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O grafema ‘g’ em morfemas sufixais

Os resultados obtidos das análises indicam que:

- Os sufixos com o grafema ‘g’ são relativos às formas nominais (substantivos) e o sufixo “-ejar” apresenta-se com o grafema ‘j’ para as formas verbais. Nesse sentido, o traço distintivo para os sufixos onde ocorrem os grafemas ‘g’ e ’j’ é um traço morfo-grafemático.

Embora neste item, sejam apresentados apenas o morfo-grafema do nome. “-agem” - sufixo que veio do acusativo latino de “-ago, ĭnis, com a forma “agine”. Esse sufixo nominal equivale a <<ação ou resultado de ação; voragem (<latim), imagem (<latim)>>. Esse sufixo latino, também, entra para o português pelo provençal como “-atge” ou pelo francês “-age”, equivalente a <<ação ou resultado de ação; coleção; vadiagem, aprendizagem, folhagem, plumagem>>.

O sufixo “-ugem” vem para o português do latim “-ugĭne” (ĭ > Μ) = “-ugem” de forma a grafar as palavras de derivação nominal tais como: ferrugem, selvagem.

O sufixo nominal “-ugem” = <<semelhança; porção, quantidade; ferrugem (<latim), lanugem (<latim), pelugem>>.

Todavia, como “-agem”, “-ugem” são de derivação nominal e “-ejar”, e de derivação verbal, não há problemas para o uso grafemático.

3.2.1 O grafema ‘g’ em morfemas sufixais ‘-agem’ e ‘-ugem’

Os morfemas “-agem”, “-ugem” são de origem latina e seguem o uso etimológico fonético. Como se pode verificar, nas palavras abaixo:

“-agem”

3.2.1.1 “carruagem”

a) /kaΓwážΧ/ grafa o fonema /ž/ em LPO; dessa forma tem valor, pois grafa /g/ e /ž/;

b) O par comutativo entre ‘g’ e ‘j’: “gê/jê” ;

c) Nas derivações e/ou formas flexionadas, “carruagem”, é uma palavra que já entrou para o português derivada de etimologia latina e, não houve mudança do emprego do grafema ‘g’.

d) No percurso histórico da letra, o grafema ‘g’ para grafar ‘j’ ocorre no momento da palatização consonantal dos fonemas latinos velares /g, k/, quando se mantém a mesma letra do étimo para grafar a mudança fonética da velar para a palatal /ž/;

e) O grafema ‘g’ está em distribuição complementar com as vogais de forma a grafar a velar em /g + a, o, u/ e a palatal em /g + e, i/.

Os resultados obtidos das análises repetem-se em alguns itens, de forma que se tornam desnecessários, para apresentação desse resultado. A seguir, são

indicadas apenas as diferenças; por essa razão os itens não seguem a ordem alfabética.

3.2.1.2 “cartilagem”

c) Nas derivações e/ou formas flexionadas, de “cartilagem”, é uma palavra que já entrou para o português derivada de etimologia latina e, não houve mudança do emprego do grafema ‘g’.

3.2.1.3 “bagagem”

c) Nas derivações e/ou formas flexionadas, de “bagagem”, é uma palavra que já entrou para o português derivada de etimologia germânica latina via francês e, não houve mudança do emprego do grafema ‘g’.

3.2.1.4 “bronzagem”

c) Nas derivações e/ou formas flexionadas, de “bronzagem”, é uma palavra que já entrou para o português derivada de etimologia francesa via italiano e, não houve mudança do emprego do grafema ‘g’.

3.2.1.5 “clichagem”

c) Nas derivações e/ou formas flexionadas, de “clichagem”, é uma palavra que já entrou para o português derivada de etimologia germânica via francês e, não houve mudança do emprego do grafema ‘g’.

3.2.1.6 “colagem”

c) Nas derivações e/ou formas flexionadas, de “colagem”, é uma palavra que já entrou para o português derivada de etimologia latina via francês e, não houve mudança do emprego do grafema ‘g’.

3.2.1.7 “coragem”

c) Nas derivações e/ou formas flexionadas, de “coragem”, é uma palavra que já entrou para o português derivada de etimologia latina via francês e, não houve mudança do emprego do grafema ‘g’.

c) Nas derivações e/ou formas flexionadas, de “passagem”, é uma palavra que já entrou para o português derivada de etimologia latina via francês e, não houve mudança do emprego do grafema ‘g’.

3.2.1.9 “vantagem”

c) Nas derivações e/ou formas flexionadas, de “vantagem”, é uma palavra que já entrou para o português derivada de etimologia latina via francês e, não houve mudança do emprego do grafema ‘g’.

3.2.1.10 “acoplagem” “g” grafa /ž/ em LPO.

c) Nas derivações e/ou formas flexionadas, de “acoplagem”, é uma palavra que já entrou para o português derivada de etimologia francesa e, não houve mudança do emprego do grafema ‘g’.

3.2.1.11 “aeragem”

c) Nas derivações e/ou formas flexionadas, de “aeragem”, é uma palavra que já entrou para o português derivada de etimologia francesa e, não houve mudança do emprego do grafema ‘g’.

3.2.1.12 “defasagem”

c) Nas derivações e/ou formas flexionadas, de “defasagem”, é uma palavra que já entrou para o português derivada de etimologia francesa e, não houve mudança do emprego do grafema ‘g’.

3.2.1.13 “embalagem”

c) Nas derivações e/ou formas flexionadas, de “embalagem”, é uma palavra que já entrou para o português derivada de etimologia latina via francês e, não houve mudança do emprego do grafema ‘g’.

3.2.1.14 “embreagem”

c) Nas derivações e/ou formas flexionadas, de “embreagem”, é uma palavra que já entrou para o português derivada de etimologia latina via francês e, não houve mudança do emprego do grafema ‘g’.

3.2.1.15 “agiotagem”

c) Nas derivações e/ou formas flexionadas, de “agiotagem”, é uma palavra que já entrou para o português derivada de etimologia italiana via francês e, não houve mudança do emprego do grafema ‘g’.

3.2.1.16 “selvagem”

c) Nas derivações e/ou formas flexionadas, de “selvagem”, é uma palavra que já entrou para o português derivada de etimologia latina e, não houve mudança do emprego do grafema ‘g’.

e) Segundo Torinha (1937) silvātĭcus, a, um [silva], que vive nas florestas, silvestre.

3.2.1.17 “viagem”

c) Nas derivações e/ou formas flexionadas, de “viagem”, é uma palavra que já entrou para o português derivada de etimologia latina e, não houve mudança do emprego do grafema ‘g’.

e) Segundo Torrinha (1937) viātĭcum e viātĭca, ōrum [viaticus], provisões de viagem, dinheiro para a viagem.

3.2.1.18 “carriagem”

c) Nas derivações e/ou formas flexionadas, de “carriagem”, é uma palavra que já entrou para o português derivada do catalão antigo e, não houve mudança do emprego do grafema ‘g’.

“-ugem”

3.2.1.19 “ferrugem”

c) Nas derivações e/ou formas flexionadas, de “ferrugem”, é uma palavra que já entrou para o português derivada de etimologia latina e, não houve mudança do emprego do grafema ‘g’.

c) Nas derivações e/ou formas flexionadas, de “imagem”, é uma palavra que já entrou para o português derivada de etimologia latina e, não houve mudança do emprego do grafema ‘g’.

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