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ISA: GOVERNO ANUNCIA VETO PARCIAL, MAS MANTÉM ANISTIA E REDUÇÃO DE ÁREAS PROTEGIDAS

Publicado em maio 26, 2012 por Redação

Tags: Código Florestal-floresta zero, legislação ambiental

Texto integral dos vetos e conteúdo de Medida Provisória que vai complementar nova lei só serão divulgados nesta segunda. Grande parte de anistias a desmatamentos ilegais e redução de áreas protegidas em propriedades rurais foi mantida.

O governo anunciou, na tarde desta sexta-feira, que fará doze vetos à proposta de revogação do Código Florestal aprovada pela Câmara. O texto integral dos vetos só será divulgado na segunda, no Diário Oficial. No mesmo dia, deverá ser encaminhada à Câmara uma MP (Medida Provisória) que vai complementar a nova lei.

Em geral, as mudanças pretendem recuperar o projeto aprovado, em dezembro, pelo Senado, que mantinha anistias a quem desmatou ilegalmente, redução de áreas protegidas e incentivos a novos desmatamentos. Pelo que foi anunciado, a maior parte dos problemas foi mantida.

Ministros Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário), Izabella Teixeira (Meio Ambiente), Inácio Adams (AGU) e Mendes Ribeiro (Agricultura) fazem anúncio de alguns aspectos dos vetos, que só serão divulgados na segunda.

Com relação ao que foi aprovado pela Câmara, a MP proporá uma redução ainda maior da faixa de APP (Área de Preservação Permanente) de beira de rio para produtores rurais que tenham até dois módulos fiscais (de cinco a 80 hectares, dependendo da região).

Pela nova proposta, essa faixa passa a variar de 5 a 100 metros, de acordo com a largura do rio e o tamanho do imóvel. No texto do Senado, o parâmetro variava de 15 a 100 metros, apensas de acordo com a largura do curso de água. Na lei atual, a faixa vai de 30 a 500 metros, também segundo a largura do rio.

O texto do Senado estabelecia anistia para a recuperação de áreas de RL (Reserva Legal) desmatadas até 2008 em propriedades de até quatro módulos fiscais (saiba mais). A nova proposta, portanto, traz uma nova anistia, agora de APP, segundo o tamanho da propriedade. Outra novidade é que proprietários com mais de 10 módulos fiscais precisarão recuperar um pouco mais de suas APPs (veja tabela abaixo).

Fonte: Apresentação distribuída em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.

Na entrevista coletiva onde os vetos foram anunciados, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, negou que a proposta implique anistia. Ela afirmou que consultas feitas pelo governo a especialistas da Esalq-USP, da ANA (Agência Nacional de Águas) e da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) justificariam a redução das APPs.

Documentos publicados pela SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e pela ABC (Associação Brasileira de Ciências), nos últimos meses, no entanto, reiteram a necessidade de manter os parâmetros atuais de proteção as florestas.

Em questões como os princípios da nova lei, manguezais, veredas, áreas úmidas, topos de morros e encostas, a expectativa também é de resgate do texto votados pelos senadores (leia aqui).

Os vetos da presidenta Dilma Rousseff totalizam 32 modificações: 14 recuperam o projeto aprovado pelo Senado, em dezembro; 13 fazem adequações de conteúdo; há ainda cinco dispositivos novos.

Estratégia

O novo benefício para os pequenos produtores tem objetivo certo: quebrar resistências à MP no Congresso. “O nosso foco é dirigido ao pequeno produtor que requer o apoio governamental”, afirmou o advogado geral da União, Luís Inácio Adams.

A estratégia é arriscada porque a tramitação da proposta começa pela Câmara e deve acabar por lá. O governo já sofreu duas grandes derrotas políticas na casa, onde a bancada ruralista é mais forte, com aprovação de textos que desagradaram o Planalto. Por isso, a perspectiva é que o texto da MP seja piorado do ponto de vista da proteção ao meio ambiente.

Dilma tinha a opção de apostar num projeto de lei cuja tramitação começasse ou terminasse pelo Senado, onde sua base parlamentar é mais confiável.

Adams deu uma resposta genérica sobre como o governo pretende lidar com o risco de uma nova derrota. “Nossa compreensão é de que o texto é estruturante para o Brasil. Ele passa por um grande debate político que se travou democraticamente no Congresso Nacional e na sociedade brasileira. Temos confiança que o texto deve ser aprovado porque representa o acúmulo desse debate”, disse.

ISA, Oswaldo Braga de Souza.

(http://www.socioambiental.org/) EcoDebate, 26/05/2012

MATÉRIA 24 ECODEBATE – 26 de maio de 2012

<http://www.ecodebate.com.br/2012/05/26/veta-tudo-nao-funcionou-e-so-segunda-feira-sera- possivel-saber-o-tamanho-do-estrago-por-tania-pacheco/>

“VETA TUDO” NÃO FUNCIONOU, E SÓ SEGUNDA-FEIRA SERÁ POSSÍVEL SABER O TAMANHO DO ESTRAGO, POR TANIA PACHECO

Publicado em maio 26, 2012 por Redação

Tags: Código Florestal-floresta zero, legislação ambiental

[Racismo Ambiental] O Ministro Advogado Geral da União, Luís Inácio Adams, foi o responsável pelo anúncio inicial das decisões da Presidência em relação ao Código Florestal. Na síntese por ele apresentada, o projeto sofreu 12 vetos, dentre os quais o artigo 1, que

recompõe os princípios para a recuperação da sustentabilidade do Meio Ambientes, e o artigo 61, que envolve ao mesmo tempo as questões ambiental, produtiva e social. Além dos dois vetos, houve 32 modificações, das quais 14 recuperaram o projeto aprovado pelo Senado; cinco envolvem dispositivos novos; e 13 são ajustes ou adequações de conteúdo. Todas as alterações constarão de Medida Provisória a ser publicada na próxima segunda-feira.

A exposição mais extensa, auxiliada inclusive por projeção em data-show, foi a da Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Segundo ela, o Governo agiu a partir das seguintes diretrizes: (1) recompor o texto do Senado, preservar acordos e respeitar o Congresso; (2) não anistiar os desmatadores; (3) preservar os pequenos proprietários; (4) responsabilizar todos pela recuperação ambiental; e (5) manter os estatutos de APP e de Reserva Legal. Grande parte de que havia sido alterado pela Câmara, incluindo a proteção às APPs urbanas e aos manguezais, foi mantido conforme a redação dada pelo Senado. E as principais questões que representariam perdas caso modificadas em relação à lei atual – ligadas, entre outras as questões da proteção aos topos de morro, nascentes, matas ciliares, reservas legais e poisios –, foram mantidas como eram no Código anterior.

Os Ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, e Pepe Negrão, do Desenvolvimento Agrário também defenderam a decisão, tomada “após discussões exaustivas, envolvendo muitos especialistas”. De acordo com Pepe Negrão, não haverá anistia para ninguém, mas as recuperações deverão ser proporcionais ao tamanho das propriedades.

No debate com a imprensa, Izabella Teixeira afirmou que a decisão em relação do Código levou em consideração o respeito ao Congresso e à democracia; a segurança jurídica; a constitucionalidade; a não anistia ao desmatamento; a manutenção da proteção ambiental; a restauração do meio ambiente; e o interesse público.

Texto originalmente publicado por Tânia Pacheco, no blogue Combate ao Racismo

Ambiental

ANEXO B – Matérias publicadas no site G1 G1 24 DE MAIO DE 2011 MATÉRIA 1 G1 – 24 de maio de 2011 <http://g1.globo.com/politica/noticia/2011/05/lideres-da-base-governista-discutem-por- emenda-no-codigo-florestal.html> 24/05/2011 23h50 - Atualizado em 25/05/2011 08h25

LÍDERES DA BASE ALIADA BATEM BOCA POR EMENDA NO CÓDIGO