo. A LDBEN nº 9.394/96, Título I da Educação lança luzes acerca do papel do Estado, do qual são destacados os artigos a seguir transcritos.

Art. 1º. A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de: I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino; (...) Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: I - Elaborar e executar sua proposta pedagógica; II - Administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; III - Assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas; IV - Velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; V - Prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento; VI - Articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola; VII - Informar os pais e responsáveis sobre a frequência e o rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica.

Na verdade, todas essas atribuições que são do Estado são cobradas diretamente da escola, até porque essas incumbências são realizadas na escola mesmo. Cabe ao Estado ter

uma rede organizada e mais próxima da escola, com profissionais como técnicos educacionais específicos para exercer a função. Muitas coordenadorias contam em seus quadros ex- diretores ou funcionários prestes a se aposentar que não podem mais dar aula. Os profissionais que trabalham diretamente com a escola devem ser capazes de fazê-lo da forma mais eficiente e pedagógica possível. Essa atenção faz toda a diferença no desempenho da escola.

Na organização da maior parte das escolas do Estado, é observada a estrutura e os turnos de funcionamento de cada escola. De forma generalizada, observa-se a estrutura apresentada no documento Alagoas/MEC/PNUD/SEE/AL– Eixo 3 (2009) :

Organograma 2 – Organização da estrutura educacional em escolas da rede pública estadual de ensino.

Fonte: Adaptação do documento Alagoas/MEC/PNUD/SEE/AL– Eixo 3 (2009).

Nesse sentido, o Estado possui atribuições que na verdade se manifestam por responsabilidades atentas apenas à escola e ao gestor. Conforme análise do organograma acima, o gestor possui papel estratégico na organização da escola. Mesmo as decisões cabendo ao conselho, o diretor é peça fundamental para o desenvolvimento da escola, mas sua relação com a rede é essencial para o sucesso das ações implantadas através da avaliação institucional. Direção Geral Coordenação Pedagógica Direção Administrativa

Secretaria Escolar Manutenção e

Infraestrutura Adm. ∕ Financeira

Professores

Conselho Escolar

É sempre importante que seja pontuado nos documentos oficiais do Estado o que o Ideb deve representar para a escola na pessoa do gestor já que seu índice se manifesta de forma onipresente nas políticas educacionais desenvolvidas pela rede estadual de ensino, mas notadamente pela União.

Mas essa relação Ideb/gestor escolar não deve ser uma relação unilateral, deve representar uma via de mão dupla. O excesso de trabalho burocrático, a pesada carga de atividades diárias, a estressante rotina escolar geralmente não planejada por lacunas no colegiado e pela constante resolução de conflitos, especialmente aqueles relativos à indisciplina discente, os problemas interpessoais entre docentes e funcionários e à produção de muitos documentos, reuniões, relatórios, planos de ação, memorandos, ofícios, planejamentos, prestações de contas, pois mesmo com a presença de um secretário escolar, o diretor precisa organizar tudo e faz com que o gestor não dê a devida atenção à parte pedagógica ou ao Ideb de forma direta.

Alagoas passa por um momento de muitas transformações na pasta da educação. O que teoricamente estaria a serviço da organização, na verdade, se traduz em sobrecarga de trabalho. Alguns fatores são de extrema relevância para dados tão negativos tais como: calendário escolar atrasado por greves ou reformas nos prédios escolares, ausência de concursos que supram a grande carência de profissionais da educação, a falta de segurança que gera o aumento da violência na escola e no entorno de sua comunidade, ausência de psicólogos escolares e assistentes sociais, ausência de formações eficientes para gestores escolares através da rede estadual e ações que interferem diretamente na rotina da escola através de decretos e leis como a determinação do calendário escolar, do currículo e até da forma de distribuição da hora/aula na escola. Teoricamente, essas seriam atribuições da autonomia da escola. Interferir nessa autonomia fere o princípio da democracia.

O documento citado ficou conhecido como Geração Saber. Concluído em 2009 e implantado em 2010 com o objetivo de: “mudar a realidade educacional de Alagoas, para melhorar a qualidade da aprendizagem dos alunos da educação básica da rede pública e reverter os atuais indicadores educacionais do Estado34”. O projeto, resultado da parceria MEC/PNUD/SEE/AL com custo de aproximadamente 260 milhões de reais, o qual fazia a distinção de gestores escolares, foi recentemente “englobado” por um segundo programa,

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organizado pelo atual secretário de educação do Estado, o programa “Alagoas tem Pressa”, um grupo terceirizado.

O Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG) atua na gestão escolar. Foi contratado em janeiro de 2012, com tempo determinado de atuação de um ano e meio. Em 12 de junho do corrente ano realizou um curso de 8h em cada sede das 15 coordenadorias de ensino da capital. Ficou clara a intenção de reverter os índices educacionais, especialmente o Ideb, melhorando a posição de Alagoas no “ranking” nacional mudanças no Sistema de Avaliação Educacional de Alagoas (SAVEAL) no sentido de atender melhor os resultados do Ideb.

É importante que os gestores recebam uma formação continuada sobre gestão durante todo o processo, que haja trocas de experiências para que o sucesso do gestor no Estado seja coletiva e não individual. O Estado precisa ser mais autônomo no sentido de prover formações, não ser apenas refém das políticas da União.

Segundo o site oficial da SEE/AL, o programa “Alagoas Tem Pressa35” é o programa que inclui ferramentas de Planejamento Estratégico, Programação e Execução Orçamentária, Monitoramento e Avaliação dos Resultados. Trata-se de uma estratégia de gestão, centrada no desempenho da Administração Pública, que orienta o Governo para o alcance dos resultados. São Diretrizes Gerais do Programa: coerência com as orientações estratégicas e previsão dos recursos disponíveis, organização dos programas em áreas de resultados, responsabilização por resultados e monitoramento em rede, no sentido de sintetizar a estratégia do governo de Alagoas e apresentar as principais diretrizes para a ação do governo, com base no horizonte de 2011-2022, detalhando os indicadores e estratégias, por área de resultados.

O programa tem, entre outros objetivos, a ambição de erradicar a pobreza extrema, reduzir a pobreza e a desigualdade além desenvolver o capital humano. Os indicadores de governo são:tendências da economia mundial, nacional e regional para os próximos dez anos e metas estabelecidas para as políticas públicas no âmbito do país (Ideb, Metas do Milênio). As metas do Ideb são um dos indicadores mais importantes para a educação no Estado, assim entendemos a importância do foco deste para a rede.

De acordo com o discurso oficial do governo de Theotônio Vilela Filho, esse procurou modernizar o sistema educacional de ensino através, principalmente, do Programa Geração Saber, que surgiu em 2010 com objetivo de mudar a organização da rede estadual de ensino,

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estabelecendo parcerias, reorganizando a estrutura da SEE/AL, atualizando dados através de sistemas de informática, e atualizando o Sistema de SAVEAL. O programa surgiu na perspectiva de ser uma política pública permanente do Estado, e não um simples programa de governo. O programa foi dividido em cinco grandes eixos: políticas educacionais, organização da estrutura e funcionamento da SEE/AL, tecnologia da informação e comunicação na educação, melhoria das condições da rede escolar, regime de colaboração entre Estado e Municípios.

A parceria de Cooperação Técnica do MEC e PNUD canalizou muito dinheiro e uma orientação muito objetiva e capitalista para a educação. Em todo o discurso do governo, o principal objetivo dessas mudanças é “a reversão dos atuais indicadores educacionais do Estado” e reestruturação política da SEE/AL. Foi uma cobrança do MEC a fim de fazer com que os Estados se adéquem as metas programadas. O Ideb de 2009 foi referência para a pesquisa desta dissertação. Apontou que Alagoas ficou em penúltimo lugar no Ideb e o SAVEAL tem apresentado resultados ainda piores nas escolas.

Nas leituras oficiais36 sobre o SAVEAL, lê-se que o mesmo foi criado em 2001 e surgiu com a finalidade de subsidiar o Estado e os municípios na formulação de suas políticas educacionais, assim como a comunidade escolar, através da adoção de instrumentos que permitam a reorientação da prática docente e, consequentemente, o desempenho do sistema educativo. Com o objetivo de desenvolver uma sistemática de avaliação permanente e contínua, visando, fundamentalmente, subsidiar a implementação de políticas educacionais voltadas para a melhoria da educação básica.

Na verdade, o SAVEAL foi criado, mas demorou muito a ser implantado. Em 2011, surgiu um caderno distribuído em todas as escolas com orientações, metas e conclusões referentes ao ano de 2009. Essa foi então à primeira vez que o sistema tornou-se índice e fôra aplicado, mas como essa “implantação” ocorreu de forma “aligeirada”, não ficou muito clara sua metodologia e seus objetivos. O SAVEAL não foi discutido com a comunidade escolar e consequentemente com os gestores, o que naturalmente não o torna visível, nem prático na escola. Quando estudado, o sistema revela que, suas metas e sua metodologia são muito semelhantes as do Ideb. Dessa forma, percebe-se que um dos principais objetivos do SAVEAL é melhorar as notas do Ideb em cada escola e consequentemente a nota do Estado.

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No sentido da melhoria do Ideb, o gestor é oficialmente cobrado, através dos cadernos sobre o SAVEAL. Na leitura desse material, segundo os parâmetros de melhoria da qualidade da educação, o gestor possui um “indicador de efetividade e atuação”, numa clara forma de desresponsabilização do gestor da rede em relação aos “resultados e metas” atribuídos à escola. Perguntas como: você é percebido(a) como uma liderança legítima pela comunidade escolar? Você é reconhecido(a) como profissionalmente competente pela comunidade escolar? Você é considerado(a) uma pessoa firme nas suas decisões? Apontam para a valorização de características capitalistas do gestor escolar e da escola, o que revela uma face muito negativa da avaliação institucional, a da mercantilização da educação. Atualmente, a SEE/AL se organiza da seguinte forma:

Organograma 3 – Organização da estrutura da SEE/AL

Fonte: Adaptação do documento Alagoas/MEC/PNUD/SEE/AL– Eixo 3 (2009).

A Gerência de Avaliação Educacional (GEAVA), com o apoio da Assessoria Educacional de São Paulo – AVALIA, elaboram a logística e as provas do SAVEAL. Segundo o governo do Estado de Alagoas, a evolução do sistema aconteceu da seguinte forma: durante a sua criação, em 2001, foram elaboradas as Matrizes Curriculares de

Governo Estadual

SEE∕AL

Gabinete

Superintendências Diretorias Gerências

Coordenadorias de Ensino

Referência para a Avaliação do Sistema Educacional de Alagoas, contemplando apenas o 5° ano do Ensino Fundamental, nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. Em regime de colaboração, foram avaliadas as escolas municipais de Maceió, compreendendo, ao todo, 86 escolas.

Posteriormente, ampliou-se essa pesquisa para as escolas de 60 municípios cujos secretários de educação aderiram ao SAVEAL, mediante Termo de Adesão, avaliando as escolas que atendessem aos referidos critérios. Foram elaborados Cadernos Pedagógicos de Língua Portuguesa e Matemática, nos quais estão contidas as análises dos descritores das Matrizes Curriculares de referência para avaliação e análise de itens das provas aplicadas pelo SAVEAL. As CREs e os municípios que aderiram ao sistema receberam relatórios sintéticos e analíticos sobre desempenho dos alunos nas provas, índices de eficiência, no que se refere à taxa de aprovação (relacionando-se esses índices de desempenho e eficiência às médias das escolas municipais, estaduais e federais) à pontuação da escola, com elaboração um relatório geral sobre informações sobre a realidade educacional de Alagoas: uma caracterização do sistema educacional do Estado, a partir de dados do IBGE, Censo e da PNAD.

Em 2011, houve a universalização da aplicação do SAVEAL com abrangência para todo o sistema educacional público de Alagoas. Avaliação nas turmas de 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e 3º ano do Ensino Médio; divulgação dos resultados no início do ano letivo, para subsidiar as equipes pedagógicas da SEE/AL, das Coordenadorias Regionais de Ensino e da Secretaria Municipal de Educação (SEMED)37, fornecendo informações necessárias para a reorientação da prática pedagógica nas escolas e, assim, elevar o desempenho escolar mediante utilização dos resultados do SAVEAL.

A lacuna entre o surgimento e a efetiva implantação do sistema compromete sua credibilidade e observa-se que a comparação é uma das bases do sistema de avaliação do Estado para a educação básica, o que reforça a característica capitalista da competição. O SAVEAL é uma forma de controle do Estado porque estabelecendo metas ele cobra resultados, porque fazendo comparações ele monitora esses resultados, porque “orientando” ele interfere na “autonomia” da escola, porque responsabilizando o gestor escolar por esses

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