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EDITAL DE INTIMAÇÃO COM PRAZO DE 90 (NOVENTA) DIAS

O DOUTOR PAULO ALBERTO SARNO, JUIZ FEDERAL DA QUINTA VARA FEDERAL DE

presente edital virem ou dele tiverem notícia que por este Juízo e respectiva Secretaria tramitam os autos do processo criminal nº 0000171-59.2010.403.6119, em que o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL move em face de JOSEFINA NOEMI GURMENDI RUIZ, peruana, filiação não informada, documento de identidade peruano nº DNI nº 09574752, denunciada pelo Ministério Público Federal, em 10.02.2010, como incursa no artigo 297 c/c com o artigo 304, ambos do Código Penal. E como não foi possível encontrar a ré, pelo presente, INTIME-A acerca do teor da r. decisão proferida à fl. 371 que segue:

A despeito do endereço fornecido pelo consulado do Peru às fls. 368/369, idêntico ao endereço informado pelo consulado em 2010 (fl. 225), entendo que o presente caso comporta a decretação da revelia, nos termos do art. 367 do CPP. Posta em liberdade a acusada firmou, em 18.11.2010, termo de compromisso e comparecimento perante o Juízo do 6º Ofício Criminal da Comarca de Guarulhos-SP, comprometendo-se a comparecer a todos os atos do processo, sempre que intimada, não podendo mudar-se de residência sem prévia permissão da autoridade Judiciária, nem se ausentar por mais de oito dias de sua residência, sem comunicar o Juízo o lugar onde será encontrada (fl. 288). Em 21 de dezembro de 2010 a ré compareceu em Juízo informando seu novo endereço (fl. 293). Em 08 de agosto de 2012 o Sr. oficial de justiça certificou que não localizou a denunciada no endereço informado. Logo, a acusada mudou-se de endereço sem comunicar este Juízo. Dessa forma, decreto a revelia da ré nos termos do disposto no art. 367 do CPP. Designo o dia 16 de janeiro de 2014, às 14 horas para realização da oitiva das testemunhas arroladas pela defesa. Caso a acusada compareça em Juízo, nessa data, fica desde já designada também a realização do seu interrogatório. Por cautela, em homenagem aos princípios do contraditório e da ampla defesa, intime-se a ré por edital acerca desta decisão. Intimem-se.

E para que chegue ao conhecimento de todos, e da ré, por estar em lugar incerto e não sabido, mandou o MM. Juiz Federal que se expedisse o presente EDITAL, o qual será afixado no local de costume e publicado na Imprensa Oficial. Guarulhos, 19 de setembro de 2013. Eu (________), Marcos José Lopes Simioni, Analista Judiciário, RF 6850, digitei. E eu (_________), Mara Denise Duarte Diniz Teruel, Diretora de Secretaria, conferi.

PAULO ALBERTO SARNO Juiz Federal

A DOUTORA BARBARA DE LIMA ISEPPI, JUÍZA FEDERAL SUBSTITUTA DA QUINTA VARA

FEDERAL DE GUARULHOS - 19ª SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO, FAZ SABER a todos que o presente edital com o prazo de 90 (noventa) dias virem ou dele tiverem notícia que por este Juízo e respectiva Secretaria tramitam os autos do processo criminal nº 0010743-40.2011.403.6119, em que a JUSTIÇA PÚBLICA move em face de CÍCERO DE OLIVEIRA, brasileiro, agricultor, filho de Raimunda Maria de Oliveira, nascido aos 17/05/1980, natural de Cajazeiras/PB, portador da cédula de identidade RG nº 51625469 e de JAILSON FERREIRA DA SILVA, brasileiro, ajudante geral, filho de Edinaldo Abel da Silva e de Maria José Ferreira, nascido aos 24/12/1984, natural de Cortes/PE, denunciados pelo Ministério Público Federal, em 07/11/2011, como incursos no artigo 155, 4º, inciso IV, c/c artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal. E como não foi possível encontrar os réus, pelo presente, INTIME-OS acerca do teor da sentença proferida às fls. 156/163vº que segue:

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL oferece denúncia em face de CÍCERO DE OLIVEIRA e JAILSON FERREIRA DA SILVA, aos quais imputa a conduta descrita no art. 155, 4º, IV c/c o artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal. Segundo a denúncia em 13 de outubro de 2011, unidos com desígnios de vontade, os acusados tentaram subtrair coisa alheia móvel consistente em fios do sistema de iluminação da Rodovia Hélio Smidth, s/n, após terem cortado a rede elétrica pertencente à INFRAERO em doze pontos, equivalentes à doze postes de iluminação, utilizando-se de facas de serra e um ferro de construção no formato de pé de cabra.De acordo com a inicial acusatória, ao iniciarem a retirada dos fios, CÍCERO DE OLIVEIRA e JAILSON FERREIRA DA SILVA foram surpreendidos por policiais militares que haviam sido acionados sobre a ocorrência do fato delituoso pela INFRAERO, oportunidade na qual restaram presos em flagrante. Assim, nas palavras do Parquet, o furto não se consumou por circunstâncias alheias à vontade desses.A denúncia (fl. 58/59), acompanhada dos autos de inquérito em apenso (fls. 02/57) foi recebida em 09 de novembro de 2011, por meio da decisão de fl. 61. Foram arroladas duas testemunhas pela acusação. A prisão preventiva dos acusados foi revogada, conforme decisão de fls. 108/113.Citados os acusados (fl. 88), diante da não apresentação de resposta procedeu-se à nomeação da Defensoria Pública da União para a defesa (fl. 94), a qual apresentou resposta á acusação às fls. 101/102, pugnando pela aplicação do princípio da insignificância. Foram arroladas as mesmas testemunhas indicadas pela

acusação.O Ministério Público se manifestou às fls. 104/105, informando não ser o caso de oferecimento da suspensão condicional do processo. Em decisão de fls. 115 rejeitou-se a absolvição sumária doa réus, designando- se audiência.As certidões de fls. 130 e 137 informaram estarem os acusados em lugar incerto e não sabido, motivo pelo qual procedeu-se à intimação para a audiência por edital, fls. 142.Aos 26 de março de 2013 realizou-se audiência de instrução, ouvindo-se as testemunhas PAULO ROBERTO CASTELA e MARCO ANTÔNIO VELLANI, fls. 151/154.Instadas as partes a se manifestarem nos termos do artigo 402 do CPP, nada foi requerido (fl. 150).Em sede de memoriais, o Ministério Público Federal oficiou pela condenação dos acusados, ante a constatação da autoria e materialidade do delito previsto no artigo 155, 4º, IV, do mesmo artigo (furto com concurso de agentes) e com o artigo 14, inciso II, todos do Código Penal (causa de diminuição de pena decorrente da tentativa) (fl. 150). A defesa apresentou memoriais orais, registrados na mídia audiovisual de fls. 154,

afirmando não haver questionamentos sobre a autoria e materialidade. Assim, pugnou pela aplicação do princípio da insignificância, diante da inexpressiva lesão causada ao bem jurídico afetado, de não se tratar de crime contra a Administração Pública e estarem presentes os demais requisitos para a incidência deste. Ainda, em sendo furto qualificado pelo concurso de pessoas, requereu a aplicação analógica do artigo 157, 2º, para que tal circunstância seja considerada mera causa de aumento de pena e não qualificadora. Caso considerada qualificadora, requereu a aplicação do artigo 155, 2º para a aplicação do furto privilegiado, necessário a diminuir a pena em seu patamar máximo. Pediu a aplicação da pena mínima na dosimetria e redução pela tentativa em seu patamar máximo. Antecedentes criminais dos acusados juntados às fls. 66, 76 e 91 (réu CÍCERO) e 78, 80, 82 e 92 (réu JAILSON).Eis o relatório. Fundamento e DECIDO. Inicialmente, mister consignar estarem presentes os elementos do devido processo legal, não havendo prejuízos aos ditames constitucionais. Na ausência de preliminares a serem analisadas, passo ao exame do mérito. DO MÉRITOExaminados os autos e os elementos instrutórios coligidos, verifico proceder a denúncia, pois há prova da materialidade e de autoria necessária a concretizar a pretensão punitiva estatal em face do acusado.I- Da materialidadeA materialidade do delito previsto no artigo 155, 4º, IV, c/c o artigo 14, inciso II, todos do Código Penal, restou demonstrada pelos documentos constantes no inquérito policial que instrumenta a presente ação, assim como pelas provas produzidas em juízo, dentre as quais se destacam: auto de prisão em flagrante (fl. 02/03), auto de apresentação e apreensão (fls. 09/10), Laudo de Perícia Criminal n. 4310/2011-NUNCRIM/SETEC/SR/DPF/SP elaborado pelo Núcleo de

Criminalística da Polícia Federal do Estado de São Paulo (fls. 28/30), o qual atesta ter se dado a perícia ao longo da Rodovia Helio Smidth, tendo sido encontradas 13 (treze) caixas de concreto no chão, ao lado de postes de iluminação, com suas respectivas tampas removidas e cabos cortados no interior.Reforçam, igualmente, a

comprovação da materialidade delitiva os depoimentos judiciais das testemunhas PAULO ROBERTO CASTELA e MARCO ANTÔNIO VELLANI (policiais militares), categóricos em atestar a existência do crime, conforme registrado na mídia de fl. 154.O tipo penal imputado aos réus está assim descrito no Código Penal:Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.(...) 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:(...) IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.Art. 14. Diz-se o crime:(...)II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.II - Da autoria e do doloDemais do Auto de Prisão em Flagrante, as testemunhas comuns - policiais militares que efetuaram as prisões em flagrantes e presenciaram as subtrações- confirmaram em audiência o quanto dito em sede do Inquérito.Na fase policial PAULO ROBERTO CASTELA e MARCO ANTÔNIO VELLANI, policiais militares responsáveis pela prisão em flagrante dos acusados CÍCERO DE OLIVEIRA e JAILSON FERREIRA DA SILVA, imputaram aos réus a prática delitiva. Afirmaram ter avistado CÍCERO e JAILSON no local, sendo que CÍCERO cortava e puxava os fios, com uma faca, havendo diversas caixas de eletricidade abertas ao longo da rodovia. Declararam que na oportunidade CÍCERO informou ter tirado a fiação para seu sustento, enquanto JAILSON declarou ter sido conduzido ao local pelo parceiro, para buscar um negócio, sic (fl. 03/04). Em juízo a testemunha PAULO

ROBERTO CASTELA, em seu depoimento registrado na mídia de fl. 154, disse recorda-se dos fatos e ratificou o depoimento prestado perante a autoridade policial à fl. 04, nas proximida

des com a Avenida Monteiro Lobato, local onde há um ponto de ônibus. Que se tratavam de caixas com fiação de postes de iluminação que até a data de hoje se encontram sem iluminação. Foram subtraídos fios. Que surpreendeu os acusados atrás do ponto de ônibus. Que o primeiro foi flagrado na debruçado sobre a tampa da caixa, agachado com uma faca de serra na mão, inclusive estava com a ponta do dedo queimada, tendo confirmado que quando cortava a fiação elétrica chegou a levar um choque. Este cortava, puxava os fios e o segundo ficava recolhendo os fios e colocando em carrinhos de supermercado, no qual já havia outros objetos. MARCO ANTÔNIO VELLANI, em seu depoimento registrado na mídia de fl. 154, disse recordar-se dos fatos, confirmando o depoimento prestado perante a autoridade policial às fls. 02/03, informando que foi acionado pela INFRAERO, hoje GRU Airport via posto da PM e se dirigiu à Rodovia Helio Smidth e surpreendeu os acusados agachados, um deles estava puxando o fio e cortando, puxando com a mão. Que a justificativa dada na data foi a necessidade de comprar

foram mais encontrados, não comparecendo à audiência (fl. 150), os acusados foram ouvidos em sede policial, conforme fls. 05/06. Tanto CÍCERO DE OLIVEIRA como JAILSON FERREIRA DA SILVA se valeram do direito constitucional de permanecer em silêncio, nada tendo informado sobre os fatos. Na situação dos autos, verifica-se ser o acervo probatório suficiente para se chegar a conclusões convincentes sobre a autoria imputada aos réus, comprovadas pela própria prisão em flagrante e pelos depoimentos prestados pelos policiais militares que avistaram os réus cortando os fios de eletricidade. Tanto é que a autoria sequer foi contestada pela defesa.Não prospera a tese de aplicação do princípio da insignificância requerida pela Defensoria Pública da União.Com efeito a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do HC 84.412/SP, de relatoria do Ministro CELSO DE MELLO, concluiu que a incidência do princípio da insignificância enseja a presença de quatro vetores, a saber: a) a mínima ofensividade da conduta do agente; b) nenhuma periculosidade social da ação; c) o

reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada, tal como bem ressaltou a defesa em seus memoriais. Inicialmente deve-se asseverar que na espécie não se informou nos autos o valor da res furtiva (fios de eletricidade), não se podendo presumir ser de valor ínfimo, haja vista se tratar de 13 (treze) postes com fiação cortada (Laudo de Perícia Criminal n. 4310/2011-

NUNCRIM/SETEC/SR/DPF/SP às fls. 28/30), além de ter afirmado a testemunha que os fios estavam sendo carregados em um carrinho de supermercado (mídia de fl. 154). Do mesmo modo não se pode dizer ser de reduzidíssimo grau de reprovabilidade o comportamento dos réus ou mínima a ofensividade das condutas, haja vista os cortes dos fios de iluminação pública que pretendia subtrair, terem produzido, com as condutas, danos à coletividade e ao Poder Público, mormente diante da constatação de não ter havido o conserto dos fios, estando a rodovia carente de luminosidade até a presente data, conferir mídia de fl. 154.Ora, é notória a importância da Rodovia Helio Smidth, que liga o maior aeroporto do país às outras duas rodovias, uma estadual e outra federal, além de consistir em um dos principais acessos ao próprio Município de Guaurlhos. O local do crime, conforme narrado pelo Laudo de Perícia Criminal n. 4310/2011-NUNCRIM/SETEC/SR/DPF/SP elaborado pelo Núcleo de Criminalística da Polícia Federal do Estado de São Paulo às fls. 28/30, encontra-se perto à alça de acesso do viaduto CECAP/Avenida Monteiro Lobato, localidade deserta à noite, cuja luminosidade afeta a segurança de milhares de pessoas que por ali circulam, revelando a periculosidade social da ação.O fato de não ter havido reparação do ano após DOIS ANOS dos fatos denota também a dificuldade encontrada pelo Poder Público para efetuar tais consertos, afastando ainda mais a insignificância da ação. Fosse a reparação ínfima, não estaria a situação idêntica após tamanho lapso temporal. Destarte, o valor econômico da coisa furtada não é o único vetor a determinar a aplicação do princípio da insignificância, conforme já decidiu a jurisprudência:HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. DESCABIMENTO. FURTO QUALIFICADO. ESCALADA. ATIPICIDADE DA CONDUTA. IMÓVEL DESOCUPADO PARA LOCAÇÃO. REMOÇÃO DA FIAÇÃO ELÉTRICA. REPROVABILIDADE DA CONDUTA. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.

INAPLICABILIDADE. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. (...) O valor do bem furtado - 30 (trinta) metros de fiação elétrica, avaliados em R$ 50,00 (cinquenta reais) - não é o único vetor a ser considerado para a aplicação do referido princípio, pois o prejuízo causado à vítima não foi unicamente o custo dos fios, mas também àquele que o proprietário irá amargar para refazer a parte elétrica danificada e colocar novamente o bem apto à locação, despesa que, em regra, supera em muito o valor do bem subtraído. - Há evidente carga de reprovabilidade na conduta do paciente. Isso porque, compulsando os autos, observa-se que o paciente adentrou, mediante

escalada, em uma propriedade privada desocupada, posta a locação e iniciou a subtração da fiação elétrica que se encontrava no forro do local, sendo interrompido pela atuação policial. - A conduta do paciente revela lesividade mais que suficiente para justificar uma persecução penal, pois a subtração do bem, da forma como exposto pelas instâncias originárias, não deve ser tratada como um indiferente penal, na medida em que a falta de repressão a tais condutas representaria verdadeiro incentivo a pequenos delitos. - Dessa forma, não atendido o requisito do reduzido grau de reprovabilidade do comportamento do paciente, não há como reconhecer a atipicidade material da conduta pela aplicação do princípio da insignificância. Habeas Corpus não conhecido. (STJ, HABEAS CORPUS 223497, Relatora MARILZA MAYNARD (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/SE), Órgão julgador: 5ª Turma, Fonte: DJE, Data: 10/05/2013). Grifo nosso.Igualmente não prospera a tese defensiva para aplicar-se a majorante do 2º do art. 157 do CP, relativa ao crime de roubo, ao invés da qualificadora prevista pelo 4º, inciso IV do art. 155, referente ao furto praticado mediante concurso de agentes, sob o argumento de analogia.Isso porque a analogia pressupõe, para o seu uso, uma lacuna involuntária da l para o caso do furto. Aliás, a jurisprudência dos Tribunais Superiores é pacífica nesse ponto, a teor dos seguintes precedentes do STJ: Resp n. 898489, Resp n. 932780, Resp 932780 e:RECURSO ESPECIAL. PENAL. FURTO QUALIFICADO. APLICAÇÃO ANALÓGICA DA MAJORANTE DO ROUBO COM CONCURSO DE AGENTES À

HIPÓTESE DE FURTO. IMPOSSIBILIDADE. REDUÇÃO DA PENA PELA TENTATIVA. CRITÉRIO. ITER CRIMINIS. FASE INICIAL DE EXECUÇÃO DO DELITO. I - A qualificadora do 4º do art. 155 do CP não se confunde, em seus efeitos, com a majorante do 2º do art. 157 do mesmo Codex (Precedentes). A analogia pressupõe, para o seu uso, uma lacuna involuntária (art. 4º da LICC). II - A diminuição da pena pela tentativa deve considerar o iter criminis percorrido pelo agente para a consumação do delito. Assim, tendo os recorridos apenas iniciado a execução do crime, a redução, em virtude da atenuante do art. 14, inciso II, do Código Penal,

deve ser aplicada em percentual máximo. Recurso parcialmente provido. (STJ, Resp n. 1106223, relator Ministro Felix Fischer, Data: 13/10/2009, Fonte: DJE). Finalmente, não pode ser acolhida a alegação apresentada pela Defensoria Pública para a aplicação da causa especial de diminuição da pena prevista pelo 2º do art. 155

do CP (furto privilegiado, em razão do pequeno valor).É cediço que o Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça admitem a aplicação da causa especial de diminuição da pena prevista pelo 2º do art. 155 do CP (furto privilegiado, em razão do pequeno valor) aos casos de furto qualificado ( 4º do art. 155 do CP), por consistir em circunstância objetiva. No entanto, conforme já afirmado acima quando da análise da insignificância, o valor da res furtada não consta nos autos, não havendo como se aplicar objetivamente a causa prevista no artigo 155, 2º do CP. Repise-se. Trata-se de 13 (treze) postes com fiação cortada (Laudo de Perícia Criminal n.

4310/2011-NUNCRIM/SETEC/SR/DPF/SP às fls. 28/30), os quais, segundo a testemunha ouvida em audiência, estavam sendo carregados em um carrinho de supermercado (mídia de fl. 154), demonstrando grande quantidade, impedindo esta Magistrada de aferir valor e afirmar ser este ínfimo. Nesse sentido cito:AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. FURTO. RECONHECIMENTO DA FIGURA PRIVILEGIADA. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. DECISÃO MANTIDA PELOS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. AGRAVO DESPROVIDO. 1. Na ausência de argumento apto a afastar as razões consideradas no decisum ora agravado, que não conheceu da tese de configuração do furto privilegiado porque o Impetrante não esclareceu o valor da res furtiva, tampouco colacionou aos autos cópias do processo- crime que pudessem indicar o pequeno valor da coisa furtada, deve ser a decisão mantida por seus próprios fundamentos (...). (HC 123687/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 18/11/2010, DJe de 29/11/2010.) 3. Agravo regimental desprovido. (AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS 241823, Relatora Min. LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, Fonte: DJE, DATA:

02/10/2012). Grifo nosso. Por fim, é mister observar que a circunstância referente ao concurso de agentes resta amplamente demonstrada pelo conjunto probatório, evidenciando-se a partir do auto de prisão em flagrante (fls. 02/05) e dos depoimentos das testemunhas do evento (policias militares), categóricos em atestar a pluralidade de agentes com unidade de desígnios na prática delitiva, pelo que deve ser considerada como parâmetro de fixação da pena a qualificadora prevista no artigo 155, c/c 4º, IV, ambos do Código Penal. Diante desse quadro probatório, não havendo controvérsia alguma nos autos, tenho por comprovado serem os réus CÍCERO DE OLIVEIRA e JAILSON FERREIRA DA SILVA os autores dos fatos descritos na denúncia.DISPOSITIVODiante do exposto, JULGO PROCEDENTE a pretensão punitiva estatal para CONDENAR os Réus CÍCERO DE OLIVEIRA e JAILSON FERREIRA DA SILVA, qualificados nos autos, como incursos no art. 155, 4º, IV, do mesmo artigo e com o artigo 14, inciso II, todos do Código Penal. Passo, então, aos critérios de individualização da pena, seguindo o método trifásico, nos termos do artigo 68 do CP.a) CÍCERO DE OLIVEIRA1ª fase - Circunstâncias JudiciaisNa análise do artigo 59 do CP, merecem registro as seguintes circunstâncias judiciais:A) culpabilidade: No caso dos autos, há prova de que o réu detinha, ao tempo da infração penal, capacidade de entender o caráter criminoso do delito e de ser a conduta praticada nitidamente reprovada pela sociedade. A culpabilidade não ultrapassa o plano da razoabilidade em situações como esta, revelando-se normal à espécie;B) antecedentes: Trata- se de requisito objetivo, que impede qualquer análise subjetiva do julgador, nada havendo que desabone o réu (fls. 66, 76 e 91);C) conduta social e da personalidade: nada digno de nota foi constatado, além do desvio que a levou à prática delitiva;D) motivo: os motivos não ficaram claramente delineados nos autos, de modo que não é possível