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Gostava porque a comunidade não é só feita de empresas e instituições A comunidade também é composta por pessoas isoladas que podiam, eventualmente, ser voluntárias, podiam ser enfim…

Transcrição das entrevistas Escola Secundária B

D: Gostava porque a comunidade não é só feita de empresas e instituições A comunidade também é composta por pessoas isoladas que podiam, eventualmente, ser voluntárias, podiam ser enfim…

pessoas que prestassem a sua colaboração a título meramente, enfim, gracioso, pessoas que têm, de facto, disponibilidade para o fazer, inclusivamente… ah… sei lá… colegas nossos que já se aposentaram e que têm já muito mais disponibilidade, poderiam continuar a dar o seu contributo porque são pessoas que trabalham voluntariamente em instituições de saúde, em instituições desportivas e podiam também, elas próprias conhecedoras que são da realidade da escola, poderiam elas também acarretar esse contributo positivo das instituições onde trabalham para dentro da escola, mas o que eu sinto é que essas pessoas, a partir do momento em que saem da escola, desenvolvem voluntariado fora da escola, mas não, não são uma mais-valia acrescentada dentro das instituições em que prestam esse voluntariado para a própria escola. Não sei se me faço entender. Quer isto dizer que eu não tenho memória, neste momento, de ter colegas aposentados que fazem voluntariado fora da escola presentes na escola em ações de voluntariado e deviam estar. Não é? Essa era uma das maneiras que eu achava que poderia trazer um benefício porque se aliava aqui o trabalho que se

desenvolve no âmbito do voluntariado à experiência de ensino e de escola que essas pessoas já têm, o que não tem de facto acontecido. Penso que isto denota também alguma saturação que as pessoas têm ou sentem relativamente a todos estes anos que trabalharam numa escola e a necessidade que têm, pelo menos, nesta fase, numa primeira fase da sua reforma de se afastarem do contexto… do contexto escolar… Ah… Por outro lado, há instituições que só respondem à chamada no caso de serem, de facto, chamadas a intervir e com ações pontuais. A iniciativa não tem, e também não sei se o deviam ter, eu sou da opinião que quem precisa é que tem de ir à procura. É evidente que se houver uma instituição, um… sei lá, uma organização qualquer fora da escola que considere que tem um contributo importante a dar à escola e que o queira fazer, possa, e já aconteceu, disponibilizar-se ela própria à escola, por exemplo, estou-me a lembrar do Rotary Club do [cidade/concelho B], foram eles que tomaram a iniciativa de procurar, de vir até à escola, mostrar o seu plano de ação e de intervenção, os seus objetivos enquanto clube… ah… e disponibilizarem à escola alguns recursos que têm à disposição dos jovens, nomeadamente, apoio a famílias carenciadas para pagamento, por exemplo, de propinas no ensino superior. Eles têm, digamos que uma verba destinada a esse objetivo, a alunos que iniciam num determinado momento o seu percurso académico no ensino superior e que por carências económicas que surjam, num determinado momento da vida das famílias, por exemplo, desemprego ou doença prolongada, os pais, por vezes, confrontam-se com o facto de não poderem pagar as propinas e o Rotary Club do [cidade/concelho B] tem essa vocação, atender a esses problemas familiares e posicionarem-se, na linha da frente, para poderem dar alguma ajuda no sentido de impedirem que esses alunos tenham que interromper o seu percurso académico e eu desconhecia completamente este propósito, este objetivo deste clube e foram eles que tomaram a iniciativa de virem ter connosco, de nos apresentarem essa sua disponibilidade, nós fizemos o protocolo e, de facto, tem resultado porque conhecemos já duas alunas que estão a beneficiar dessa mais-valia desta associação ou deste clube, chamemos-lhe assim. Por outro lado, também têm, todos os anos, e eu desconhecia, nas férias da Páscoa, têm oferecido ou tem sido prática corrente, oferecerem um curso de formação de liderança juvenil para jovens situados entre os catorze e os dezasseis anos, nesta faixa etária, que é destinado a alunos que na sua relação, enfim, com os colegas, com os professores em contexto escolar, tenham revelado uma certa predisposição para lideres. E associando esta predisposição ao facto de terem bons resultados escolares, eles candidatam-se a esta formação e depois os Rotários acabam por selecionar o candidato ou a candidata a quem será depois oferecido esse curso durante dez dias no período das férias da Páscoa. Paralelamente e ainda outro benefício que este clube tem para oferecer aos alunos é o facto de no final de cada ano letivo, depois do apuramento dos resultados escolares, oferecer, a cada um dos alunos melhor classificados, dos cursos profissionais e dos cursos científico-humanísticos, um prémio pecuniário no valor de cem euros. Penso que isto é um incentivo aos alunos em termos de trabalho a desenvolver ao longo do ano, com a salvaguarda de que este prémio tem que ser atribuído a famílias, ou a alunos de famílias que não tenham rendimentos de nível superior, portanto, tem de haver também aqui … de entre os melhores são aqueles que têm mais necessidades económicas. E

esta é uma situação que, eu penso, que tem contribuído, de certo modo, para incentivar os alunos com famílias mais carenciadas a investir também, enfim, no seu trabalho, na sua formação, com o objetivo de poder chegar a este prémio pecuniário. Para muitas pessoas não é muito, mas para estas pessoas, de facto, faz a diferença. Este é um… Este é um exemplo de como uma associação, um clube local, cuja atividade nós desconhecíamos, do ponto de vista da sua intervenção junto da comunidade estudantil, veio até nós propor os seus serviços e nós, naturalmente, de bom grado aceitámos. Outra situação idêntica, que não fomos nós que procurámos, foi… a escola foi por sua vez procurada para fazer esse protocolo de adesão e tem agora aqui a ver com tempos de lazer, enfim, ligados ao bem-estar e porque a escola é um lugar onde as pessoas trabalham muito e se desgastam muito, eu penso que, também merecem alguma contrapartida e temos aqui próximo de nós, na [vila/concelho vizinho, a sul] um hotel que tem um serviço de spa e de massagens e, enfim, ligado ao bem-estar e à saúde, que nos veio propor um protocolo de redução de trinta por cento em todo o tipo de… enfim, de tratamentos, de massagens e de todo o tipo de… de atividades associadas ao bem-estar e ao lazer que os professores da Escola Secundária [B] quisessem, enfim, usufruir e podendo fazê-lo com uma redução de trinta por centro sobre o custo, enfim, sobre o preçário estabelecido e, eu penso que isso também foi… é encarado como um… digamos, um protocolo muito positivo, muito interessante para os professores, porque temos conhecimento, sobretudo, de algumas professoras que fizeram, digamos que essa adesão, pagando uma mensalidade com esse custo, enfim, de benefício e sentem-se gratos à escola por lhe proporcionar essa possibilidade de fazerem, a um mais baixo custo, um tratamento, uma manutenção que dizem que lhes é, particularmente, agradável. Esta é mais uma realidade que a escola oferece, enfim, aos seus colaboradores fruto de um protocolo, uma parceria que não tem propriamente a ver com o serviço que a escola presta à comunidade, não deixa de ter o seu impacto, porque para prestarmos bons serviços, temos que nos sentir bem, temos que nos sentir satisfeitos e motivados. E eu penso que quando as pessoas, os nossos colaboradores, sentem que a escola também zela por essa componente do bem-estar e da saúde, também se sentem gratos à escola por terem conseguido um protocolo dessa natureza.

E: Quais as preocupações da Escola Secundária em envolver as entidades locais nas atividades