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2.6 PROGRAMAS DE EXERCÍCIO EM AMBIENTE OCUPACIONAL

2.6.1 Ginástica Laboral

A ginástica laboral faz parte do programa de Qualidade de Vida no trabalho, que evidencia a promoção de saúde, lazer e ergonomia a qual emprega atividades físicas para a prevenção de LER e DORT relacionados ao trabalho. A ginástica laboral pode ser chamada de atividade física empresarial, ginástica laboral compensatória, ginástica do trabalho, ginástica de pausa, exercise breaks, worksite

physical activity (PROPER et al., 2003; PEDERSEN et al., 2009; MENDES e LEITE, 2012)

O objetivo da ginástica laboral é proporcionar momentos que quebrem o ritmo do trabalho monótono, de maneira espontânea e visa a melhoria dos relacionamentos, autoestima, trabalha o corpo, a mente e o cérebro. A ginástica laboral pode ser classificada de acordo com o horário a ser realizada a aula: no início do expediente – preparatória; no meio do expediente – compensatória, e relaxante – no fim do expediente. Pode ser classificada também de acordo com os objetivos de execução: ginástica laboral preparatória - prepara para movimentos de forças velocidade ou resistência; ginástica de compensação - previne vícios posturais;

ginástica corretiva - restitui o equilíbrio muscular e articular e ginástica de conservação ou manutenção - conserva o equilíbrio fisiomorfológico (MENDES e LEITE, 2012).

A Política Nacional de Saúde do Trabalhador aponta para a necessidade de processo que assegure aos trabalhadores brasileiros a transformação do quadro atual, com programas preventivos com reestruturação dos processos produtivos (OLIVEIRA, 2007). Muitas empresas que desenvolveram programas de promoção de atividades físicas tiveram benefícios econômicos adicionais em virtude da redução do absenteísmo e do aumento da produtividade dos trabalhadores (OLIVEIRA, 2007).

Entretanto, há necessidade de incentivar mudanças no estilo de vida, de forma a prevenir ou minimizar qualquer impacto negativo sobre os níveis de saúde e qualidade de vida dos trabalhadores (NAHAS, 2006).

A avaliação diagnóstica em trabalhadores possibilita a análise do impacto das modificações no estilo de vida diário sobre a QV e saúde. Com esta perspectiva é que se poderá ter o mecanismo de auxílio na prevenção de doenças destes trabalhadores e a maior adesão a hábitos saudáveis de vida enquanto profissionais e a permanência do hábito ao longo da vida. Todo e qualquer esforço viabilizando promoção de saúde e bem-estar nesta população é de grande valia, pois preconiza a ideia de prevenção de inúmeras doenças e manutenção da qualidade de vida. Desta forma, deve haver alternativas contundentes para se atenuar qualquer dano, principalmente ao se tratar da meia idade, onde surge grande número de casos de doenças crônicas como: doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes e hipertensão arterial (BRASIL, 2013).

Verifica-se que empresas em todo o mundo estão na tentativa de buscar opções de lazer interessantes e salutares, visando à melhoria da qualidade de vida de seus trabalhadores. Pesquisas estão se estendendo e permitindo mais análises e reflexões sobre o assunto, considerando que no contexto das organizações é de fundamental interesse conhecer de que forma os fatores estressantes afetam os trabalhadores em diferentes idades, para que, principalmente, medidas preventivas possam ser estudadas no intuito de minimizar qualquer impacto negativo nos participantes e nas organizações (ROSSETI, 2008)

Entre os principais benefícios da atividade física para os funcionários estão:

melhora da autoimagem, redução das dores, diminuição do estresse, alívio das tensões, melhoria do relacionamento interpessoal, aumento da resistência da fadiga central e periférica, da disposição e motivação para o trabalho e da saúde física, mental e espiritual (MILITÃO, 2001). A relação entre atividade física e saúde está se tornando importante foco de pesquisa para diferentes profissionais. O trabalho multidisciplinar no combate ao sedentarismo ainda é grande desafio (PORTO, 2008).

Nesta concepção, se encontra a implantação dentro do ambiente ocupacional, da ginástica laboral e da ginástica recreativa, que preconizam a melhoria do bem-estar do trabalhador.

Existente no Brasil desde a década de 1970, a Ginástica Laboral vem proporcionar momento de pausa, quebra no ritmo e rigidez do trabalho. De acordo com Soares et al. (2006), o trabalhador pode expandir o corpo, a mente e o espírito.

É possível relaxar, livres de risco de acidentes, erros e tensão saindo das posturas automatizadas, interagindo com os colegas e desligando das pressões e consequentemente, do estresse. Pode ser analisada como ação de humanização, pois é evidente muitas vezes a desvalorização e carência de atenção. As empresas que não se inserem neste pensamento de QV dos funcionários estão voltadas a perder a competitividade no mercado, pois programas de Ginástica Laboral, atividades físicas e recreacionais tem sido importantes alavancas neste processo.

Para Fernandes e Rocha (2009), é muito claro que os trabalhadores necessitam estar com as capacidades físicas e mentais compensadas, para que as atividades sejam realizadas com atenção, agilidade, urgência, qualidade, trabalho em equipe, satisfação e motivação. Isto é decorrente da melhor qualidade de vida que atualmente as empresas estão visando (PEREIRA e BUENO, 1997).

Há vários benefícios dos programas de ginástica laboral. Dentre os aspectos fisiológicos, há aumento da circulação sanguínea, melhora da oxigenação dos músculos e tendões, diminuição do acúmulo do ácido lático, melhor mobilidade e flexibilidade articular, minimização das inflamações e traumas, melhora da postura, redução da tensão muscular desnecessária, abranda o esforço no desempenho das tarefas diárias, promove a adaptação ao posto de trabalho, melhora a condição do estado de saúde geral (SOARES et al., 2006; OLIVEIRA, 2007). Nos aspectos psicológicos, a ginástica laboral beneficia a mudança da rotina, fortalece a autoestima, demonstra a preocupação da empresa com seus funcionários, enriquece a capacidade de concentração no trabalho e por últimos aspectos sociais, leva ao aparecimento de novas lideranças, beneficia o contato pessoal, gera a integração social, beneficia o trabalho de grupo e relacionamentos (SOARES et al., 2006;

D'ONISE, 2010).

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