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A Tabela 3 apresenta a quantidade de indivíduos amostrados nos dois métodos aplicados, considerando-se os grupos ecológicos. Nessa tabela, pode-se observar, que em termos percentuais, os dois métodos de amostragem apresentaram resultados com pequenas diferenças.

Enquanto nas parcelas as espécies pioneiras (P) significaram 12,14% das espécies e 3,47% dos indivíduos, nos quadrantes estas representaram 11,58% das espécies e 3,46% do total de indivíduos vivos amostrados. Dados semelhantes também foram observados por Tabanez (1997) e Viana e Tabanez (1996), em fragmentos de floresta estacional semidecidual na região de Piracicaba. Segundo Martinez-Ramos (1985), em florestas maduras estas espécies têm maior probabilidade de serem encontradas apenas em grandes clareiras, formadas a partir de distúrbios naturais, as quais ocupam apenas cerca de 1 a 2% das áreas das florestas. Apesar disso, poucas espécies que inicialmente são beneficiadas por estas perturbações continuam a exercer um alto grau de dominância local (Nascimento et al. 2000).

Tabela 3. Número e percentual de espécies e indivíduos amostrados na floresta da Estação Ecológica do Caetetus, Gália – SP., considerando-se os Grupos Ecológicos (GE). P = espécies pioneiras; H = não pioneiras heliófitas; U = não pioneiras umbrófilas; UH = não pioneiras umbrófilas quando jovem

Método de Quadrantes Método de Parcelas

GE Esp. Esp. (%) Indiv. Indiv. (%) Esp. Esp. (%) Indiv. Indiv. (%) P 11 11,58 44 3,46 17 12,14 248 3,47 H 34 35,79 231 18,16 45 32,14 1249 17,48 U 24 25,26 841 66,12 33 23,57 4616 64,57 UH 21 22,20 146 11,47 28 20,00 941 13,16 S 5 5,26 10 0,78 17 12,14 93 1,31

Com relação às heliófitas (H), exigentes de luz em todas as fases do desenvolvimento, estas significaram 32,14% das espécies e 17,48% dos indivíduos amostrados nas parcelas e 35,79% das espécies e 18,16% dos indivíduos amostrados nos quadrantes. A presença do número pequeno de indivíduos dessas espécies aponta na direção de uma floresta madura. De acordo com Rodrigues (1992), as espécies secundárias iniciais aparecem freqüentemente em destaque na floresta estacional semidecidual, sendo tal fato geralmente atribuído ao histórico de perturbação desta formação.

As espécies umbrófilas (U) significaram 23,57% das espécies e 64,57% dos indivíduos nas parcelas e 25,26% das espécies e 66,12% dos indivíduos amostrados pelo método de quadrantes. Há que se considerar que entre essas espécies está a Metrodorea

nigra, que representou 45,49% daqueles amostrados por parcelas e 47,65% do total de

indivíduos amostrados por quadrantes. Quanto às umbrófilas jovens (UH), estas representaram 20% das espécies e 13,16% dos indivíduos selecionados nas parcelas e 22,10% das espécies e 11,47% dos indivíduos amostrados nos quadrantes.

Percebe-se, através dos dados a cima, que em termos percentuais, não houve diferenças marcantes entre os resultados dos dois métodos aplicados.

A proporção entre o número de espécies mais dependentes de luz e aquelas mais umbrófilas apresentou-se equilibrada, sendo as heliófitas (P + H) 47,37% nos quadrantes e 44,28% nas parcelas, enquanto as umbrófilas (UH + U) representaram 47,63% nos quadrantes, contra 43,57% nas parcelas. Entretanto, esse equilíbrio não se manteve em relação ao número de indivíduos pertencentes a essas espécies. Se por um lado, os indivíduos das espécies heliófitas representaram 20,77% das árvores amostradas nos quadrantes e 20,95% nas parcelas, por outro lado, as espécies mais tardias (mais dependentes de sombra) representam a maioria, com 77,82% e 77,73% do total de indivíduos amostrados nos quadrantes e nas parcelas respectivamente.

O caráter tolerância à sombra é um parâmetro fundamental na classificação das espécies arbóreas tropicais, quanto ao estádio sucessional. A proporção entre indivíduos de espécies umbrófilas e heliófitas reflete, sobretudo o estádio sucessional em que se encontram as florestas (Durigan & Leitão-Filho, 1995; Mantovani, 20022). Assim, tomando-se como base os resultados obtidos pela amostragem dos dois métodos, onde a maiorias dos indivíduos existentes na floresta pertencem a espécies mais dependentes de sombra em pelo menos uma fase do seu desenvolvimento, pode-se inferir que a área objeto deste estudo é coberta por floresta madura.

A proporção de indivíduos amostrados pelos dois métodos na composição da estrutura vertical da floresta é apresentada na Figura 12. Como já era esperado, nos dois métodos observou-se que a maioria das árvores está localizada nos estratos inferior e médio. O estrato inferior, foi melhor amostrado, percentualmente, pelo método das parcelas, onde foi representado por 72,24% dos indivíduos estudados, contra 69,26% nos quadrantes. Os outros estratos foram mais amostrados pelo método de quadrantes.

Os dados referentes à distribuição dos indivíduos pertencentes aos grupos ecológicos, conforme a posição vertical, são apresentados nas Figuras 13 e 14. Para os dois métodos, os indivíduos das espécies umbrófilas (U) foram observados em maior quantidade nos estratos inferiores. Nas parcelas, essas espécies predominaram com

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78,23% do sub-bosque e 32,82% dos indivíduos observados no estrato médio. Pelo método dos quadrantes, o predomínio das espécies umbrófilas foi ainda maior, com 81,72% dos indivíduos do sub-bosque e 39,79% do estrato médio.

Entre as árvores mais altas, notou-se a presença de mais indivíduos das espécies não pioneiras heliófitas (H), onde, nas parcelas, seus indivíduos representaram 68,75% do dossel e 63,83% das emergentes. Nos quadrantes, os indivíduos dessas espécies representaram 67,74% do dossel e 64,28% das emergentes. Ao contrário da hipótese da contribuição dos períodos de deciduidade na época seca, que resultaria em maior luminosidade do sub-bosque, e que conseqüentemente favoreceria a presença de indivíduos dessas espécies (Gandolfi et al., 1995; Morellato e Leitão-Filho, 1995), no presente estudo, a participação das heliófitas no sub-bosque é pequena, 7,84% nas parcelas e 6,70% nos quadrantes.

As não pioneiras umbrófilas (UH), participam com 16,93% no dossel e 21,28% das emergentes, nas parcelas, e com 21,05% dos indivíduos do dossel e 14,28% das emergentes, nos quadrantes.

0 20 40 60 80 posição vertical n° de indivíduos (%) Parcelas 72,24 20,16 6,93 0,66 Quadrantes 69,26 22,33 7,31 1,1 I M D E

Figura 12 - Proporção dos indivíduos amostrados (%) nos estratos, pelos métodos de parcela e quadrantes na floresta da Estação Ecológica dos Caetetus – Gália, SP. I = Estrato inferior (sub-bosque); M = estrato médio; D = Dossel; E = Árvores emergentes

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 I M D E posição vertical n° de indivíduos (%) P H U UH s/c

Figura 13 - Percentual de indivíduos vivos amostrados pelo método de parcelas na floresta da Estação Ecológica do Caetetus, Gália – SP., considerando-se os grupos ecológicos (onde P = espécies pioneiras; H = não pioneiras heliófitas; U = não pioneiras umbrófilas; UH = não pioneiras umbrófilas quando jovem), e a estrutura vertical, onde ; I = Inferior (subosque); M = Médio, D = Dossel; E = Emergentes 0 20 40 60 80 100 I M D E posição vertical n° de indivíduos (%) P H U UH s/c

Figura 14 - Percentual de indivíduos vivos amostrados pelo método de quadrantes na floresta da Estação Ecológica do Caetetus, Gália – SP., considerando-se os grupos ecológicos (onde P = espécies pioneiras; H = não pioneiras heliófitas; U = não pioneiras umbrófilas; UH = não pioneiras umbrófilas quando jovem), e a estrutura vertical, onde ; I = Inferior (sub-bosque); M = Médio, D = Dossel; E = Emergentes