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Gráfico 93 Que ateliê/atividade é que gosta mais?

No documento Olívia Salomé Ribeiro Teixeira (páginas 98-101)

Ateliê de música Ateliê de costura e bordados

Passeios Ginástica

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Como podemos verificar no gráfico 93 a atividade que os idosos mais gostam de participar é a ginástica (Idoso 3: “gosto de fazer ginástica porque faz bem a tudo!”; Idoso 21: “adoro a ginástica! Porque desde nova que gosto de fazer ginástica...”; Idoso 10: “gosto muito da ginástica porque dá para a gente se mover!”; Idoso 14: “gosto de

fazer ginástica porque sei que faz muito bem!”; Idoso 5: “gosto de fazer ginástica porque consigo fazer e perceber os exercícios!” – este é o discurso de uma idosa

invisual que gosta e se esforça para participar nas atividades de animação socioculturais desenvolvidas no centro de dia). O envelhecimento acarreta muitas perdas. Portanto é essencial que os idosos continuem a manter uma vida ativa e a praticar exercício físico. Costa et al. (1999, p.121), afirmam que a prática de exercício físico é uma medida de carácter preventivo: “à medida que a idade aumenta tornam-se mais frequentes as doenças crónicas e as intercorrências agudas, sendo várias as situações em que o exercício físico regular parece ter um efeito positivo”.

De acordo com Bento (2001), quando a população idosa faz exercício físico regular, isso traduz-se em inúmeros benefícios para eles, principalmente benefícios físicos, psicológicos e sociais. A nível físico, o exercício físico regular produz: melhorias no aparelho cardiovascular, respiratório, locomotor e neurológico (Veríssimo, 1999). No que concerne aos benefícios a nível psicológico, Okuma (1997) refere que o idoso que pratica exercício físico regular apresenta caraterísticas de uma personalidade mais positiva do que o idoso que não o faz, demonstrando mais confiança em si mesmo e nas suas capacidades. Botelho e Duarte (1999), acrescentam ainda que a prática de exercício físico regular permite melhorar a auto-imagem, a auto-confiança e o auto- conhecimento, e promove ainda uma maior estabilidade emocional e alterações positivas do humor. Assim, os mesmos autores afirmam ainda que um idoso que pratique exercício físico regular consegue libertar melhor a tensão, irritação, depressão e ansiedade, factos que contribuem para um melhor bem-estar mental, uma melhor capacidade de vigilância e clareza do pensamento. Tudo isto contribuiu para que os indivíduos estejam mais recetivos para realizarem novos contactos sociais.

Em relação aos benefícios sociais, Bento (1999) afirma que a prática de exercício físico regular permite combater o isolamento e o afastamento do idoso. A prática de desporto para o idoso não pode alterar as circunstâncias sociais mas influencia a atitude positiva individual e, desta forma, coopera para a melhoria da mesma, uma vez que o torna mais confiante em si próprio (Bento, 2001). Sanfons (1999) afirma ainda que

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como a prática de exercício físico contribuiu para aumentar a disponibilidade para contactos sociais, ela também acaba por influenciar e melhorar a auto-estima dos idosos.

Verifica-se também que existe uma grande percentagem de idosos a gostar bastante do ateliê de música (25%) (Idoso 19: “adoro a sexta-feira porque temos o

atelier de música! Gosto muito dessa atividade porque gosto muito de cantar e quem canta, seus males espanta!” – esta idosa fez parte do orfeão onde cantava e também

interpretou algumas peças de teatro; Idoso 13: “gosto muito do dia da música porque passamos sempre uma tarde animada!”; Idoso 14: “gosto muito do atelier de música porque quando eu era nova andei no orfeão e cantei muitas vezes a solo!”). De acordo

com Jacob (2008, p.95) são várias as atividades que se podem fazer dentro da animação musical, como por exemplo: “canto – é a forma mais simples de expressar as emoções através da música. O canto pode ser espontâneo ou organizado, individual ou em grupo, com ou sem música. O animador deve adaptar as letras e as vozes ao grupo que tem disponível; instrumentos – aprender a tocar um instrumento é um exercício que demora muito tempo e necessita de muita prática. No entanto, a utilização de instrumentos mais simples e que requerem menos tempo de aprendizagem, como os ferrinhos, pandeireta, sinos, caixa-de-ressonância, guizos, apitos, pratos, reco-recos, maracas, cavaquinhos, pode proporcionar igualmente excelentes momentos de diversão e convívio; jogos musicais – existe uma grande possibilidade de realizar jogos a partir da música, como passar músicas e perguntar o nome do cantor e/ou da música ou que acontecimento está relacionado com esta; pôr som de um instrumento e perguntar qual é; associar uma música ou canção a um período da história (anos 20, 50 ou 80); tocar vários instrumentos perguntar quais são os mais graves ou mais agudos e outros”. Deste modo, podemos afirmar que o facto dos idosos terem a oportunidade de frequentar este atelier contribui para que eles possam fruir culturalmente no âmbito da música, uma vez que, têm a oportunidade de conhecer e experimentar novos instrumentos, cantar e relembrar músicas “do seu tempo”, fazer jogos musicais e principalmente conhecer novos estilos musicais.

Também existem alguns idosos que gostam muito dos passeios que o centro de dia organiza (20%), sendo que os idosos costumam ter uma saída semanal (como por exemplo irem passear/tomar um café/comer um gelado ao Furadouro), e costumam ter um “passeio grande” por mês (como por exemplo, visitar um museu, uma cidade, etc,) (Idoso 3: “gosto muito de ir aos passeios porque me distraiu!”; Idoso 12: “adoro ir aos

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passeios porque me divirto muito! Canto sempre no microfone do autocarro! Ó filha sou eu que faço a animação desta malta!”; Idoso 10: “gosto muito de ir passear com o centro de dia porque distraímos a cabeça e vamos ver coisas bonitas!”; Idoso 23: “gosto dos passeios! Para passear não há perna manca!”). O facto da instituição

promover saídas para o exterior é uma mais-valia para os idosos uma vez que lhes permite visitar lugares que foram e/ou são significativos para eles e também têm a oportunidade de conhecerem novos lugares. É de salientar que os idosos ficam muito entusiasmados quando vão passear com os profissionais do centro de dia.

Por fim, verificamos que 15% dos idosos gosta do ateliê de costura e bordados (Idoso 15: “gosto muito do convívio do atelier de costura!”; Idoso 20: “gosto muito de ir ao atelier de costura e bordados porque desde pequena que sou eu que faço a minha roupa!”).

Em primeiro lugar, não podemos deixar de referir que ao longo das entrevistas a maioria dos idosos afirmaram gostar de todas as atividades que são propostas pelo centro de dia (70%), (Idoso 18: “eu gosto de tudo! Pelo menos a fazer as atividades estou entretida!”).

Através da recolha de dados verificamos que o ateliê que os idosos menos preferem é o ateliê de leitura (15%), (Idoso 12: “não gosto muito do ateliê de leitura porque me dá sono!”; Idoso 10: “na leitura chega-me o sono!”). Daquilo que pudemos

observar consideramos que muitos dos idosos não gostam deste ateliê porque, como não apreciam conversar em grupo, limitam-se apenas a ouvir o que a funcionária diz/explica, o que acaba por ser um ateliê muito monótono para esses idosos. Outras

70% 10%

15% 5%

No documento Olívia Salomé Ribeiro Teixeira (páginas 98-101)