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Grelha de análise – Entrevista 2 (Entrevistado B)

Categoria de análise Síntese do conteúdo Excertos das entrevistas Caraterização dos entrevistados (Idade/Profissão/Formação escolar/académica) 30 Anos Personal Trainer Licenciado em Ciências do Desporto e Pós graduação em medicina Desportiva “30”

“Sou personal trainer.” “Licenciatura em Ciências

do Desporto, uma pós graduação depois em Reabilitação e Medicina

Desportiva.” Formação Musical Sem formação formal,

marcado pelo autodidatismo.

“Oficial… nenhuma só mesmo por autodidatismo” Tipos de competências/atividades musicais Algumas noções de guitarra e piano. Compositor e produtor.

“Eu tocar, tocar… Sei dar uns acordes, sei como se

toca, sei como se toca piano também, sei dar acordes no piano, ou no órgão, agora não sei tocar,

não consigo tocar uma música completa. Sei como se toca, e sei como

construir. É mais como produtor do que propriamente como executante. Mais no ramo

da eletrónica sempre.” Utilização da tecnologia Dependência exclusiva de

tecnologia. Compõe e produz todas as suas obras

através da utilização do hardware (computador) e

software (DAW, instrumentos virtuais e

efeitos)

“Sim… Sim… Já usei, eu comecei pelo software só, porque o hardware para conseguires ter os meios…

O hardware que usei para produzir, para compor, foi o computador… não deixa de ser hardware… não é? Mas se estivermos a falar

de um compressor, se estivermos a falar de um

reverb físico, hardware puro… não. Não utilizava nada disso… já utilizei, já

vi como se utiliza, percebo como se utiliza mas não

fez parte da minha, da minha formação inicial estar a ter um compressor,

ler o manual e perceber como funcionava, foi tudo

a nível de software. Acabas por mexer mas

estás a mexer no software.“ Representações sobre a

tecnologia no âmbito da criação artística musical

Existem diferenças entre software e hardware, mas

considera-as cada vez menores. Vê a tecnologia tanto com pontos positivos

como negativos.

“Claro que o hardware ou o software, especialmente o hardware, pode dar um toque diferente, por causa

daquele compressor a válvulas ou daquele reverb

que toda a gente conhece ou aquele amplificador de

guitarra que toda a gente conhece aquele som

característico, sem dúvida… Mas no processo

de criação da música, tu podes ter isso tudo e fazer

uma música má. Outra pessoa pode ter só software e fazer uma música muito boa e vice- versa. Então o que eu acho disso é que não deve haver fundamentalismo cada um deve utilizar aquilo que se sente mais confortável e que sabe que vai resultar com ele e que lhe vai permitir fazer uma boa

música no final.” “Sendo muito sincero… O mais negativo do software

é o seguinte. Todos sabemos que o software acaba por ter um custo um

por muitas vezes os maios de acesso ao software serem muito mais fáceis do que ao hardware. Então

imaginemos, tu compras um compressor, físico. Tu

deste 2000€, ou um valor qualquer, vais ter o compressor em casa, vais

ligar e dizes assim, eu comprei este compressor,

agora vou ler o manual todo, porque isto foi um investimento, eu tenho que

saber como isto se utiliza, eu tenho de rentabilizar

isto. Vais ler, vais aprender e saber mais sobre o compressor, sobre o processo de compressão.

Enquanto no software não é bem assim, consegues ter

acesso a muitos equipamentos de software,

muitos meios para compressores e reverbs e

isto e aquilo e o que acontece é que acabas por

banalizar aquilo. Vês muitos botões, não percebes muito bem… isto

é muito complicado e passas para outro, ou passas para os nativos que

vêm com o programa que usas para produzir e o que acontece é que acabas por banalizar. Acho que esse é

o principal defeito.” “Ainda hoje imaginava

esta situação, estava a olhar para a minha musica

e a imaginar, aquelas mesas de mistura, que do

ponto de vista têm vários parâmetros, varias frequências e tu estás ali a

ouvir uma tarola, um bombo, um piano e estás a

equalizar e a sentires com a tua mão, vou dar um bocadinho mais aqui ou ali… é diferente… a parte

tátil, de tu sentires… aqui precisa de mais ali precisa de menos. É diferente tu estares em conexão com o

computador.” “O que acontece hoje em

dia. Tu sem teres um estúdio com uma bateria,

com 10 ou 20 guitarras diferentes, uma fender ou uma Gibson outra não sei quê… sem baixos… tu hoje consegues ter isso

tudo dentro do teu computador. Basta teres uns monitores e uma sala minimamente bem tratada do ponto de vista acústico e já consegues fazer uma

coisa de muito boa qualidade, que se calhar não conseguias nos anos 80 por exemplo com um estúdio todo XPTO.” “Exatamente! Sempre pela

tecnologia, uma pasta de Dropbox com tudo lá

dentro e tal, olha eu adicionei mais uma coisa ao projeto, vai ouvir… É

muito deste género.“ Caraterização dos

consumos

Consumo variado, ao longo do tempo foi

“Eletrónica neste momento o que ouço mais é tecno. E

estando mais associado a estilos de música eletrónica. Neste momento

é um consumo mais variado.

já nem ouço muita eletrónica, é curioso. Estou

a produzir, fui a um festival à pouco tempo, ao

neopop, mas não… em casa agora, às vezes gosto

de ir ao top 10, ver como estão os estilos, se ainda

estamos no mesmo subestilo a reinar ou não,

mas é curioso eu ouvir, ouvir, no carro… vais ao

meu carro e eu só tenho rock alternativo especialmente… Techno The last shadow puppets,

tenho Nothing But Thieves, mais velhos, os

Red Hot, tenho Artic Monkeys. Eu ando muito numa de rock alternativo. Acaba por ser um pouco por fases. Eu tanto ando numa de rock alternativo

como de um momento para o outro estou em casa

e dependendo do meu estado mental, posso meter

uma quizomba. Não é uma coisa… é muito diferenciado tu ouvires uma quizomba ou um rock alternativo ou uma musica

chillout ou uma musica eletrónica. Acho que é aí

que o pessoal tem dificuldade em perceber e

aceitar as diferenças que uma pessoa… que uma pessoa possa no mesmo dia ouvir Quizomba e Jazz. Porque também me

acontece… Acho que as pessoas tem é de perceber… e é muito

difícil imaginar que se goste de uma música de Tony Carreira, acho que o

que temos de perceber é que não se trata sempre de comparar as músicas, ou a musicalidade… Os estados mentais de cada uma das músicas ou o que a pessoa sente a ouvir cada uma das músicas, porque estar a ouvir um tecno agressivo ou estar a ouvir um jazz ou

uma quizomba que não tem nada a ver, em termos

da musica não tem nada a ver, mas não é isso que está em questão é o estado

mental, é o que a pessoa sente, é o que ela quer sentir. Há dias e dias, há dias que gostas de ouvir uma coisa e dias que não e

vais ouvir outra.” Circunstâncias/modo de

consumo

O consumo acontece quase sempre em simultâneo

com uma outra tarefa.

“Eu estou sempre a ouvir música, ouço em casa, no

carro sempre a ouvir música, tenho sempre os meus álbuns, a minha pen,

estou sempre a ouvir coisas diferentes, coisas

novas, sempre a tentar descobrir porque há tanta

música, e é ai que consumo mais música. Às

vezes a treinar também, a treinar, alguma música

com headphones…” “Isso é curioso, eu só ouço

música a fazer outras coisas, não reservo propriamente momentos

para estar quieto imaginemos deitado ou

sentado a ouvir música. Eu ouço música sempre que estou a fazer alguma coisa.

O que acontece é que às vezes gosto tanto da música que me leva a deixar de estar a fazer o que estava inicialmente a fazer e já estou é a cantar ou tentar cantar a música ou a cantarolar e até me

esqueço do que estou a fazer. Mas é curioso que

nunca ou é raro os momentos, acontece por

vezes, mas…” “Acho que se devem muito

à nossa geração multitasking. Acho que hoje em dia ninguém está

só a comer. Ou ninguém está só a ouvir música, ou

ninguém está só a conversar.” “Claro… Claro… principalmente nos homens que só fazem uma

coisa de cada vez, mas claro que se perde. Mas o

que acontece é que acho que depende dos dias e dos

estados em que estás. Eu por exemplo… eu esqueci-

me, agora não tenho feito tanto, o que fazia muitas vezes era colocar música mais chillout e coisas do género quando me virava

para o lado para adormecer, num volume

muito baixinho e aí sim ouvia cada detalhe da

detalhe e acabava eventualmente por adormecer assim. Mas era

só musica chillout e antes de dormir.”

Influência do consumo sobre a criação musical

Influencia limitada pelas suas competências técnicas. Expressa a vontade de fazer essa ponte entre as influências

musicais e alguns elementos das suas obras.

“Vou-te ser sincero. Não transparece tanto porque não tenho competências musicais a esse nível. Se

tivesse acho que iria transparecer e muito. Por

exemplo eu estou a falar do ponto de vista consciente, eu não sei se

do ponto de vista inconsciente se ouvires

uma coisa e outra eu conseguirei fazer ligações.

Mas eu penso que… acho que não. Se bem que alguns pads ou algumas coisas consegues ir buscar

algumas coisas do que eu ouço mas acho que não transparece mais, que era

algo que eu gostaria de fazer, um cruzamento, não do ponto de vista, como ei de dizer, do ponto de vista estanque. Não vou meter uma guitarra assim eu vou meter uma assim também.

Mas do ponto de vista sentimental, passar esta mensagem nesta música com um género muito diferente. Acho que isso faz sentido e se calhar em

algum ponto talvez consiga, mas se calhar são

influências de coisas que não tem nada a ver com

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