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HERDEIROS DE ANGOLA

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EDUCAÇÃO POPULAR EM PERIFERIAS URBANAS: COLETIVOS DE JOVENS DO

HERDEIROS DE ANGOLA

(Multilinguagens) Dança/ teatro/performance 45

CONECT DANCE (dança diversa) Dança 15

Projeto Sim Teatro 30

DUDU ODARA Teatro 10

Real Gangz Teatro 10

Esquadrão Teatro 5

Teatril Teatro 8

Jovem Perifericos Teatro 35

Club da Lulu Teatro 11

Salt’Jazz Teatro 3

Projeto Sim Teatro 11

Cumming Teatro 16

FCP COMPANY Teatro 16

TOTAL

Fonte: autores (2018)

Esses coletivos de jovens contribuem para a construção e ocupação de espaços públi- cos nas próprias periferias submetidas a escassez de políticas públicas, configurando como modo de resistência- existência de vida e estratégia de luta na ressignificação do seu terri- tório. Se por um lado, a imagem do jovem da periferia sé reduzida à delinquência, crime. Por outro lado, as redes socioculturais, nas quais estão inseridos forjam estratégias esté- tico-político mais autônomas com forte participação juvenil. Com o reaparecimento dos grupos étnicos; organização das minorias oprimidas; reconfiguração dos grupos de perten-

cimento e sentimentos indenitários; busca de vivências grupais, os jovens mostram-se pre- sentes, reagindo as formas de serem pensados e tratados, como subordinados nas relações de poder, dominação. Nesse sentido a relação dos jovens e sua participação em diferentes coletivos, colaboram na reafirmação de que, a educação que não se caracteriza por práticas pedagógicas apenas nos espaços escolares, mas também em outros espaços educativos fora da escola.

Nesse contexto, os jovens do SFS, ao perceber possibilidades de transformações des- ses espaços, esses sujeitos, na sua maioria, se organizam em coletivos, tecem redes de compartilhamento e veiculam saberes e práticas cotidianas para o fortalecimento de suas identidades, por meio diferentes linguagens.

Algumas considerações

Os jovens do SFS, por meio de suas práticas, percebem possibilidades de transforma- ções dos espaços socioeducativos. Para tal, eles se organizam em coletivos e tecem redes de compartilhamento que veiculam saberes e práticas cotidianas para o fortalecimento de identidades através das diferentes linguagens. Nesse sentido, esses sujeitos, articulados em grupos podem ser denominados de coletivos de jovens que se organizam para estabelecer táticas enquanto práticas contra hegemônicas em relação as situações socioterritoriais vivi- das sobre questões educacionais e econômicas.

Sendo assim, nos faz refletir se as políticas públicas que se destinaram a suposições de necessidades e desejos dos jovens possibilitaram os espaços e tempos de diálogos para/ com eles. Pensar na relação juventude, educação e políticas públicas, requer reflexões so- bre problemas sociais, políticos, e, por conseguinte educativos, que direta e indiretamente, atingem as diferentes juventudes e os processos educativos por elas vivenciados. É possível afirmar que, por um lado, os jovens de periferia vivem e enfrentam situações de distinções e desigualdades colocadas pela condição e representação social que os ocultam e inferiori- zam. Por outro lado, seus saberes e práticas socioculturais cotidianas nos diversos espaços vividos (sociais) servem como táticas para o fortalecimento de identidades e o enfrenta- mento político e social.

Ao pensar nos espaços do SFS mediados por relações vinculadas a processos de ima- gens que materializa a formação do sujeito, percebemos que o conceito de educação po- pular se apresenta nas diferentes formas de resistência cultural, econômica, identitária, social, política como forma de instaurar mudanças, transformando o espaço público em espaços de encontro, de estímulo e de ampliação das potencialidades humanas dos jovens, e possibilitando, de fato, uma cidadania juvenil. Sendo assim, as chamadas políticas públi- cas da juventude surgem como fenômeno social de mudanças para as conquistas sociais, culturais, políticos e econômicos.

Referências

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EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE:

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